sábado, 13 de agosto de 2016

Faltam líderes à arbitragem brasileira

    Heber Roberto Lopes (FIFA/SC) ao centro, e seus auxiliares na final da Copa América Centenário dos EUA/2016 - foto: CONMEBOL

Na semana que a Associação Nacional de Árbitros (Anaf), vai realizar mais uma reunião de trabalho em Fortaleza (CE), me questionei o porquê das recentes denúncias envolvendo alguns dirigentes de sindicatos. Houve problemas nos sindicatos dos homens de preto do Rio de Janeiro, São Paulo e na semana que passou no Rio Grande do Sul. Não entro no mérito das denúncias, mas, o que chama a atenção é que este tipo de noticiário negativo, surja de gente do próprio seio da arbitragem contra seus congêneres.

Se feita uma análise pelo país afora do perfil dos dirigentes de associações e sindicatos, iremos constatar com raras exceções que, a maioria dos diretores dessas entidades não foi formada nas lides sindicais. Além do exposto, ficará comprovado, que falta à essas pessoas iniciativa, capacidade de comunicação, vocação, motivação, persistência, empatia, comprometimento e, sobretudo, independência, condição sine qua non num sindicalista de ponta  para representar e reivindicar as necessidades que os homens que manejam o apito e as bandeiras precisam.

O que se observa no sindicalismo no ramo do apito são pessoas bem-intencionadas. Ponto. O que é muito pouco ou nada diante de um planeta globalizado, competitivo que vivenciamos no século 21. E a arbitragem está inserida neste contexto, daí a exigência de líderes com as qualidades acima mencionadas.

Observem os diferentes segmentos que compõe o futebol brasileiro, os cartolas, os clubes, as TVs, os atletas, que ao contrário da arbitragem que é desunida, são organizados, extremamente corporativistas. E gostem ou não da nossa opinião de se expressar aqui neste espaço, veem e dão um tratamento cultural à personagem do árbitro, como um ser descartável, vilão, fdp..., ladrão e ponto final.

Diante do que, você que é árbitro da Relação Nacional de Árbitros Nacional (Renaf) - e mesmo quem não pertence a Renaf, faça uma reflexão das ações dos diretores da sua associação, do seu sindicato e da Anaf – neste análise reflexiva, pergunte a você mesmo, quais foram os fatos e conquistas que marcaram a gestão da sua associação, do seu sindicato ou da Anaf nos últimos cinco anos e que benefícios foram alcançados no interesse da arbitragem.

Trabalhe esta reflexão no seu lobo pré-frontal, área do cérebro do ser humano que modula a flexibilidade, a seleção e iniciação das ações, e tomadas de decisões e avaliação dos acertos e erros – a seguir, emita um juízo de valor a respeito dos fatos e conquistas se houve ou não e, por extensão, da real capacidade do líder sindical que está a frente da associação, sindicato ou da Anaf que o representa.

PS: A respeito de não ter este colunista noticiado e nem tecido comentários a respeito da punição imposta pelo (STJD), ao melhor árbitro do futebol Sul-Americano na atualidade, Heber Roberto Lopes (FIFA/SC), respondo: “A folha de serviços extraordinários prestados ao futebol brasileiro, Sul-Americano e Mundial pelo indigitado árbitro ao longo da sua brilhante carreira, acoplado ao seu caráter idôneo e sua ética profissional, são infinitamente superiores ao equívoco cometido no prelio Flamengo/RJ x Corinthians/SP”. Está respondido aos que me questionaram pelo meu silêncio em relação ao fato.   

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