quarta-feira, 7 de julho de 2010

A trajetória de um vencedor


O gaúcho Carlos Simon ainda não decidiu seu futuro: "depois da Copa do Mundo que realizei, acho que ainda vou desfilar pelos campos do Brasil este ano, me despedindo de cada cidade", disse à imprensa assim que retornou da África do Sul.
Infelizmente, Simon não alcançou a marca de oito jogos apitados em Copas do Mundo, recorde que ainda pertence ao francês Joel Quiniou, que dirigiu oito partidas nas Copas de 86, 90 e 94. A ausência desta derradeira conquista, porém, não é algo capaz de tirar o sono do árbitro gaúcho. " Eu nunca trabalhei sonhando com recordes. Meu único compromisso sempre foi de entrar bem no campo e fazer bem o meu trabalho", afirmou. Neste aspecto, Carlos Simon pode ficar tranquilo, pois realizou um bom trabalho na Copa de 2010, dignificando no cenário internacional, mais uma vez, o bom nome da arbitragem brasileira e da gaúcha em particular. " Simon é motivo de orgulho para toda a arbitragem brasileira. É um exemplo a ser seguido", avalia o presidente do SAFERGS, Ciro Camargo.
Prestes a completar 45 anos (no dia 3 de setembro) Carlos Eugênio Simon é o árbitro brasileiro que mais participou de Copas do Mundo. Além do Mundial da África do Sul, ele esteve presente nas Copas de 2002 e 2006. Contabilizou sete jogos apitados nas três edições das quais participou. Simon não tem certeza de que a Copa do Mundo de 2010 tenha colocado o ponto final em uma carreira iniciada há 26 anos.
- Estou no meu ápice físico, técnico, psicológico, estou em grande fase. Não estou convicto em parar de apitar depois desta Copa do Mundo que eu realizei. Junto com Alemir e Braatz realizei um trababalho exemplar. Obtivemos nota 9,4. Acho que ainda vou desfilar pelos campos do Brasil este ano, me despedindo de cada cidade - declarou.
Natural de Braga, município do interior gaúcho, formado em jornalismo pela PUC-RS com pós-graduação em Ciência do Esporte (especialização em futebol), é o único juiz de futebol brasileiro que fez da arbitragem sua única profissão. Ingressou no quadro da CBF em 1993 e no da FIFA em 1997. Atuou em várias competições internacionais como os Jogos Olímpicos de Atenas 2000, as Eliminatórias da Copa do Mundo, a Copa Libertadores da América, a Copa das Confederações e a Copa América. Arbitrou diversas finais do Campeonato Brasileiro de Futebol, da Copa do Brasil de Futebol e do Campeonato Mundial Interclubes da FIFA em 2002.
No Rio Grande do Sul, Simon trabalhou em diversas finais do Campeonato Gaucho e também arbitrou um numero expressivo de clássicos Gre-Nais. Em 2004 lançou o livro "Na Diagonal do Campo", Editora Unisinos, sobre regras do jogo de futebol e a rotina de um árbitro. Atualmente prepara um livro relatando sua participação em Copas do Mundo. Recentemente, recebeu a Medalha do Mérito Farroupilha, a maior honraria concedida pela Assembléia Legislativa do RS. De 2006 a 2009 foi presidente do Sindicato dos Árbitros do Rio Grande do Sul.
Simon é casado com Cátia Castilho Simon e tem quatro filhos - Caetano, Carla, Diego e Ramiro.
Para quem está começando, o árbitro gaúcho transmite a seguinte mensagem: "Para vencer na arbitragem é preciso humildade, convicção e determinação. Além de estudar e preparar-se fisicamente todo dia", ensina. Para finalizar, uma última dica: "É importante sempre ouvir os mais experientes".
Sobre o futuro do melhor árbitro de futebol de todos os tempos, Ciro Camargo resume bem o sentimento da comunidade desportiva do Rio Grande do Sul:
- Desejamos boa sorte a Simon nesta nova fase da sua vida. Que ele continue prestando bons serviços ao mundo do futebol são os votos da diretoria do SAFERGS em nome dos associados.
Fonte: Assessoria de Imprensa do SAFERGS.
Valdir Bicudo-bicudoapito@hotmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário