quarta-feira, 28 de julho de 2010

Árbitros são os próprios culpados

O processo de profissionalização dos árbitros não é bem visto e tem vários entraves


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O Projeto de Lei 6405/02, que versa sobre a profissionalização do árbitro de futebol no Brasil, continua dormindo numa das gavetas do Congresso Nacional em Brasília. Um dos obstáculos que impedem a regulamentação da atividade dos homens do apito, lamentavelmente, são os próprios árbitros, que são desunidos e não demonstram o menor interesse na regulamentação da carreira, e sofrem um lobby contrário da CBF, clubes, Federações e da TV. É importante frisar, que a cada ano, todos os citados, celebram contratos milionários e ganham verdadeiras fortunas, menos os árbitros.
O quarteto – CBF, Federações, clubes e TV – exigem melhores arbitragens, mas ninguém quer investir na requalificação do árbitro e, muito menos, assumir o ônus de arcar com a responsabilidade de pagar os honorários e os encargos sociais do árbitro. E o que é pior: Iludidos com a ascensão ao quadro nacional da CBF e com a escalação em meia-dúzia de clássicos nos campeonatos estaduais, uma minoria de árbitros impõe a falsa impressão de que a manutenção do status é bom para todos e, por extensão, realizam o jogo do quarteto acima nominado, trazendo enormes prejuízos à categoria do apito.
Profissionalizar a arbitragem vai propiciar a categoria maior independência nas suas decisões e vai livrar o árbitro da pressão do submundo do futebol. Significa maior tempo para treinar, se dedicar, estudar, interpretar e aplicar de maneira mais próxima da uniformidade as leis que regem o futebol. Profissionalizar a arbitragem vai propiciar ao árbitro se preparar no mesmo patamar que os atletas de futebol para acompanhar a alta velocidade do jogo. Profissionalizar a arbitragem vai dar aos árbitros o poder de negociar diretamente com os patrocinadores as verbas publicitárias permitidas pela Fifa nos uniformes, sem a interferência de pessoas estranhas ao meio, já que, atualmente, ninguém sabe com quem são celebrados os contratos, qual é a quantia recebida, quem fica com o dinheiro e outros. A profissionalização da arbitragem vai permitir também a compra de equipamentos como o ponto eletrônico, que é um enorme aliado na comunicação da arbitragem, e pode ajudar a minimizar os equívocos do trio de árbitros nas partidas.
Com a palavra a nova direção da Associação Nacional de Árbitros de futebol.
PS: Inter x São Paulo não chegaram a um acordo para que um trio brasileiro apitasse as semifinais da Libertadores. Ambos alegaram à Conmebol que os melhores apitos estão sediados nos seus estados e os demais deixam a desejar. Aqui está um dos reflexos da ausência da profissionalização do árbitro.
Fonte: Justiça Desportiva

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