Carlos Velasco Carballo (foto), árbitro espanhol que não viu falta de
Zúñiga no lance que causou uma fratura numa vértebra de Neymar, já foi
criticado por atitude oposta. Apontado como um dos melhores apitadores
da Espanha na atualidade, ele foi contestado por distribuir muitos
cartões no primeiro jogo da Eurocopa 2012, entre Polônia x Grécia.
Naquela partida, foram quatro cartões amarelos e mais dois vermelhos –
um para cada lado. E ainda um pênalti a favor dos gregos, que definiu o
placar em 1 a 1. Por coincidência ou não, no segundo e último jogo de
Velasco na Eurocopa não houve nenhum cartão. A Alemanha venceu a Dinamarca
por 2 x 1 e o árbitro não tirou nada do bolso.
A fama de Carlos
Velasco Carballo na Espanha é das melhores. Nascido na capital, ele não
comanda nenhum jogo que tenha o Real Madrid ou o Atlético de Madri em
campo, mas ganha destaque pela regularidade. A lista de advertências em
suas partidas no Campeonato Espanhol sempre é extensa.
Só para
se ter como exemplo, no último jogo antes do Mundial, ele distribuiu
cinco amarelos na vitória da Real Sociedad diante do Villareal, por 2 a
1. Uma semana antes, quando o Levante fez 2 a 0 no Valencia, foram 10
cartões: um vermelho e nove amarelos.
Nesta Copa do Mundo já são
oito cartões amarelos. Quatro no jogo entre Brasil x Colômbia – Júlio
César, Thiago Silva, Yepes e James Rodríguez, dois no Bósnia 3 x 1 Irã e
mais dois na partida Uruguai 2 x 1 Inglaterra. A atuação no estádio do
Castelão, nesta sexta-feira, rendeu elogios da Fifa e até uma
especulação de que pode ser dele a vaga de árbitro na final, em 13 de
julho no Maracanã.
"Sou muito exigente comigo mesmo e com quem
me cerca, então deixo todas as atividades de lado para focar só na
arbitragem. Isto tem o lado bom, mas também o lado ruim. Em alguns dias
você não consegue parar de pensar em um erro, no pênalti que não deu, no
lance que não viu. Eu sofro com isto", disse Carballo à rádio Cadena
Ser, da Espanha, antes da Eurocopa de 2012.
De acordo com o site
World Referee, ele aplicou 201 cartões amarelos, cinco vermelhos e
assinalou 18 pênaltis em 56 partidas internacionais. Mas a atuação no
confronto das quartas de final da Copa do Mundo não agradou nenhum dos
lados. Os jogadores da seleção brasileira reclamaram da falta de pulso,
da ausência de cartões e consequente imprudência de Zúñiga com Neymar.
Na Colômbia, Carlos Bacca reclamou do lance que sofreu pênalti. Para o
atacante, o goleiro Júlio César tinha que ter sido expulso. Radamel
Falcao, grande estrela do time e que ficou de fora da Copa por lesão,
também não gostou da participação de Carlos Velasco Carballo.
"Para o próximo jogo vamos combinar de chamar o árbitro que hoje não se
viu", escreveu o jogador do Monaco-França em sua conta oficial do Twitter,
pouco depois da eliminação colombiana.
Aos 43 anos, Carlos
Velasco Carballo se dedica exclusivamente a carreira de árbitro. A
estreia no Campeonato Espanhol ocorreu em 2004 e quatro anos depois
entrou para o quadro da Uefa, apitando desde então partidas pelo
continente com o ápice sendo a final da Liga Europa 2010/11, entre Porto
e Braga.
"Eu entendo que as pessoas queiram ouvir o árbitro
após um lance polêmico, mas a verdade é que só procuram o árbitro para
criticar. Não existe uma crítica construtiva, no dia a dia", afirmou o
juiz. "O que eu posso dizer em 80% dos casos além de frases vazias? 'E
aquela mão? Não vi'. O que posso dizer?", completou ao defender sua tese
de que os árbitros não devem se manifestar após os jogos.
Fonte: Jeremias Werneck - UOL/Belo Horizonte
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