Juízes cogitam um minuto de silêncio antes de jogos em protesto contra pressão da torcida

Adriano Wilkson
Do UOL, em São Paulo

• Marco Antônio Martins, presidente do sindicato, planeja protesto formal a favor de árbitros
  

Os árbitros organizados planejam uma grande manifestação contra a pressão que dizem sofrer na reta final do Brasileirão.
Uma assembleia nacional na semana que vem pretende decidir de que forma o protesto acontecerá. A ideia é que ele ocorra durante as próximas rodadas do campeonato.
Entre as opções levantadas está a realização de um minuto de silêncio antes de cada partida como uma forma de conscientizar a torcida de que a pressão sobre a arbitragem é prejudicial ao futebol.
Outras propostas são a utilização de uma tarja preta no uniforme e até mesmo a inscrição, nas camisas, de frases em favor dos juízes.
“Queremos dizer que quem está ali é um ser humano também, que pode errar, mas não pode ser tratado como está sendo”, afirma o presidente do sindicato nacional da categoria, Marco Antônio Martins.
Segundo ele, uma nota à imprensa será lançada em breve sobre o assunto.
Entre os juízes, aumentou nos últimos dias um sentimento de indignação diante das críticas - consideradas infundadas pela categoria - de torcedores, jornalistas, jogadores, técnicos e cartolas.
O fato principal que desencadeou a ideia de um protesto formal é a tentativa de anulação da partida entre Internacional e Palmeiras, no último sábado, quando o juiz Francisco Carlos Nascimento invalidou um gol de mão do argentino Barcos.
Os árbitros creem que estão sendo injustiçados e vítimas de um processo de transferência de responsabilidade por parte de cartolas em situação delicada.
“Essa situação toda que o Chicão está passando só acontece porque o Palmeiras está prestes a cair. É um absurdo alguém querer se beneficiar em cima de um lance claramente ilegal. O Barcos deveria ser punido exemplarmente por tentar ludibriar o juiz. Que mensagem estamos passando aos mais jovens?”, diz Martins.
As polêmicas em torno da arbitragem ganharam o protagonismo da reta final do Brasileirão. Vários times, da parte de cima ou de baixo da tabela, têm reclamado, afirmando prejudicados por decisões dos homens do apito.