O
33º Congresso das Entidades de Classe e Árbitros de Futebol, que acontece a
partir desta sexta-feira (8), até domingo em Belém (Pará), deverá apresentar duas vertentes: a primeira, majoritária que
visa o continuísmo do “status quo” vigente, com o discurso de “fortalecer” a
Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf). A segunda, minoritária deseja que no congresso
em tela, seja instituída uma comissão que viabilize mecanismos para a criação
da Federação Brasileira de Árbitros de
Futebol, com o escopo de alavancar e desenvolver melhorias aos árbitros de
futebol de todo o País.
Nunca
é demais lembrar que Anaf não é reconhecida pelo ministério do Trabalho e
Emprego, porque, não preenche os requisitos básicos exigidos por Lei. Além do exposto, a Anaf não encontra amparo jurídico conforme o
Decreto Lei nº 5452, de 1º de maio de 1943, que versa sobre a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT).
Portanto,
a proposta “majoritária” de continuidade e fortalecimento da Anaf não encontra
guarida, é um retrocesso e se mantida a ideia vai mergulhar a arbitragem
brasileira num abismo. Além disso, impedirá avanços significativos do árbitro e
seus assistentes na direção de conquistarem a credibilidade nas tomadas de
decisões no campo de jogo. O modelo atual está esgotado e são raros os árbitros
que conseguem manter qualidade nas suas decisões.
Quanto
a formação de uma comissão para a implementação de uma Federação, entendo que
as perspectivas são promissoras e deve constar das discussões que acontecerão
em Belém. Sobretudo, porque uma entidade em consonância com a legislação
vigente junto ao ministério do Trabalho e Emprego e que esteja amparada pela
(CLT), tem a legitimidade que falta à Anaf.
Legitimidade
para reivindicar, aprimorar e consolidar o Decreto Lei nº 12.867, que
reconheceu a atividade do árbitro como profissional em todo o País, no último dia
11 de outubro e nada mais. Explico: Quem
leu ou ler o Projeto de Lei nº 6405/2002, na sua formatação original, vai
observar o desvirtuamento e o esfacelamento total que sofreu o nominado projeto
ao longo dos últimos onze anos, pela ausência de uma instituição legitimamente
constituída junto aos órgãos mencionados acima.
Quanto
aos que me enviaram e-mails questionando o porquê da acidez das minhas colocações aqui neste espaço, contrárias
aos dirigentes da Anaf informo que: Não tenho nenhuma pretensão em
fazer parte de associação, sindicato ou federação. Não desmereci o que fez Anaf
até o presente instante, pelo contrário: seus dirigentes na nossa opinião, se
não realizaram o esperado pela categoria dos homens de preto, acredito, foi
porque a Anaf não preencheu o estabelecido pela lei, pelo apego ao cargo e
pelas limitações que são inerentes a natureza humana.
PS: Marcelo de Lima Henrique (Foto/Fifa/RJ), o melhor árbitro do Campeonato Brasileiro do ano em curso, na semifinal da Copa do Brasil envolvendo Grêmio/RS 0 x 0 Atlético/PR, no Olímpico em Porto Alegre, fez o que a Fifa espera de um excelente árbitro: "Arbitrar bem é sentir o jogo para possibilitar seu desenvolvimento natural, somente interferindo para cumprimento das Regras de Futebol e, especialmente, do seu espírito que é punir o infrator".
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