
Eleito o melhor árbitro brasileiro em 2009, o paranaense Heber Roberto Lopes tem como meta ser o representante do país na Copa do Mundo de 2014. Apontado como um dos postulantes a vaga no Mundial do Brasil, o juiz, em entrevista ao site Justicadesportiva.com.br, comentou a arbitragem na última Copa e mostrou-se favorável a implementação da tecnologia no futebol, entre outros assuntos.
Site JD – Qual sua opinião sobre a arbitragem na Copa do Mundo?
Héber Roberto Lopes – “Houve uma grande evolução nas transmissões, com ângulos diferentes, mais câmeras em campo, e isso fez com que a imprensa divulgasse mais os erros da arbitragem. Acredito que essa evolução deu uma conotação maior aos erros dos árbitros. Mas depois da Copa, o Comitê de Arbitragem da Fifa divulgou que o percentual de erros dos árbitros foi abaixo de 4%. Este é um número positivo”.
Site JD – E a questão do uso da tecnologia no futebol?
Héber Roberto Lopes – “Seria importante que nas próximas competições a Fifa adotasse o recurso eletrônico para ajudar, mas não nas situações interpretativas”.
Site JD – Você é um dos árbitros brasileiros, ao lado de Wilson Luiz Seneme, Paulo César Oliveira e Marcelo de Lima Henrique, apontado para representar o país na Copa de 2014. Você se vê como um favorito?
Héber Roberto Lopes – “Não digo favorito, até porque tenho outros companheiros que buscam o mesmo objetivo, mas não posso negar que é um sonho e que vou continuar trabalhando para isto”.
Site JD – A arbitragem brasileira está aquém das demais, principalmente a europeia e a asiática?
Héber Roberto Lopes – “Não penso assim. Na Copa do Mundo mesmo, o Simon atuou em dois grandes jogos, o Larrionda (uruguaio) é um dos principais árbitros do mundo, o Oscar Ruiz (colombiano) também é um nome forte. Não vejo os árbitros brasileiros e sul-americanos aquém dos demais. A escola sul-americana de árbitros é uma das melhores do mundo”.
Site JD – A profissionalização dos árbitros no Brasil ainda é uma utopia?
Héber Roberto Lopes – “Isto é uma situação que esbarra nas leis de cada país porque a Fifa tem mais de 170 filiados e ela que tem o poder perante a isto. Acredito que isto ainda está um pouco distante, mas o passo inicial seria dado pelas confederações, em buscar esta profissionalização”.
Site JD – Dentro do futebol, o árbitro talvez seja o mais cobrado. Como você lida com esta pressão dos clubes, jogadores, imprensa?
Héber Roberto Lopes – “Nós, árbitros, estamos mais acostumados. Mas, como falei, os erros dos árbitros hoje aparecem mais por causa da imprensa, da repercussão pós-jogo. Só que quem ser árbitro, quando faz sua primeira aula no curso, deve estar ciente dessa cobrança”.
Site JD – Quem perde sempre põe a culpa no árbitro, porque ele não deu um pênalti ou porque anulou um gol. Isto é algo cultural no Brasil?
Héber Roberto Lopes – “Isso é no mundo todo. As reclamações hoje acontecem até mesmo antes dos jogos. Isso está no contexto do futebol e toma uma dimensão muito grande, mas tudo dentro de um limite, apesar de sempre ter um ou outro que excedem isto um pouco”.
Fonte: Justiça Desportiva
Valdir Bicudo-bicudoapito@hotmail.com
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