quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Material humano é fraco

Quem não conhece a real situação do futebol paranaense no que tange à arbitragem pode ficar encantado com o seu invólucro, mas se analisar o conteúdo qualitativo terá sérias dúvidas neste quesito. Basta lançar sua retina na lista que contém os nomes e a classificação do quadro de árbitros da Federação Paranaense de Futebol para 2011 e observar a organização e o planejamento com que a nominada lista foi elaborada. Nunca é demais lembrar que a Federação Paranaense de Futebol foi a última entidade do Sul do país a aderir, há dois anos, a pré-temporada para árbitros e implementar o Ranking.

A lista está dividida em Categoria Fifa, Categoria CBF, Categoria Especial, Categoria primeira, Categoria Básica e Categoria Iniciante e é composta de aproximadamente 254 nomes divididos entre árbitros e assistentes. O Ranking é um passo importante para o desenvolvimento dos árbitros da FPF. Mas o principal entrave para esse desenvolvimento ser alcançado pelos árbitros em nosso estado está na forma inadequada da didática empregada na formação desses árbitros.

Digo isso porque na última década uma avalanche de cursos foi realizada aleatoriamente em todo o Paraná, sem critérios definidos e tendo como objetivo principal propiciar lucro financeiro em detrimento da vocação além da qualidade do indivíduo que almejou ser árbitro. Resultado: temos na atualidade na Federação Paranaense de Futebol uma geração de árbitros malformados e um contingente expressivo que não possui a mínima vocação para o mister de árbitro de futebol.



Basta conferir um sábado à tarde na suburbana ou encarar os campeonatos das categorias de base da FPF para ficar boquiaberto com os equívocos e as “bobagens” que são perpetradas aos olhos dos torcedores, jogadores e dirigentes. E não me venham com a “galhofa” de que o campeonato paranaense da Série Ouro nos últimos seis anos foi apitado por gente nossa. A qualidade esteve abaixo da crítica, tanto no nível técnico como disciplinar, e mesmo assim várias partidas foram decididas nos erros da arbitragem, causando sérios prejuízos às equipes.



O que se espera daqui pra frente é que a Comissão de Árbitros da entidade reveja a didática a ser empregada na formação dos futuros apitos. Que se propicie aos árbitros que aí estão um aprimoramento com testes periódicos, painéis, seminários, testes físicos e teóricos e discussões sobre lances que causem dúvidas. Isso vai identificar a vocacionalidade dos árbitros e, por extensão, melhorar gradativamente a condição qualitativa do quadro de árbitros da federação. Além do exposto, deveria viabilizar mecanismos preparatórios para quando o árbitro ou assistente for indicado para o teste seletivo da CBF o faça em condições de igualdade dos demais estados.

Valdir Bicudo - bicudoapito@hotmail.com

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