quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Notícias do apito

Foto: Anaf
Congresso da Anaf  ficou devendo (1)
A direção da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), postou no seu site que o 31º Congresso da entidade, realizado no período de 9 a 11 do mês em curso foi o maior de todos os tempos. É importante enfatizar que o nominado evento teve a presença do ministro do Esporte, Aldo Rabello e do presidente da CBF, José Maria Marin. Afora esta notícia, muito pouco se produziu, praticamente nada de novo se  apresentou e as principais aspirações da confraria do apito brasileiro continuam estacionadas

Congresso da Anaf ficou devendo (2)
O Projeto de Lei 6405/2002 e seus apensos, que visa regulamentar a profissão do árbitro de futebol no Brasil e dormita nas gavetas da Câmara dos Deputados, deveria na nossa opinião, ser o objeto principal  da reunião e discutido de forma ampla, geral e irrestrita. As informações que recebi, apontam que foi feito apenas um pequeno preâmbulo, e, solicitado aos presidentes de sindicatos e associações, que contatassem com os deputados federais dos seus Estados, para quando o projeto chegar ao plenário em Brasília ser votado. É muito pouco diante do significado do projeto. Com a presença do ministro do Esporte in loco, faltou criatividade e imaginação aos homens da Anaf.

Congresso da Anaf ficou devendo (3)
Outra situação que a Anaf vem empurrando com a “barriga” há vários anos e voltou a fazê-la novamente no final de semana que passou, diz respeito a duplicidade de sindicatos e associações de árbitros. É sabido que de acordo com o Art. 8º da Constituição Federal e o inciso 3º, e o Art. 513 da Consolidação da Leis Trabalhistas (CLT), que é prerrogativa do sindicato representar as categorias trabalhistas, desde que tenham em mãos o Registro Sindical ou Carta Sindical como queiram.

Congresso da Anaf ficou devendo (4)
Como é sabedora quais são os sindicatos que possuem o Registro Sindical (na atualidade apenas cinco estados a possuem), não cabe a Anaf outra posição a não ser reconhecê-los com legítimos representantes da categoria dos homens de preto nos seus respectivos Estados. Porém, ao invés de normatizar o problema cumprindo a lei, a Anaf vem protelando a decisão e incrementando em alguns casos uma fortíssima cizânia, e com isto enfraquecendo ainda mais a qualidade do árbitro de futebol. Explico: há casos de duas ou mais associações e “pseudos-sindicatos”, num mesmo Estado.  

Congresso da Anaf ficou devendo (5)
Havia uma expectativa que após a reunião em São Paulo, a Anaf e os presidentes de associações e sindicatos legalizados, que são cinco (Ceará, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo) - divulgassem um projeto com conteúdo significativo, objetivando um plano de modernização para a arbitragem brasileira. Plano esse, que deveria estabelecer um novo paradigma de formação das comissões de arbitragens das federações, na composição das escolas de formação dos futuros árbitros, a extinção sumária dos “assessores de arbitragem”, que nunca exerceram a atividade de árbitro de futebol e o fim do sorteio. Tudo ficou com “Dantes no Quartel de Abrantes”. Se desejasse contribuir para a melhora do desempenho da arbitragem nacional, a Anaf poderia opinar. Preferiu o “silêncio”. Lamentável!

Congresso da Anaf ficou devendo (6)
Faltou revelar aos congressistas na sua plenitude e no site da entidade aos quatrocentos e dezesseis árbitros de futebol que compõe a Renaf, o tempo de duração do contrato e os valores financeiros que são pagos pelas empresas que estampam suas logomarcas nas camisas, calções, bermudas, meias e nas mangas das camisas dos árbitros, que atuam nas competições da CBF de fevereiro a dezembro de cada temporada. O montante divulgado pela Anaf, R$ 9.600.00 mensais, que é depositado na conta da entidade, foi recebido com frieza e para a maioria esmagadora dos presentes representa uma “ninharia”.

Arbitragem paulista fez “forfait” (1)
Além do enunciado acima, o Congresso da Anaf  ficará estigmatizado por um fato inusitado.  Embora tenha sido efetivado na cidade de São Paulo e com ampla divulgação nos sites, blogs e diferentes veículos de comunicação, o evento não teve a presença de nenhum árbitro pertencente a Federação Paulista de Futebol.

Arbitragem paulista fez “forfait" (2)
A informação que chegou até este colunista, para a ausência em massa dos árbitros paulista ao acontecimento da Anaf, tem nome. Arthur Alves Júnior, secretário-geral da Anaf. Além do cargo na entidade nacional, o indigitado dirigente é membro da comissão de árbitros da Federação Paulista de Futebol, presidente do sindicato dos árbitros de futebol de São Paulo e diretor da cooperativa dos apitadores da cidade da garoa. Conclusão: os árbitros paulistas mandaram um recado ao nominado dirigente. Não se pode servir a dois senhores. Ou se defende a classe, ou se alia aos poderosos.  

Desmoralizado em âmbito nacional
Quem faz a diferença torna-se referência. E em se tratando de líder sindical no setor do apito na atualidade, o nome é Ciro Camargo, presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Rio Grande do Sul. Camargo, na sua inserção no acontecimento em SP, levantou a questão da cobrança da taxa que é cobrada pela Federação Paranaense de Futebol, dos árbitros para apitarem as competições da FPF. O sindicalista gaúcho, perguntou aos presidentes de associações e sindicatos, se eles tinham conhecimento de situação similar nas suas federações e a resposta foi unânime: Não. José Rene Stavinski, “presidente” da associação dos árbitros do Paraná, participante do encontro se fez de cego, mudo, surdo.  Que desmoralização! Qualquer dúvida sobre o fato, falem com Ciro Camargo.

Apaf troca de comando
No próximo sábado (17), na cidade de Irati, acontece o rega-bofe anual dos árbitros da Federação Paranaense de Futebol e, por conseguinte, a posse da nova diretoria da associação dos árbitros do Paraná (Apaf), sob o comando de Roberto Braatz. A brilhante trajetória de Braatz como assistente Fifa em âmbito local, nacional e internacional, lhe conferem autoridade ética, moral e legal para romper com a submissão “vergonhosa”, da associação em relação a FPF, que espalhou-se como metástase na entidade desde 2004.

Uma nova entidade ou continuísmo?
Se houver um mínimo de inteligência e o bom senso prevalecer entre os árbitros da Federação Paranaense de Futebol, Roberto Braaatz, presidente da associação dos árbitros e Airton Nardelli, presidente do Sindicato Profissional dos Árbitros de Futebol Paraná, a partir do ano que vem o futebol paranaense terá uma entidade comprometida com os interesses da categoria.

Sindicato ou associação?
Quem se ater a consultar a Constituição do País, observará que o sindicato é a única entidade com poderes para representar os interesses de qualquer categoria trabalhista. Além disso, se a direção da Anaf não retroceder, surgirá nos próximos meses no seio dos homens do apito, a Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol.

Associação não tem voto   
Criada a federação, somente terá direito a voto o sindicato, o que está estipulado na Carta Magna do País. Portanto, deixo aqui neste espaço uma sugestão: que Braatz e Nardelli se despojem de tudo e de todos, pensem e procedam como gente grande.

Quem será o presidente do novo sindicato?
A resposta deve surgir de uma diálogo de consenso entre Airton Nardellli e Roberto Braatz. É óbvio que dado o caminho percorrido na arbitragem, o assistente Fifa Braatz sai na dianteira. Está em plena atividade, conhece todos os árbitros em âmbito local e nacional, tem livre trânsito na CBF e na Anaf, requisitos elementares que lhe dão uma longa margem de vantagem sobre Nardelli. 

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