quinta-feira, 8 de março de 2018

REJEITADOS

   Rodolpho Toski Marques ao centro com a bola - Crédito: CBF

Rejeitar a arbitragem das federações de futebol do Nordeste e Norte do Brasil, para dirigirem clássicos locais é algo recorrente nas duas regiões -  é uma cultura que vem se acentuado de ano para ano. Em outras temporadas, isto acontecia nas partidas semifinais e finais dos aludidos campeonatos.

A diferença é que neste 2018, a rejeição aos homens de preto do futebol das regiões acima nominadas, está sendo antecipada. 

A primeira rejeição à arbitragem aconteceu no clássico Remo x Paysandu - região Norte - Federação Paraense de Futebol, no final de janeiro deste ano. Mesmo tendo um árbitro FIFA, Dewson de Freitas e uma equipe de bons apitos e bandeiras, as equipes nominadas exigiram arbitragem neutra para o prélio em tela.

A segunda rejeição contrária a arbitragem sucedeu na Federação de Futebol do Rio Grande Norte - no principal confronto do futebol potiguar, ABC x América, disputado no sábado (3/3). Árbitro neutro.

A terceira rejeição contra apitos e bandeiras, foi formalizada pelo Fortaleza Esporte Clube, junto a federação de futebol do Ceará, que, exigiu árbitro, assistentes e quarto árbitro neutros, por ocasião do clássico – Rei, entre Ceará x Fortaleza, disputado no domingo (4/3).

No próximo domingo (11/3), a rejeição se repetirá novamente na região Norte - quando da realização do Clássico - Rei da Amazônia, Remo x Paysandu, pela segunda fase do campeonato paraense de futebol. O árbitro designado foi Rodolpho Toski Marques do Paraná - e os assistentes também serão neutros.

De quem é a culpa pela situação vigente? Dos próprios árbitros, que estão pagando o preço da desorganização e da autofagia.

Ao invés de se organizarem em sindicatos, a maioria esmagadora dos homens de preto em todo o Brasil não evoluiu e, optaram ficar circunscritos as associações de árbitros.

Associações que possuem missão precípua de fomentar o lazer aos seus associados. Associações que não tem capilaridade para pleitear o Certificado de Registro Sindical (Carta Sindical), e nem representatividade de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ao contrário do sindicato que tem.

O que significa que, as associações não são detentoras de representatividade sindical junto aos Tribunais Regionais do Trabalho e Ministério do Trabalho e Emprego.

E, por derradeiro, adiciono a rejeição que é imposta pelos clubes perante às federações à arbitragem do futebol brasileiro, ao fato de que, enquanto a confraria do apito ficou brigando por escalas tal qual hiena por [carne podre], os cartolas se organizaram e hoje dão carta, jogam de mão e ficam com o curinga voando na manga. Numa linguagem simples: O grupo de arbitragem do nosso futebol pensa e age com ideias do século 19. A maioria ainda não se tocou, que, estamos no século 21. POBRE ARBITRAGEM BRASILEIRA!  

ad argumentandum tantum - Tomei conhecimento na manhã de hoje que, já há movimento similar nos bastidores em Minas Gerais e Pernambuco.

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