terça-feira, 5 de junho de 2012

Notícias do apito

Londrina a sede da arbitragem
O primeiro dia da comissão CA/CBF ontem em Londrina (PR), que foi designada para aplicar os testes físicos aos membros da Relação Nacional de Árbitros (Renaf) da Federação Paranaense de Futebol foi de apresentação. A partir desta terça-feira(5) - iniciam os testes de avaliação física, teórica e prática no campo de jogo dos árbitros e assistentes do quadro da CBF. A avaliação física consiste em testes de velocidade - 6 tiros de 40 metros e 20 de 150 metros, com breves intervalos para descanso. O temido teste físico que é aplicado de acordo com os padrões da Fifa, em 2011 causou desconforto ao árbitro da FPF Evandro Rogério Romam, que num caso "sui gêneris" na arbitragem brasileira, após fazer "forfait" no primeiro teste em fevereiro, foi reprovado nos dois testes subsequentes, vindo a ser aprovado apenas no mês de setembro daquele ano por ocasião do quarto teste. Resta saber qual será o procedimento adotado neste ano pela comissão se o mesmo acontecimento sobrevier a outro árbitro da confraria do apito paranaense. Aliás, o ocorrido com Romam não encontra ressonância junto a Conmebol e muito menos na Fifa.

Sem revelações
Nas décadas de 80/90, a cada teste para árbitros da CBF em Curitiba, surgiam de três a quatro nomes com perspectivas de futuro no cenário nacional. Na última década, o quadro de árbitros da FPF vem murchando de forma estratosférica no quesito qualidade, em função da falta de um projeto visionário que descubra novos talentos e, sobretudo, vocacionados para exercer o mister de árbitro de futebol. Não adianta a Federação Paranaense de Futebol continuar realizando cursos de forma reiterada com vem acontecendo anualmente, se não forem escolhidas pessoas capacitadas para compor a Escola de Formação de Árbitros e não mudar a didática que vem sendo empregada, já que o processo aplicado nos cursos para árbitros é genérica, sem uma formação particularizada e adequada para dotar os futuros apitos das reais condições que enfrentarão nos jogos que irão dirigir. Sem os requisitos nominados, continuaremos com o excesso de quantidade que é o quadro atual, porém, com ausência de qualidade. Pergunto: quantos árbitros tem a FPF hoje? Resposta: trezentos e vinte oito. Quantos candidatos ao quadro de Asp/Fifa tem o Paraná? Resposta: nenhum.


Melhorar a imagem do árbitro
A FPF deveria traçar na formação dos seus apitos, um programa tanto na entidade como nos clubes, que permitisse estimular e hierarquizar a atividade do árbitro. Em nível de clube, reconhecimento por parte dos dirigentes, treinadores, atletas, oferecendo treinamentos para a prática "pedagógica" dos árbitros, colaborando como reforço positivo, corrigindo e encaminhando o novato. Em nível de federação estabelecer rankings de atuações, em cada categoria, e principalmente formalizar reuniões para discussão (permanente) não só dentro do colégio arbitral, como também convidando técnicos, dirigentes etc... Os técnicos, na nossa opinião, deveriam ser conscientizados a conscientizar os seus comandados com respeito à importância do fair-play, o que ajudaria o árbitro a controlar melhor a partida.


Conferência nas segundas
Quando Nelson Lehmkhul dirigiu o extinto departamento de árbitros da FPF, sugeri que fosse realizada uma conferência sobre o desempenho da arbitragem durante a semana às segundas-feiras, na sede da entidade, objetivando discutir de forma equilibrada e sem a emoção do pós jogo, os equívocos e acertos do árbitro e assistentes nas tomadas de decisões no campo de jogo. Também disse a Lehmkhul, que um vídeo contendo os principais lances que geraram "polêmica" deveria fazer parte da discussão e convidar para discutir de forma equilibrada os prós e contras, um dirigente, um técnico, um membro da imprensa que tivesse notório conhecimento das Regras do Jogo de Futebol e um membro da CA/FPF. Essa medida se posta em prática, equacionaria as dúvidas e impediria que muitas atitudes imtempestivas que às vezes são tomadas após o fim das partidas pelos membros da arbitragem e, na maioria das vezes por atletas, dirigentes e técnicos fosse contida. Fica a sugestão para que a atual CA/FPF reflita sobre a ideia e quem sabe implemente no próximo campeonato paranaense.


Silêncio inexplicável
Assim que tomou posse, José Maria Marin presidente da CBF, criou dois cargos com vistas a melhorar o desempenho do árbitro de futebol no Brasil. Aristeu Leonardo Tavares foi designado Ouvidor de Arbitragem e Edson Resende Oliveira Corregedor dos Árbitros. Como o objetivo é qualificar a arbitragem nacional, penso que ambos poderiam iniciar esse processo a partir da propugnação da extinção sumária de todos os assessores de arbitragem que não exerceram a função de árbitro de futebol, e continuam realizando avaliações na Copa do Brasil e nas demais competições da CBF. Outro absurdo que vem acontecendo há vários anos é a indicação de "leigos" para aplicarem testes teóricos aos árbitros e aos assessores de arbitragem. Até o presente momento não conheço nenhum passo nessa direção da indigitada dupla, se são favoráveis ou contrários a continuidade desse descalabro. Se a intenção é aprimorar e qualificar o árbitro brasileiro, a manutenção desse tipo de comportamento está em total desacordo com o objetivo almejado pela entidade que comanda o futebol brasileiro.

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