
Howard Webb dirigiu as finais da Uefa Champions League de 2010 e do Campeonato do Mundo ©Getty Images
Formação de árbitros dá frutos
Howard Webb, que dirigiu a final do Mundial, esteve entre os sete árbitros presentes na África do Sul que passaram pelo programa de talentos e mentores da Uefa, que conta já com dez anos e 156 formandos.
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Na última década, a Uefa reuniu árbitros jovens e em ascensão com juízes mais experientes no programa de talentos e mentores, e o sucesso desse projeto foi evidente no Campeonato do Mundo.
O homem responsável pela final de domingo passado, Howard Webb, de 38 anos, foi o árbitro mais jovem a dirigir a derradeira partida do torneio nos últimos 72 anos. Foi igualmente um dos sete árbitros, em dez europeus, presentes na África do Sul a se beneficiar do programa de talentos e mentores desde a sua implementação, em 2000. No total, já passaram pelo projeto 156 talentos de 50 federações filiadas a Uefa, sendo que atualmente os árbitros-assistentes também são incluídos.
O último seminário que reuniu talentos e mentores ocorreu em Nyon, na Suíça, no mês de Maio. Josef Marko, do Comitê de Arbitragem da Uefa, disse em entrevista ao Uefa.com: "Os mentores trabalham a longo prazo, um ou dois anos, com os árbitros mais jovens, não apenas assistindo aos seus jogos, mas também mantendo contato regular através de e-mail ou do Skype. Os árbitros enviam aos mentores DVD's com os jogos apitados no campeonato nacional e estes respondem dando a sua opinião."
"As federações convidam mentores até ao país de origem do talento em questão, para que possam vê-lo em ação no campeonato, e estes dialogam com membros do comitê de arbitragem local, às vezes inclusive com familiares do árbitro. Isto é algo especial e, se o árbitro estiver interessado, pode desenvolver-se muito mais graças a este tipo de experiência."
Entre a atual fornada de talentos está Artyom Kuchin, que em Maio se tornou o primeiro árbitro do Cazaquistão a participar da fase final do Campeonato do Mundo de Sub-17. O árbitro, de 32 anos, que se fez acompanhar no projeto pelo árbitro-assistente Yevgeniy Belskiy, é apadrinhado pelo dinamarquês Jorn West Larsen, ex-árbitro internacional e observador da Uefa.
"Este programa vai ajudar-me a melhorar", disse Kuchin. "O nível de exigência da Uefa e da nossa federação é muito diferente, como é óbvio. "Se eu quiser tornar-me um bom árbitro vai ser bastante útil para mim e também para a federação", já que o meu mentor vai ensinar-me algumas coisas, que posteriormente podem ser utilizadas pela nossa federação. Vou até ao país dele, tal como ele virá ao meu. Isso é importante, já que a Federação de Futebol do Cazaquistão só se tornou membro da Uefa em 2002."
Kuchin segue as pisadas de alguns nomes ilustres nos últimos dez anos, e Marko explicou que a medida que o tempo passa, também o projeto de talentos e mentores evolui. "No início, os mentores davam conselhos, destacavam os aspectos positivos e tentavam corrigir os negativos", disse. "Agora têm outra função – servem de modelos a seguir. Há um ano, [o árbitro suíço] Massimo Busacca visitou-nos na qualidade de preletor e agora o programa também inclui os árbitros-assistentes."
"Atualmente não importa quem toma a decisão, o que importa é que ela seja acertada – não interessa se é o árbitro, o árbitro-assistente, o quarto árbitro ou outro assistente adicional. "Faço parte do Comitê de Arbitragem há 17 anos e é bom trabalhar com árbitros jovens". Se ouvirem os conselhos, também aprendo com eles
Se eu quiser tornar-me num bom árbitro vai ser bastante útil para mim e também para a federação, afirma
Fonte: Uefa
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