terça-feira, 24 de agosto de 2010

Entrevista



Com 11 anos militando na Justiça Desportiva, o advogado João Gazolla vive a experiência de defender o seu time do coração: o Santos. O advogado ressalta que com o Peixe não vem tento grandes problemas, pois o time é muito bem liderado e disciplinado pelo técnico Dorival Júnior.



Mas a vida de João Gazolla nem sempre foram flores. Ele já enfrentou casos complexos nos tribunais esportivos como a perda de pontos do Marília, em 2003, quando o advogado conseguiu uma vitória em segunda instância. O defensor comentou em entrevista ao site Justicadesportiva como é realizado o trabalho com os "Meninos da Vila", como começou a carreira e a situação de Neymar, que esteve envolvido em polêmica por causa do Twitter.

JD – Como é feito o trabalho de disciplinar os jogadores do Santos?
João Gazolla – “Esse trabalho é muito bem feito pelo técnico Dorival Júnior e sua comissão técnica. Além disso, tem o departamento jurídico no qual tenho a honra de encabeçar e que tem essa preocupação. Desde o inicio do ano passamos algumas considerações”.

JD – Existe uma receita para um time nunca ir a um tribunal numa competição?
João Gazolla – “Como advogado militante na Justiça Desportiva por mais de dez anos, diria que não ir ao tribunal é praticamente impossível. Certamente se fosse uma equipe de padres e freiras algumas vezes ainda teria o tribunal. Não temos nenhuma indisciplina aguda, é um grupo muito tranquilo. O Santos tem disputado competições e conquistado títulos. Isso inevitavelmente acarreta em alguns casos na esfera da Justiça Desportiva, que felizmente estão saindo de uma maneira satisfatória”.

JD – Por que o senhor resolveu seguir o caminho da Justiça Desportiva?
João Gazolla – “Pela paixão ao futebol e ao direito. Consegui unir o que me dá prazer na vida pessoal e na profissional. Militar na Justiça é uma missão muito árdua, pois passamos por momentos de tensão e expectativa de todos por uma absolvição. É algo que me agrada muito. Tenho uma paixão pelo que faço e hoje é ainda mais gratificante estar à frente do Santos, que é o meu clube de coração”.

JD – Qual foi a defesa mais difícil que encarou em sua carreira?
João Gazolla – “Tivemos alguns desde 99 e agora completando 11 anos. Tivemos a perdas de pontos do Marília em 2003, quando toda uma cidade importante como Marília aguardava o resultado e conseguimos recuperar no tribunal. Nos últimos três anos estive no Guaratinguetá. Mesmo se tratando em times de menor porte, isso sempre se reflete na municipalidade e por isso todo julgamento é muito importante. Mas colocar o Marília no quadrangular final em 2003 foi algo muito importante para a minha carreira. Outro caso também foi quando conseguimos colocar o Edu Dracena em condições de jogo na final da Copa do Brasil, foi de grande representatividade”.

JD – O que achou da reformulação do Código Brasileiro de Justiça Desportiva?

João Gazolla – “Bom não está. Tenho profundo respeito pelos seus idealizadores. Avanços ocorreram e isso é inegável. Acabar com aquela punição mínima de 120 dias para casos de agressão e trazer para a realidade de quatro partidas foi muito bom. Porém, algumas mudanças certamente virão com o tempo, como essa excessiva minúcia de quando que é prática de via de fato. Dizer exatamente como que é agredir, foi um exagero na melhor das intenções. É como se o legislador penal trouxesse que matar alguém é enfiar uma faca ou dar um tiro. Obviamente que matar ou agredir já cabe ao auditor interpretar como julgador. Mas, sem dúvida nenhuma, o caminho que a Justiça Desportiva está tomando é o da seriedade, celeridade, modernidade e isso é o mais relevante que posso destacar”.

JD – Em relação ao caso do jogador Neymar que teve um comentário ofensivo no Twitter, o que tem a dizer?
João Gazolla – “Neymar não foi o autor do comentário e ele já esclareceu isso ao tribunal. Inclusive encaminhamos um documento feito de próprio punho do atleta”.
Fonte: Justicadesportiva.com.br

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