sábado, 25 de fevereiro de 2012

Profissionalismo na Espanha?

A Fifa deseja árbitros profissionais, por isso a Comissão Técnica dos árbitros estuda as maneiras possíveis de fazê-lo na Espanha. O objetivo é  que o árbitro se dedique exclusivamente  ao futebol e se concente cada fim de semana na cidade do futebol das Rozas . A idéia é reunir semanalmente os árbitros para preparar e analisar cada dia da temporada.

Sistema integrado
A Comissão de Arbitragem quer que os associados se concentrem toda quinta-feira para alinhar os detalhes e olhar de frente a arbitragem do fim de semana. Juntos, eles poderiam estudar as possíveis interpretações das regras, analisariam os dias anteriores, bem como os equipamentos e jogadores a quem vão apitar e poderiam afinar a sua aptidão antes do jogo. Isto seria repetido no fim do dia. Todos os árbitros se reuniriam novamente na cidade do futebol, para discutir os jogos e para analisar sucessos e fracassos. Também aproveitariam a sua estadia em las Rozas para qualquer outra formação complementar de beneficio para eles.

Em duas maneiras
A profissionalização da arbitragem é algo no qual vem insistido há algum tempo, o presidente da Fifa, Joseph Blatter. Chegou a afirmar recentemente, que só aceitará árbitros profissionais para a Copa do Mundo de 2014. A verdade é que ainda não existe data fixada, mas pode ocorrer principalmente de duas maneiras: por indicação ou imposição da Fifa para todas as Federações Nacionais.  Ou começar a partir de uma negociação entre a Federação Espanhola e a Liga de Futebol Profissional.

Tempo integral
Segundo o atual acordo, a LFP repassa para a Federação um montante a cobrir as despesas de arbitragem. Um passo para a futura profissionalização seria não só definir um salário fixo para a carreira da arbitragem.  Seria necessário buscar uma espécie de compensação financeira após a conclusão das carreiras, bem como as carreiras futuras. Não esquecer que a carreira de um arbitro tem idade limite aos 45 anos. Atualmente, alguns árbitros espanhóis estão dedicados exclusivamente à atividade de arbitragem, como os Fifa, Carlos Velasco Carballo e Mateu Lahoz.

Remuneração fixa
Um árbitro da Primeira Divisão na Espanha, ganha cerca de 10.000 euros brutos fixos por mês, mais 3.438 euros por jogo. Geralmente, a menos em meses excepcionais cada arbitro apita dois jogos por mês. Em cada partida, recebe também diárias e custos de locomoção. A isto é preciso acrescentar 12.000 euros que recebem em uma única parcela de publicidade. Os árbitros cederam à Federação os seus direitos de imagem. Os assistentes ganham 1.440 euros por jogo e os árbitros de segunda divisão, 1.512 euros, reduzidos a 682 no caso de seus assistentes. O processo de profissionalização na Espanha está começando.

Fonte: Revista Árbitros/José Borda

PS: ao tempo que na Espanha, os apitos vivem a independência econômica, com remuneração profissional  invejável, no Brasil, ainda estamos abrindo terreno  para o fim da implantação de um instituto, que possa melhorar a situação desses profissionais na forma coletiva. Surge a verdade que nunca alcançaremos o que sucede naquele País, pois aqui vige a política segundo a qual, cada um olha para a sua taxa, sem que se pense em formar uma categoria profissional sólida, que possa fazer reivindicações como as demais procedem.  O árbitro de futebol brasileiro, é individualista na condição financeira, sem qualquer preocupação de organizar-se como um grupo capaz de exigir dos seus patrões  uma melhoria salarial, pois por incrível que pareça, os árbitros no Brasil, ao menos sabem quem são os seus empregadores.  Dito isso, se a situação vigente perdurar, no próximo século estaremos nas mesmas condições de hoje. Agradecimento especial ao amigo fraterno, José Borda, Diretor da Revista Árbitros.    

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