segunda-feira, 14 de agosto de 2017

TEMERÁRIA A SITUAÇÃO DO APITO

     Ausência de instrutores qualificados, vem impedindo o surgimento de talentos da magnitude de Sandro Meira Ricci - com a bola - foto: FIFA


  • No dia a dia encontro profissionais da imprensa, ex-atletas, torcedores que questionam o porquê de não haver renovação de árbitros no futebol brasileiro -  e, quando surge um apito promissor com raríssimas exceções, eis que ele exibe os malfadados “usos e costumes”  da maioria dos seus congêneres que está apitando.
  • A nossa resposta ao questionamento é simples e objetivo: Primeiro, no que concerne ao nosso futebol, nunca houve e não há projeto das federações de futebol para a formação de novos apitos e bandeiras - que dirá das escolas. Segundo, a composição dos instrutores das escolas que deve ser de excelência, porque é lá onde tudo começa, ou seja, é a base da formação – a composição dessas órgãos foram transformadas em “encosto” de ex-árbitros aposentados e/ou desempregados, que foram elevados a condição de “professores de arbitragem”.
  • Terceiro, a maioria desses “professores” está desatualizada em relação as REGRAS DE FUTEBOL, sobre as diretrizes do (The IFAB) e a cultura vigente dos jogadores de futebol do século 21 -  e, por extensão, dada a desatualização dos ditos “professores”, os futuros árbitros ficam alijados de como deve ser o modus vivendi e o modus operandi da arbitragem na atualidade. Sem projeto e sem professores com a qualificação exigida, o que se vê a cada temporada é uma legião de árbitros e assistentes malformados em todo o país. E o futebol brasileiro que se lixe.  
  • Além do exposto, há um outro óbice significativo que tem impedido a renovação na arbitragem do futebol pentacampeão. A política. E, quando falo da política, é porque a arbitragem vem sofrendo interferência, quando da indicação ao quadro da Seleção Nacional de Árbitros (Senaf). Tem apitos e bandeiras com potencial elevado, sendo preteridos em detrimento de alguns CABEÇAS DE BAGRE na arbitragem brasileira.

  • Todo mundo apregoa a necessidade da renovação no apito - mas, a partir do momento que a mudança é anunciada, o discurso dos dirigentes e, sobretudo, da própria mídia esportiva, muda radicalmente.
  • É inaceitável que a oxigenação num setor de tamanha relevância como é a arbitragem para o futebol, sofra a interferência da política, e em muitos casos o paternalismo da cartolagem que comanda o futebol detentor de cinco títulos mundiais. Paternalismo e indícios de amadorismo que, ficou explícito no encontro das comissões de arbitragens das federações e das escolas de formação de árbitros, realizado no último mês de maio em Curitiba. Se houver dúvidas, por favor leiam a ATA do aludido encontro.
  • Entendemos que enquanto a CBF não interferir na formação dos instrutores, na indicação de pelo menos um membro de cada escola vinculado a Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf), na didática empregada e estabelecer um curriculum com padrão de ensino de alto nível, de preferência sem as “baboseiras” do conteúdo da ATA de Curitiba, o tempo passará e a qualidade da confraria do apito do nosso futebol ficará onde está ou ainda mais abaixo.
  • PS: Me perguntaram a respeito de dois árbitros dirigindo uma partida de futebol (um árbitro em cada metade do campo de jogo), não é novidade. Quem se ater a ler a regra de 1873, quando foi fundado o (The IFAB), vai ver que já houve esta tentativa e não deu certo. A FIFA autorizou o mesmo experimento no Campeonato Paulista, há alguns anos atrás, DEU CHABU. Por quê? Porque cada ser humano tem uma mentalidade. No futebol não se inventa.
  • PS (2): Sobre os instrutores de arbitragem da América do Sul, é imperativo que todos sejam requalificados em similaridade aos professores europeus. As regras sofreram várias modificações e o futebol foi difundido em diferentes Continentes e culturas. Além da capacitação, que requer investimento financeiro, principalmente das associações, confederações e federações, se os denominados mestres, continuarem circunscritos a cultura do futebol da América do Sul,  dificilmente haverá renovação de excelência na arbitragem Sul-americana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário