José Gomes, presidente da Associação Portuguesa dos Árbitros de Futebol (Apaf)
de
Portugal, sugeriu após o clássico Sporting x Benfica, que os árbitros
possam se manifestar e se defender das críticas e das agressões verbais
que recebem após
as partidas. Até porque, disse Gomes, é concedida essa prerrogativa aos
técnicos, aos atletas e aos dirigentes para justificarem o porquê das
inúmeras falhas ou virtudes que ocorrem num jogo e até mesmo durante uma
temporada.
Gomes disse, que os árbitros são submetidos a uma pressão psicológica
descomunal durante um prélio e é natural que em algumas ocasiões, sofram algum tipo de influência. E, por consequência, cometam algum equívoco. “Os
erros dos árbitros são, no fundo, iguais aos erros dos jogadores”, finalizou o presidente da Apaf.
Enquanto
em Portugal surge uma proposta para a arbitragem explicar seus
equívocos ocorridos durante um jogo, aqui no Brasil, a Câmara dos
Deputados em Brasília,
delegou poderes ao ex-jogador Romário, agora deputado pelo PSB do Rio de
Janeiro, no sentido de estudar uma proposta que prevê punição aos
árbitros de futebol que cometam equívocos durante o campeonato
brasileiro. Nos próximos meses, Romário deverá convocar
a categoria dos homens do apito e seus representantes classistas, para
discutirem o tema numa audiência pública.
O
árbitro de futebol é humano, não é uma máquina. Por isso tem o direito
de errar. Porém, no futebol brasileiro, a escalada tenebrosa de
equívocos primários
que são perpetrados pela arbitragem de terça-feira a domingo nas
competições da CBF, obstaculiza qualquer pronunciamento visando
justificar a incapacidade que vivenciamos do nosso homem de preto, na
interpretação e aplicação das Regras de Futebol.
Incapacidade
que é originária da péssima didática que é aplicada nas escolas das
federações estaduais de onde os apitos são originários e, sobretudo, da
ausência
de um projeto de excelência para o quadro nacional da própria entidade
que comanda o futebol brasileiro.
Além
do exposto, no nosso futebol, há muito tempo, os critérios estabelecidos
para a indicação de um árbitro ou assistente para a Relação Nacional de
Árbitros
de Futebol (Renaf), deixou de privilegiar o talento e a vocação do
indicado, para desgraçadamente aceitar a indicação política. O indicado
na maioria das vezes tem que ter perfil socioeconômico acima da média da
população brasileira, ou gravitar em ambientes
frequentado pelo status quo que comanda os destinos da sofrida plebe
brasileira.
PS: A
Fifa não permite que o árbitro e assistentes concedam entrevistas sobre
fatos ocorridos no campo de jogo, nos quesitos interpretação e
aplicação das
regras. Essa prática é universal e entendo que é adequada. Em
se tratando do Brasil,
deixo aqui um sugestão. Que tal a implementação de uma comissão formada
por pessoas com notório conhecimento sobre as Regras de Futebol, que
fariam a compilação dos lances polêmicos e via teleconferência uma vez
por semana, explicariam os prós e os contras
das tomadas de decisões da arbitragem.
Divulgação
PS
(2): Em entrevista concedida após o final do Mundial Sub-17, realizado
nos Emirados Árabes, o chefe de arbitragem da Fifa, Massimo Busacca
(foto), afirmou
que a nomeação dos árbitros e assistentes para a Copa do Mundo de 2014
no Brasil, não será em janeiro, mas em maio do ano que vem.
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