segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Eleito o presidente dos homens fortes do futebol

Foi eleita, no final de semana que passou, a nova diretoria da Associação Profissional dos Árbitros de Futebol do Paraná. O pleito foi realizado na cidade Palmas (PR). Os futuros dirigentes, tendo a frente o presidente José Renê Stavisnki e seu vice Claudio Luiz Pacheco, irão tomar posse na primeira quinzena de janeiro de 2011. Eles serão, ao lado dos demais pares, os timoneiros da confraria do apito paranaense nos próximos dois anos - com direito a uma reeleição.

Confesso que estava surpreso com a apatia, com o descaso, a quase inércia que tomou conta da classe dos homens de preto do futebol paranaense. A maioria esmagadora dos dirigentes que passaram no comando da associação desde a sua fundação, em outubro de1986, conspirou contra o seu desenvolvimento e, por extensão, contra os próprios árbitros. Como ex-árbitro e ex-sócio, fiquei contente com a plêiade de novatos na composição da diretoria, que terão poder de decisão no comando da associação e , por conseguinte, com a desvinculação de Afonso Vitor de Oliveira desse setor. Sua presença no comando da associação e da Comissão de Arbitragem nos últimos cinco anos era incompatível e afrontou os mais elementares princípios da ética.

Sua saída abre espaço para gente nova, com novas idéias, com novos projetos e abre uma perspectiva de progresso nas futuras reivindicações subtraídas da categoria. Entre elas o percentual de 1% sobre as rendas dos jogos, a retomada de viajar de ônibus leito, a definição da venda da sede no edifício Asa e a compra de um imóvel compatível para a classe se reunir e discutir os seus problemas. Outra questão é a retomada da taxa de inscrição que desde 1988 pertenceu à associação e era a sua principal fonte de arrecadação, mas, numa ação nefasta nunca antes vista nos anais da arbitragem paranaense, foi entregue de bandeja à Federação Paranaense de Futebol.

Um adendo as considerações acima , não pode ser esquecido: a circunstância de que a Associação dos Árbitros não tem nenhuma vinculação subordinativa a FPF, muito menos à sua presidência. Toda a associação é um passo inicial para a construção de um sindicato, por isso tem semelhança sindicalista dos seus membros. É preciso entender que só cresce uma entidade que tiver autonomia absoluta. E este é o caso que deve colocar na sua consciência o novo presidente da associação, para que não seja cooptado pelos cartolas federacionistas.

E mais ainda, rememorar com veemência que os árbitros tem uma hierarquia própria e que não dependem das entidades futebolísticas, mas sim estas se lhe devem curvar. Justifica-se: sem árbitro não tem campeonatos de futebol e, de consequência, as federações e ligas teriam o "sabor" de "lei morta". Esta é a filosofia a seguir presidente José Renê Stavinski, ou então repetir o fracasso do seu antecessor.

PS: O ex-presidente da Associação dos Árbitros/PR, Nelson Orlando Lehmkhul, viajou de Curitiba até Palmas no último sábado para participar da festa de confraternização dos árbitros e pediu para falar. Foi lhe dado o tempo de cinco minutos, e Lehmkhul, segundo duas pessoas me relataram, com expressão facial angustiante tentou justificar o injustificável: a sua péssima administração a frente da associação de 1997 a 2003, o que lhe rendeu três condenações recentes. Duas delas foram no Tribunal de Justiça do Paraná (21ª Vara Cível e 18ª Câmara Cível de Dezembargadores e mais recentemente no Superior Tribunal de Justiça [STJ], em Brasília).

Valdir Bicudo-bicudoapito@hotmail.com

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