segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

NÃO TEREMOS “NENHUM DIRIGENTE” VINCULADO AS FEDERAÇÕES OU CBF NA DIRETORIA

Da esquerda para a direita, Salmo Valentim e Marco Antonio Martins - foto: Sinbaf.com


ENTREVISTA SALMO VALENTIM


Se tudo acontecer como o previsto, nas primeiras semanas de abril do ano em curso, o advogado, economista, administrador de empresas, sindicalista, ex-árbitro de futebol da Federação de Pernambuco e atual tesoureiro da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF), assumirá o comandado da principal instituição da confraria do apito brasileiro, a Anaf.

Considerado a principal liderança da arbitragem do futebol nordestino, e respeitadíssimo em diferentes esferas do sindicalismo em outras regiões do país, Valentim entende que chegou a sua vez de assumir o cargo de presidente da ANAF. A seguir, sua entrevista.

O sr. foi árbitro e presidiu a comissão de arbitragem da Federação Pernambucana de Futebol, e atualmente é tesoureiro da Anaf. Por que quer ser o presidente da Anaf?

Por reunir todas as condições possíveis e por haver sido, presidente do sindicato dos árbitros de Pernambuco, Presidente da CEAF/PE, vice - presidente da ANAF por quatro anos, e tesoureiro nos últimos oito anos. Além de esperar o momento certo, ao longo de dezessete anos.

Por que Pernambuco não conseguiu a Certidão de Registro Sindical (Carta Sindical) à arbitragem, mesmo com o sr. militando há tempo nas lides sindicais?

Sai do sindicato em 2008 - já se passaram dez anos, e por ter renovado o estatuto da entidade, onde só dá direito a um mandato de dois anos, com uma única reeleição. No meu mandato, foquei em adquirir uma sede própria e cumpri esta meta, apesar de todas as dificuldades encontradas.

Já definiu quais serão os nomes e qual é o perfil exigido na sua ótica, para ser diretor da Anaf na sua gestão?

O único nome que está definido é o meu vice- presidente. Arilson Bispo da Anunciação. Os demais nomes, serão discutidos com a futura diretoria.

Caso seja eleito, sua diretoria terá árbitros em atividade nas federações de futebol e na CBF?

Sim, pretendemos ter alguns árbitros em atividade na nossa gestão.

Como ter uma entidade independente para pleitear os direitos à confraria do apito, se a Anaf atualmente tem vários de seus dirigentes vinculados as federações de futebol e a CBF, onde exercem diferentes funções?

Na nossa gestão, não teremos nenhum dirigente vinculado a qualquer cargo nas federações ou na CBF.

O sr. vai permitir que este tipo de situação no mínimo antiética, continue?

Os árbitros estão ansiosos por mudanças, e não entraremos para continuar sendo o mais do mesmo.

As categorias trabalhistas que possuem uma FEDERAÇÃO, além de serem reconhecidas pela (CLT) e a Constituição brasileira, têm representatividade política. O caso mais recente é a conquista do percentual de 1,5%, de direito de arena obtido pela Federação dos Técnicos de Futebol do Brasil aos treinadores do nosso futebol. A Anaf vai continuar no atraso, sendo Anaf?

Faremos o possível para dar continuidade com uma melhor qualidade de gestão. E esses assuntos, serão amplamente debatidos com todos os segmentos do futebol brasileiro. Não há mais espaço para a arbitragem ficar fora das grandes discussões e melhoria do nosso futebol.


As associações de árbitros de acordo com a (CLT) e a própria Constituição, são entidades com fins recreativos. Ou seja, associações não possuem representação jurídica e política. O sr. dará enfase na criação de novos sindicatos, visando a criação da FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL?

Faremos debates de todas as possibilidades - precisamos ter credibilidade e força coletiva, para então, construirmos as pontes necessárias para alcançarmos os objetivos da classe.

Qual é a sua posição em relação ao direito de arena à arbitragem?

Estarei visitando todos os estados brasileiros e discutiremos a questão. Tenho meu posicionamento definido - porém, vou ouvir toda a categoria para montarmos uma estratégia que viabilize os meios necessários para alcançarmos esta conquista legítima à arbitragem.

E sobre o direito de imagem para a categoria do apito?

É outra situação que não pode mais ser protelada. Vamos discuti-la abertamente, inclusive com a imprensa esportiva do nosso futebol.

Há mais de duas décadas, a CBF estampa no uniforme da arbitragem que atua nas suas competições, diferentes logomarcas de multinacionais e obtém lucros que ultrapassam a casa dos milhões de reais. O árbitro é focalizado em média numa partida pela TV, entre (sessenta e sessenta e cinco vezes). É justo na sua opinião a arbitragem não ter participação no lucro neste tipo de publicidade?

Hoje um repasse muito pequeno para a entidade, quando estivermos amadurecidos no assunto e totalmente unidos como um todo, aumentaremos este percentual sem sombra de dúvida.

Como sindicalista nato que é, o sr. não vê algo análogo a escravidão na situação acima nominada?

Não vejo desta maneira, vejo hoje a categoria dispersa e sem união, o que propicia a imposição de qualquer medida.

Atualmente, um universo de trezentos árbitros da Seleção Nacional de Árbitros de Futebol (Senaf), deixaram de pagar suas contribuições à Anaf. Segundo informações, há muita insatisfação com o modus operandi da diretoria da entidade. Qual será a metodologia a ser empregada pelo sr. e congêneres, para convenceres esse expressivo contingente a contribuir novamente com a Anaf?

Discutiremos o problema com a categoria. Nenhuma entidade de classe se mantém sem contribuições dos seus associados. E os árbitros precisam entender isto. Alguns atacam quem lhes defende - mas silenciam, com quem tira os seus direitos.

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