quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Árbitro não fala: Arbitra

José Gomes, presidente da Associação Portuguesa dos Árbitros de Futebol (Apaf) de Portugal, sugeriu após o clássico Sporting x Benfica, que os árbitros possam se manifestar e se defender das críticas e das agressões verbais que recebem após as partidas. Até porque, disse Gomes, é concedida essa prerrogativa aos técnicos, aos atletas e aos dirigentes para justificarem o porquê das inúmeras falhas ou virtudes que ocorrem num jogo e até mesmo durante uma temporada.

Gomes disse,  que os árbitros são submetidos a uma pressão psicológica descomunal durante um prélio e é natural que em algumas ocasiões, sofram algum tipo de  influência. E, por consequência, cometam algum equívoco.  “Os erros dos árbitros são, no fundo, iguais aos erros dos jogadores”, finalizou o presidente da Apaf.
Enquanto em Portugal surge uma proposta para a arbitragem explicar seus equívocos ocorridos durante um jogo, aqui no Brasil, a Câmara dos Deputados em Brasília, delegou poderes ao ex-jogador Romário, agora deputado pelo PSB do Rio de Janeiro, no sentido de estudar uma proposta que prevê punição aos árbitros de futebol que cometam equívocos durante o campeonato brasileiro. Nos próximos meses, Romário deverá convocar a categoria dos homens do apito e seus representantes classistas, para discutirem o tema numa audiência pública.    
O árbitro de futebol é humano, não é uma máquina. Por isso tem o direito de errar. Porém, no futebol brasileiro, a escalada tenebrosa de equívocos primários que são perpetrados pela arbitragem de terça-feira a domingo nas competições da CBF, obstaculiza qualquer  pronunciamento visando justificar a incapacidade que vivenciamos do nosso homem de preto, na interpretação e aplicação das Regras de Futebol.
Incapacidade que é originária da péssima didática que é aplicada nas escolas das federações estaduais de onde os apitos são originários e, sobretudo, da ausência de um projeto de excelência para o quadro nacional da própria entidade que comanda o futebol brasileiro.
Além do exposto, no nosso futebol, há muito tempo, os critérios estabelecidos para a indicação de um árbitro ou assistente para a Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf), deixou de privilegiar o talento e a vocação do indicado, para desgraçadamente aceitar a indicação política. O indicado na maioria das vezes tem que ter perfil socioeconômico acima da média da população brasileira, ou gravitar em ambientes frequentado pelo status quo que comanda os destinos da sofrida plebe brasileira.

PS: A Fifa não permite que o árbitro e assistentes concedam entrevistas sobre fatos ocorridos no campo de jogo, nos quesitos interpretação e aplicação das regras. Essa prática é universal e entendo que é adequada.  Em se tratando do Brasil, deixo aqui um sugestão. Que tal a implementação de uma comissão formada por pessoas com notório conhecimento sobre as Regras de Futebol, que fariam a compilação dos lances polêmicos e via teleconferência uma vez por semana, explicariam os prós e os contras das tomadas de decisões da arbitragem. 
                                                  Divulgação
PS (2): Em entrevista concedida após o final do Mundial Sub-17, realizado nos Emirados Árabes, o chefe de arbitragem da Fifa, Massimo Busacca (foto), afirmou que a nomeação dos árbitros e assistentes para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, não será em janeiro, mas em maio do ano que vem.  



    
                        

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