sexta-feira, 11 de maio de 2012

O Jogo da vida

Sou daquelas pessoas que acreditam que a partir do momento que o espermatozóide fecunda o óvulo e os gametas se encontram nasce a vida e desses dois processos biológicos define-se o ser humano, ganhamos fôlego e o sexo que pertenceremos.  A partir de então,  acredito que Deus, o criador, traça-nos um destino e acoplado ao destino nos concede um intelecto para darmos provimento a esse destino. Pois bem, quis o destino  do onipotente, onisciente e onipresente, que Adriano Milczvsk (foto) fosse o  árbitro laureado para dirigir um dos maiores clássicos do futebol brasileiro no próximo domingo, um dia especial, por se tratar do dia mas mães sem as quais não existiríamos.  Falo do jogo decisivo do campeonato paranaense entre Coritiba x Atlético/PR, que será disputado neste dia, às 16h no Couto Pereira.

Num campeonato marcado pela fragilidade e ausência qualitativa da gestão da comissão de arbitragem, que há oito anos ininterruptos não consegue revelar um único árbitro, é muito difícil fazer qualquer prognóstico sobre o desempenho do indigitado apitador nesta partida.  Mas entendo que devo exteriorizar minha parcela de contribuição, a Adriano Milczvski, pois gostem ou não,  apitei quatro Atletibas e todos de fundamental importância. O árbitro e os assistentes que têm o privilégio de atuar neste clássico, a meu ver deveriam ser aprimorados nos quesitos psicológico, técnico, físico e tático, e, ser lhes dado conhecimento do significado, da veneração do torcedor, dos dirigentes, dos atletas e em alguns casos até mesmo dos meios de comunicação deste clássico, para quem ganha e para quem perde. O Atletiba tem 50% de futebol e outro tanto de sociologia. É o único jogo do futebol paranaense que tem essa equilibrada interface - só um cego não vê - capaz de provocar infarto e morte, briga entre vizinhos e às vezes entre marido e mulher. Sintetizando: o Atletiba é um fenômeno de massa que avassala o seculo XXI e continuará avassalando por muitos e muitos séculos. 

Dito isso, vamos a arbitragem.  Para ter um bom desempenho e inscrever seu nome entre os árbitros de primeira grandeza do futebol paranaense, Milczvski deve praticar a arbitragem preventiva quando exigido, punir o antijogo, combater a violência, utilizar o bom senso, manter-se à esquerda da bola  e da jogada para ter dentro do seu campo de visão o jogo, seus desdobramentos e os assistentes. Não titubear em punir exemplarmente a qualquer momento do jogo qualquer atitude de indisciplina, pois se for condecedente neste tipo de infração, aí começa o fim da sua arbitragem.  Não ceder sob pressão em hipótese alguma, ser enérgico sem ser autoritário, confiar na sua capacidade e de seus assistentes, reler o livro Regras do Jogo de Futebol do início ao fim, objetivando traçar  um projeto no seu intelecto de interpretação e aplicação das regras do primeiro ao último segundo. Tudo isto deve acontecer sem precipitação  e com muito equilíbrio. Desejo a tríade escalada no Coritiba x Atlético/PR uma ótima atuação num quadro de árbitros carente de qualificação.

PS: entrevistado pelo jornalista Adriano Ribeiro da Gazeta do Povo nesta sexta (11/05) - sobre a arbitragem de Evandro Rogério Romam no primeiro Atletiba decisivo no domingo que passou, o diretor de árbitros da Federação Paranaense de Futebol, Afonso Vitor de Oliveira, explica o porquê da indigência técnica, tática, física e psicológica do quadro árbitros da entidade, que há muitos anos está sob a sua "regência".  Disse Afonso: "Ele (Romam) deixou de aplicar alguns cartões mas usou um critério só. Não pendeu para um lado ou outro. Considero o seu desempenho satisfatório". É bom lembrar que no mesmo jogo tivemos duas penalidades máximas indiscutíveis não assinaladas pelo citado apito.  Quando o assunto é arbitragem, fica claro que a CA/CBF, no momento, não reconhece que há árbitros paranaenses de alto nível ou, então, a CBF pouco se importa com os homens de preto da FPF, que está sem forças, sem prestígio e sem argumento para qualquer reivindicação.   

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