quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Árbitros têm que dar o grito de independência!

É sabido que a empresa pênalti estampa sua logomarca na indumentária que veste os árbitros (meia, bermuda e camisa), que compõe a Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf) da CBF, há mais de uma década. Logomarca que é exibida via TV, jornais, revistas e internet, de terça à sexta-feira, de fevereiro a dezembro de cada temporada. Desnecessário afirmar que os apitos brasileiros nesse caso, são verdadeiros garotos-propaganda, muito embora não recebam um único centavo pelo patrocínio que ostentam nos seus uniformes.
Além do que você leu acima, em 15 de janeiro de 2002, a Fifa autorizou patrocínio específico na manga da camisa do árbitro e assistente de futebol em todo o planeta, e, especificou que a publicidade postada naquele espaço, deveria ser revertida em benefício exclusivo dos homens de preto.
Na sua justificativa para essa concessão, a entidade que controla o futebol mundial, elencou que o anúncio específico na manga da camisa, tinha como objetivos: contribuir para o aprimoramento das tomadas de decisões da arbitragem no campo de jogo, através da realização de congressos, painéis e seminários com a participação de instrutores internacionais com notório conhecimento sobre a matéria. E, também, propiciar o processo de profissionalização do árbitro de futebol, visando a sua independência e a proximidade nos critérios de arbitragem e a consequente minimização dos erros nas partidas.
Apesar do enunciado nos parágrafos anteriores e o tempo decorrente, a CBF e todas as diretorias da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), até o presente instante nunca aplicaram na sua plenitude as determinações da Fifa. A CBF porque deixou de agir em consonância com a determinação e a Anaf pela omissão e conivência. Ou seja: calou-se e a tudo consentiu.     
                                                    Divulgação
                        Valores da logomarca na manga da camisa será revertido em favor dos árbitros?
Quem acompanha o site da CBF no setor da arbitragem, observará que a cada ano cursos de aperfeiçoamento são ministrados pela Comissão de Árbitros, mas, direcionados para um contingente pequeno (árbitros e assistentes Fifa, e às vezes para o quadro especial). Os demais ficam a espera das informações daqueles que participam desses cursos. Talvez, resida aí uma das causas da “orgia” de critérios de cada árbitro no momento de interpretar e aplicar as Regras de Futebol, nos campeonatos da CBF.
Mas o “atraso” do árbitro do futebol brasileiro em relação aos seus congêneres europeus, não está circunscrito apenas a ausência da realização de congressos, painéis e seminários. A confraria dos apitos da Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Japão, Holanda e mais recentemente Portugal, participam há muito tempo dos lucros financeiros das propagandas que são alocadas nos seus uniformes, inclusive na manga da camisa como determina a Fifa.   
PS: Com a promulgação da Lei nº 12.867/13, que reconheceu o árbitro de futebol do Brasil como profissional e nada mais, é inaceitável que a arbitragem seja submetida a “humilhação” de fazer propaganda “gratuita” de terça à domingo de multinacionais, sem receber um único centavo.

PS (1): Enrique Osses (Fifa/Chile), será o árbitro de Sporting Cristal (Peru) x Atlético/PR/Brasil, no próximo dia 29 em Lima. Já a partida da volta entre as mesmas equipes, no dia 5 de março do ano em curso, será dirigida pelo árbitro Antonio Arias (Fifa/PAR).

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