terça-feira, 19 de junho de 2012

Um "fantasma" atormenta os árbitros


As constantes falhas cometidas por árbitros e assistentes durante uma partida de futebol podem ser explicadas através de estudos científicos.  A arbitragem ganha mais um aliado que poderá atenuar as inúmeras incompreensões e agressões verbais que são lançadas pelos torcedores, dirigentes, atletas e às vezes até mesmo pela imprensa contra os mesmos, sobretudo na marcação da Regra 11 – o impedimento.
Estudo divulgado pela conceituada Revista Science que tem a lavra dos pesquisadores Liqiang Hiang da Universidade de Hong Kong, Anne Treisman, da Universidade de Princeton, e Harold Pashler, da Universidade da Califórnia, afirma que, todos os seres humanos são possuidores de uma fraqueza e tem dificuldades para captar o movimento de dois ou mais objetos ao mesmo tempo – assim como mais de uma cor ou orientação espacial simultaneamente.
Em síntese, a impressão que temos de visualizar uma cena complexa por inteiro é só coisa da nossa mente. De acordo com os pesquisadores a visão humana funciona  percebendo só uma característica  por vez em cada ponto do espaço. Para cada local, só é possível observar conscientemente uma cor (verde, por exemplo) e movimento (para a direita) por vez. No momento de processar a informação de uma cena complexa, o cérebro teria de realizar uma escolha: poderia captar, ao mesmo tempo, dois objetos e suas posições, porém não conseguiria captar com  a mesma clareza as cores deles, ou a direção e velocidade de seu deslocamento.
Analisar as limitações da percepção humana não é exatamente novidade. Há vários estudos em curso em diferentes universidades do planeta que mostram que, mesmo em situações bem mais simples que um jogo de futebol, a capacidade de perceber uma imagem depende muito da quantidade de imagens nas quais o ser humano está focado conscientemente.
O estudo dos indigitados cientistas  no que tange a arbitragem (assistente) - termina afirmando que, é como se o bandeira conseguisse ver com certa facilidade as posições tanto do atleta que lança a bola quanto do atacante, mas sofresse mais para ver que a camisa deles é a mesma, e não a da equipe que está na defesa. O mesmo parece valer para o movimento. Se dois jogadores estão se movimentando, a visão do bandeirinha fica borrada.
Os pesquisadores sugerem que, na verdade, a mente humana faria uma imagem composta da cena, juntando dados de instantes diferentes num quadro artificial único. Resta saber como irá proceder a Fifa com relação à esta pesquisa científica, e quais serão os mecanismos utilizados daqui em diante para aprimorar o campo visual dos assistentes, ou se teremos a implementação da eletrônica no futebol.
 Aliás, a Fifa anunciou para o próximo dia 6 de julho se vai ou não implementar a  bola com chip para equacionar lances como o do inglês Lampard na Copa da África do Sul, quando a bola ultrapassou a linha de meta em 39 centímetros no choque com a Alemanha e o assistente uruguaio Mauricio Espinosa e seu compatriota Jorge Larrionda, não conseguiram captar a velocidade da bola e não validaram o gol legítimo.  No prélio Inglaterra  1 x 0 Ucrânia pela Eurocopa/2012, tivemos lance semelhante. Pelo andar da carruagem, o próximo passo da entidade que controla o futebol no planeta no que tange a eletrônica, deverá contemplar os assistentes o que na nossa opinião é um fato irreversível.      


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