terça-feira, 2 de agosto de 2011

ENTREVISTA

                                                                  Foto: Apito do Bicudo
O site Justicadesportiva.com.br entrevistou o árbitro Leandro Vuaden, que recentemente apitou a final da Libertadores Sub-20. Ele falou sobre o volta de jogadores do exterior para o Brasil, comentou o aspecto disciplinar do Brasileirão deste ano, além de relembrar alguns jogos marcantes que apitou ao longo da carreira. O árbitro, de 36 anos, faz parte do quadro da Fifa desde o ano de 2009, e nasceu no Rio Grande do Sul.

Justicadesportiva.com.br: Gostaria que você falasse um pouco da questão disciplinar na Série A do Brasileirão 2011, após um terço da competição disputado.
Leandro Vuaden: "Para você ter uma ideia, apitei poucos jogos do Campeonato Brasileiro até o momento, porque passei 30 dias fora, participando de uma competição sul-americana, então fiz até o momento quatro jogos da Série A. Pelo que tenho visto, tenho participado, a média de cartões continua a mesma. Evidentemente que, neste Campeonato Brasileiro em especial, as equipes estão com uma formação técnica muito boa, há jogadores experientes que voltaram do mercado estrangeiro e hoje estão participando do mercado nacional. Isso faz com que as partidas sejam emocionantes. Haja vista o que aconteceu na partida entre Santos e Flamengo. Uma partida com nove gols, emocionante. E evidentemente que o futebol é um esporte de contato físico e teremos disputas mais acirradas. Mas, dentro do contexto disciplinar, transcorre normalmente, ainda mais pela grandeza e pela qualidade que é o futebol brasileiro, com certeza o maior campeonato mundial".

Justicadesportiva.com.br: Você mesmo falou que muitos jogadores voltaram do exterior. Todo mundo que gosta de futebol, gosta de ver esses craques atuando. E para o árbitro dentro de campo, como isso influencia?
Leandro Vuaden: "Acho que a condição técnica melhora. Esses jogadores têm uma parcela de contribuição muito grande nesse sentido e evidentemente que o jogo se torna muito mais emocionante. Existe a presença muito maior, mais maciça, do torcedor, ele se identifica com seus ídolos. Então, há uma emoção muito maior e isso é gostoso, poder participar de grandes espetáculos da mesma forma como os jogadores. Pelo menos para mim, é visto com bons olhos e tenho certeza que o restante dos árbitros também pensa dessa forma. A qualidade técnica aumenta, melhora, a situação de jogo fica bem melhor e com certeza o retorno é dado para o torcedor".

Justicadesportiva.com.br: Você falou que apitou poucos jogos até aqui esse ano, qual o melhor deles?
Leandro Vuaden: "Trabalhei em quatro jogos este ano no Campeonato Brasileiro, foram eles: Corinthians x Vasco, Bahia x Botafogo, Palmeiras x Flamengo e agora Corinthians x Cruzeiro. Foram quatro partidas especiais, envolvendo grandes equipes. Você tem um Bahia que tem uma média de torcedores fantástica, uma equipe que tem esse alto astral em relação ao torcedor, todas as equipes têm uma qualidade técnica muito boa, isso sempre facilita para o árbitro. Quando se fala de responsabilidade, ela existe em todos os jogos, não é diferente em grandes espetáculos. Agora, é claro, a ajuda do torcedor, a presença de pessoas, faz com que se tenha mais emoção".

Justicadesportiva.com.br: Em toda sua carreira como árbitro, qual foi o maior jogo que já apitou?
Leandro Vuaden: "Fiz vários jogos emocionantes. Fiz um Flamengo x Goiás com 83 mil pessoas no Maracanã, um jogo que com certeza tem um diferencial. Teve um clássico Gre-Nal no Rio Grande do Sul que foi decisivo, que sempre é um jogo muito complicado, por eu ser do mesmo Estado, residir lá. Tem a rivalidade, a concentração toda, mas é tranquilo. Graças a Deus as coisas estão acontecendo naturalmente e, como disse no início, fiquei 30 dias fora, no Peru, participando da primeira Copa Libertadores Sub-20, fui o único brasileiro indicado, fiquei até o final da competição, fiz a final da competição no estádio Monumental, com presença de 65 mil torcedores. Então sempre é legal você poder, além de participar, estar tendo o trabalho reconhecido, o que é importante e fundamental".

Justicadesportiva.com.br: Qual foi o maior erro que já teve dentro de um jogo na carreira?
Leandro Vuaden: "Acho que essa é uma situação delicada, você falar sobre erro. A partir do momento que você for pesquisar, você vai descobrir e vai ver. Mas há algumas situações que são sempre chatas, sempre é chato e sempre é desagradável, então é bom nem lembrar".

Fonte: Justiça Desportiva - Danilo Silveira

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