Concentrados em um hotel no Rio, os 91 árbitros escalados para a
Copa cumprem agenda de jogador de seleção, conversam apenas com
familiares e não podem sequer colocar fotos nas redes sociais
Mariana Brugger - www.istoe.com.br
Treinos físicos diários, alimentação regrada, falta de tempo para
fazer turismo e apenas uma folga semanal. A vida de juiz de Copa do
Mundo não é fácil. Mas o pior de tudo, mesmo, é saber que, por mais
preparo técnico e dedicação que tiverem, serão xingados em campo (ou a
mãe deles) e receberão uma saraivada de críticas ao fim do jogo. Os 91
árbitros e assistentes de arbitragem – os populares bandeirinhas – do
Mundial no Brasil são tratados como a 33ª seleção, já que vivem em
concentração permanente e obedecem a regras severas, como os craques que
disputam a competição. Se salvaram, apenas, do confinamento. Estão
hospedados em um hotel cinco-estrelas no Rio de Janeiro, de frente para a
praia da Barra da Tijuca. Mas a comunicação deles com outras pessoas é,
igualmente, restrita. São proibidos de falar com a imprensa fora das
coletivas oficiais da Fifa e se comunicam por telefone ou internet
apenas com os familiares.
REGRA
Juízes pegam ônibus para fazer exercícios no Centro de Futebol Zico.
Os juízes acordam para tomar café da manhã
às 8 horas, em salão reservado exclusivamente para eles. Na sequência,
vão queimar as calorias, vestidos com uniformes, no treino físico no
Centro de Futebol Zico (CFZ), no Recreio, bairro vizinho. O percurso é
feito em dois ônibus escoltados por batedores e um carro da polícia.
Retornam ao hotel na hora do almoço e, na parte da tarde, encontram-se
no segundo andar do prédio para atividades variadas. Podem ver tevê,
fazer mais exercícios na academia, ter sessões de fisioterapia ou
massagem. Em algum momento, todos se juntam em uma sala para reunião com
o chefe de árbitros da Fifa, o suíço Massimo Busacca. É a hora de
eles próprios se criticarem, elogiarem e debaterem os lances polêmicos
das partidas que apitaram. Ao final, são liberados para jantar ou
passear pelos arredores. “Eles vivem brincando entre si. Já oferecemos a
eles arroz-doce, picanha e feijoada. Gostaram. Mas, no dia a dia,
preferem as saladas e sopas”, afirma Marcos Bezerra, gerente-geral do
Windsor Barra. O maior desafio para o hotel tem sido deixar as roupas
dos hóspedes em dia. “São 800 peças iguais por dia, que não podemos
confundir”, diz.
Foto: RENATO VELASCO
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