segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Simulação é o "câncer" do futebol

 
Convidado pelo ex-árbitro Mike Riley, que preside a Associação Profissional dos apitos da Inglaterra, para proferir palestra àqueles que irão laborar na Premier League, na temporada 2012/2013, Pierluigi Collina (foto), atual diretor de árbitros da Uefa, afirmou que os homens que dirigem prélios de futebol em todo o planeta têm que adotar um comportamento inflexivel contra os atletas, que são uzeiros e vezeiros na "arte" de simular faltas. O árbitro que não tiver personalidade forte para combater este “câncer”, está predestinado ao fracasso, disse Collina.
Premiado seis vezes consecutivas como o melhor árbitro de futebol do mundo, pela Federação Internacional de História e Estatística de Futebol de Nuremberg, Collina disse aos apitos ingleses, que é inaceitável o comportamento de um contingente de árbitros, que aceitam passivamente esse tipo de comportamento dos jogadores no campo de jogo. E, que, está cada vez mais difícil a arbitragem detectar quando um atleta é tocado, agarrado ou cai durante uma partida, ou seja, se foi simulação ou falta.
"Os jogadores tornaram-se hábeis em disfarçar suas ações intencionais e, portanto, é difícil diferenciar um desafio justo ou sujo", afirmou em voz alta aos homens de preto da Liga Inglesa. Diante das dificuldadas encontradas pelos árbitros neste tipo de lance, Collina enfatizou que a preparação do personagem principal do futebol deve ser de excelência independente da competição que estiver atuando, para punir com exatidão os infratores que denigrem a imagem do futebol e, por extensão, do próprio árbitro.

A pioneira
A Bundesliga, que comanda o campeonato de futebol na Alemanha, já solicitou a Fifa autorização para implantar a tecnologia no auxílio à arbitragem na temporada 2013/2014, nas Séries A e B. A escolha foi pela sistema GoalRef, que é fabricado pelo Instituto Fraunhofer da Alemanha, que tem custo inferior ao outro sistema aprovado pela Fifa, que é o Hawk-Eye.

Eleição em setembro (1)
O site da Associação Profissional de Árbitros de Futebol do Paraná, convoca a confraria do apito paranaense, para a eleição da nova diretoria no mês que vem. Cooptada pelo ex-presidente Onaireves Moura em 2004, tendo a frente Afonso Vitor de Oliveira, a associação dos árbitros deixou sua sede própria no edifício Asa em Curitiba, e mudou-se para as dependências do Pinheirão. Dias depois, o mausoléu do futebol do Paraná foi interditado pela Justiça e desde então os árbitros da FPF estão sem sede.
Centralizada no interior do estado e sem representatividade junto a Federação Paranaense de Futebol, as últimas administrações da associação, permitiram que a partir de 2009, a FPF estabelecesse uma taxa para os árbitros que apitam suas competições. Em tempo: a FPF é a única entidade do futebol brasileiro e quiçá do planeta, que taxa seus árbitros. Se houver dúvidas, sugiro aos árbitros consultarem as demais federações de futebol, a Conmebol, a Uefa e a Fifa a respeito da cobrança de taxa para apitar.

Eleição em setembro (2)
Resta saber qual será o posicionamento da categoria paranaense daqui para frente, já que o Congresso Nacional deverá votar neste semestre, o Projeto de Lei 6405/2002 e apensos, que versa sobre a regulamentação da atividade do árbitro de futebol. Regulamentada a situação do árbitro de futebol no Brasil, vêm aí a Confederação Brasileira dos Árbitros de Futebol, e obviamente as associações não terão direito a voto na eleição da confederação de acordo com a Constituição vigente no Brasil.

Eleição em setembro (3)
Além do exposto, a entidade que "representa" a categoria do apito da terra dos pinherais, parou no tempo, se "aquietou" e concordou com a CA/FPF, com a realização de uma única pré-temporada para um grupo restrito de árbitros e a um rega-bofe ao final de cada temporada. É necessário ampliar o universo da pré-temporada e realizar no mínimo de dois a quatro painéis sobre as regras do Jogo de Futebol ao longo do ano, objetivando aprimorar a qualidade dos nossos árbitros.
A escalada decadente da arbitragem paranaense teve início em 2004, e desde então o nosso quadro de arbitragem não conseguiu revelar um único árbitro em função do modelo de gestão anacrônico que é utilizado. Tanto é verdade, que nos últimos três anos a CA/FPF não conseguiu indicar nenhum nome a CA/CBF para o processo seletivo de Asp/Fifa.

Vuaden foi perfeito
Nos primórdios da sua carreira, o árbitro Leandro Vuaden (Fifa/RS), despontou no futebol brasileiro com um estilo europeu de dirigir jogos de futebol e por isso foi bastante criticado. O tempo passou, Vuaden amadureceu, foi eleito o melhor apito do Brasileiro/2011, e neste ano está voando baixo. Sua atuação no Coritiba 1 x 2 Corinthians, no Couto Pereira, retratou um árbitro moderno, equilibrado, praticando a arbitragem preventiva, através do olhar, sinais, dos gestos, da fala, do apito e somente quando necessário a aplicação do cartão amarelo. Deixou o jogo fluir como quer a Fifa, não caiu no lero-lero da simulação e, sobretudo, fêz valer o espírito das regras, interpretando e aplicando-as com inteligência. Arbitragem perfeita!

PS: a pessoa é a dimensão de tudo. Diante dessa assertiva, cabe afirmar que a simulação dos atletas em partidas de futebol é um ato doloso a comprometer a serenidade da arbitragem, e deveria merecer um artigo no diploma punitivo do qual se valem os colegiados, que julgam as litigiosidades do futebol no país. Já que se trata da mais vergonhosa atitude ética de qualquer profissional que a pratique, pois com esse comportamento o homem principal de um espetáculo esportivo vê-se em contingências difíceis e porque não dizer o cidadão-simulação dos gramados, torna-se um "deliquente do futebol", não só perante a torcida como a sociedade em geral. Dito isso, estamos torcendo pelo sepultamento dessa grosseria que muitos ousam a utilizá-la nos tempos atuais.

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