sexta-feira, 11 de março de 2011

Leonardo Gaciba, comentarista

Leonardo Gaciba da Silva

Em entrevista à ANAF, o ex-árbitro critica o teste físico aplicado à arbitragem: "as exigências do campo de jogo são outras e de outra intensidade".

 Leonardo Gaciba da Silva foi apontado inúmeras vezes como o melhor árbitro brasileiro, tanto é que compôs o quadro da Fifa entre 2005 e 2009. Mas o gaúcho de 39 anos resolveu trocar de lado e atualmente é comentarista de arbitragem da RBS do Rio Grande do Sul. Formado em Educação Física, começou cedo a carreira. Aos 17 anos já dava os primeiros passos no comando de partidas de futebol. Foram 21 anos dedicados ao ofício dentro dos gramados. Desde novembro de 2010 está fora deles, ainda demonstrando grande competência que o marcou por todo este período. Gaciba falou à ANAF sobre os novos desafios, a carreira, testes físicos e diversos outros assuntos. 
Confira a entrevista:

ANAF: Por que você decidiu abandonar a carreira de árbitro?
Gaciba: O projeto que me foi apresentado pelo grupo RBS foi realmente encantador, não só pela estabilidade, mas pela projeção para o futuro!


ANAF: Como foi o convite e a preparação para se tornar comentarista esportivo?
Gaciba: Ela veio de uma tratativa com a direção da Rádio Gaúcha, onde participaram Cesar Freitas, Pedro Ernesto Denardin e Cleber Grabauska; seguiu-se um piloto na rádio e aí foi só acertar detalhes.


ANAF: Quando árbitro quais as maiores dificuldades enfrentadas?
Gaciba: Acho que as exigências são cada vez maiores e o retorno cada vez menor. Isso desmotiva. Vivia na incerteza entre um sorteio e outro, ora, tenho um filho para sustentar e ele não pode contar com a sorte do Pai para ter suas necessidades supridas.


ANAF: Acredita que o modelo de teste físico está correto? Por que?

Gaciba: Todos sabemos que não (Educadores físicos ou não). As valências exigidas no campo de jogo são outras e de outra intensidade.


ANAF: Agora como comentarista como analisa a arbitragem nacional?

Gaciba: Como via quando árbitro. Acho que acerta muito pelas condições que lhe são dadas e não acerta tanto quanto deveria se fosse profissional!


ANAF: Acha que o Brasil estará bem representado na Copa de 2014? Quem é (são) o(s) favorito (s) para ser o árbitro da Copa representando o país?

Gaciba: Minhas fichas se dividem em três nomes: Paulo Cesar Oliveira, Heber Lopes e Wilson Luis Seneme; todos excepcionais árbitros.


ANAF: Como avalia o trabalho da ANAF?
Gaciba: É dificil ser uma entidade Nacional num País Continental como o Brasil. As necessidades das Federações (Sindicatos) filiados são completamente diferentes. Enxergo a ANAF hoje como os árbitros. Faz muito pelas condições que lhe são dadas mas poderia fazer bem mais se fosse uma associação dirigida por profissionais.


ANAF: Em algum momento sentiu vontade de voltar a ser árbitro?
Gaciba: Ainda sinto falta da adrenalina do jogo, do convívio e da rotina de minha vida 
nos últimos 22 anos. Mas esta etapa está encerrada, estou muito feliz onde estou! 


ANAF: Deixe uma mensagem para quem deseja seguir a carreira na arbitragem.Gaciba: Lute pelo seu sonho. Um apito me levou a lugares fantásticos nos quais nunca imaginei que poderia chegar. Acima de tudo, seja honesto com você mesmo, não se iluda, tenha sempre os pés no chão. Caso tivesse que repetir toda a minha carreira de novo, não mudaria uma linha de minha história, talvez esse seja o motivo de estar tão feliz: vivi cada segundo na arbitragem como se fosse o último.

Fonte: Associação Nacional de Árbitros de Futebol/Safergs

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