sábado, 12 de maio de 2012

Doloroso: são raras as exceções

 Tenho criticado reiteradamente, o excessivo número de cursos de arbitragem, que são realizados todos os anos pelas federações de futebol pelo país afora. Faço esta colocação porque o que se vê, é um contingente expressivo de formandos a cada ano nesta modalidade e após a conclusão do curso, ao invés de serem submetidos a um processo compartilhado de orientação, de acompanhamento, de aprimoramento técnico e cultural sobre a atividade que irão exercer, são abandonados e jogados na "arena" como um náufrago em alto mar.
Com raras exceções, a maioria das federações além de não possuir calendário para essa avalanche de novos árbitros, age de forma rudimentar na formatação desses cursos na didática empregada e, sobretudo, na composição das pessoas responsáveis de ministrarem aulas aos futuros apitos. Recentemente recebi informações, que pessoas  semi-analfabetas  na língua portuguesa e nas regras do jogo de futebol, estão proferindo aulas e exercendo a função de assessor de árbitros. É um absurdo!
A impressão que tenho ao deparar-me com tamanha impropriedade, é a de que o objetivo maior dos cursos realizados para árbitros de futebol no Brasil, tem como escopo arrecadar...arrecadar..... e propiciar lucro considerável a um grupo de "apadrinhados". Enquanto isso acontece, a qualidade vem sendo ignorada e o que temos presenciado sistematicamente é uma sequência interminável de vícios e equívocos técnicos e disciplinares com sérios prejuízos ao futebol brasileiro.
Em função das análises que tenho feito sobre os cursos de árbitros, há poucos dias recebi e-mail de um recém formando da Federação Paranaense de Futebol, que me questionou que se não há mercado para tantos árbitros e a maioria é malformada como tenho afirmado, aonde ele e seus colegas, que se formaram recentemente  irão apitar? Na correspondência eletrônica o futuro árbitro me relatou, que investiu quantia aproximada de R$ 4.500.00, entre inscrição, mensalidade, combustível e formatura durante seis meses com uma aula semanal.
Respondendo ao árbitro néofito e seus colegas, informo que no futebol paranaense temos 320 árbitros inscritos na FPF, segundo me informou o vice-presidente da associação dos árbitros, Claudio Pacheco. Como não tenho conhecimento na sua plenitude das competições da FPF,  me sinto impossibilitado de informá-lo adequadamente se há ou não mercado para todos os apitos.
Agora, a minha opinião sobre o assunto é de que se persistir a escalada desmesurada de cursos sem critérios definidos e a CA/CBF não interferir, penso que dificilmente haverá melhora na qualidade da arbitragem nacional.  E para atender a demanda dos homens de preto, os novos árbitros de futebol deverão ser enviados para apitar  na Conchinchina.



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