As constantes falhas cometidas por árbitros e assistentes
durante uma partida de futebol podem ser explicadas através de estudos
científicos. A arbitragem ganha mais um
aliado que poderá atenuar as inúmeras incompreensões e agressões verbais que
são lançadas pelos torcedores, dirigentes, atletas e às vezes até mesmo pela
imprensa contra os mesmos, sobretudo na marcação da Regra 11 – o impedimento.
Estudo divulgado pela conceituada Revista Science que tem a
lavra dos pesquisadores Liqiang Hiang da Universidade de Hong Kong, Anne
Treisman, da Universidade de Princeton, e Harold Pashler, da Universidade da
Califórnia, afirma que, todos os seres humanos são possuidores de uma fraqueza
e tem dificuldades para captar o movimento de dois ou mais objetos ao mesmo tempo
– assim como mais de uma cor ou orientação espacial simultaneamente.
Em síntese, a impressão que temos de visualizar uma cena
complexa por inteiro é só coisa da nossa mente. De acordo com os pesquisadores
a visão humana funciona percebendo só
uma característica por vez em cada ponto
do espaço. Para cada local, só é possível observar conscientemente uma cor
(verde, por exemplo) e movimento (para a direita) por vez. No momento de
processar a informação de uma cena complexa, o cérebro teria de realizar uma
escolha: poderia captar, ao mesmo tempo, dois objetos e suas posições, porém
não conseguiria captar com a mesma
clareza as cores deles, ou a direção e velocidade de seu deslocamento.
Analisar as limitações da percepção humana não é exatamente
novidade. Há vários estudos em curso em diferentes universidades do planeta que
mostram que, mesmo em situações bem mais simples que um jogo de futebol, a
capacidade de perceber uma imagem depende muito da quantidade de imagens nas
quais o ser humano está focado conscientemente.
O estudo dos indigitados cientistas no que tange a arbitragem (assistente) -
termina afirmando que, é como se o bandeira conseguisse ver com certa
facilidade as posições tanto do atleta que lança a bola quanto do atacante, mas
sofresse mais para ver que a camisa deles é a mesma, e não a da equipe que está
na defesa. O mesmo parece valer para o movimento. Se dois jogadores estão se
movimentando, a visão do bandeirinha fica borrada.
Os pesquisadores sugerem que, na verdade, a mente humana
faria uma imagem composta da cena, juntando dados de instantes diferentes num
quadro artificial único. Resta saber como irá proceder a Fifa com relação à
esta pesquisa científica, e quais serão os mecanismos utilizados daqui em
diante para aprimorar o campo visual dos assistentes, ou se teremos a
implementação da eletrônica no futebol.
Aliás, a Fifa anunciou
para o próximo dia 6 de julho se vai ou não implementar a bola com chip para equacionar lances como o do
inglês Lampard na Copa da África do Sul, quando a bola ultrapassou a linha de
meta em 39 centímetros no choque com a Alemanha e o assistente uruguaio Mauricio
Espinosa e seu compatriota Jorge Larrionda, não conseguiram captar a velocidade
da bola e não validaram o gol legítimo.
No prélio Inglaterra 1 x 0 Ucrânia
pela Eurocopa/2012, tivemos lance semelhante. Pelo andar da carruagem, o
próximo passo da entidade que controla o futebol no planeta no que tange a
eletrônica, deverá contemplar os assistentes o que na nossa opinião é um fato
irreversível.
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