quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Inovações imperativas no mundo do apito



    Foto: Mauro Vieira/RBS
  • Quando apareceu no cenário nacional, o ex-árbitro Evandro Rogério Romam (Fifa/PR), apresentou um estilo diferenciado dos demais homens de preto, no comando das partidas do Campeonato Paranaense e, por consequência, do Campeonato Brasileiro.
  • Numa das raras oportunidades que falei com o indigitado árbitro, disse-lhe que se continuasse com aquele conceito de arbitragem, além de ir para o quadro da Fifa, seu caminho para a Copa do Mundo estaria pavimentado. Estranhamente e de maneira gradativa, Romam mudou seu comportamento tornando-se um árbitro comum e há dois anos deixou a função.
  • Nos primórdios da sua carreira, o apitador Leandro Vuaden (Fifa/RS), adotou comportamento semelhante ao de Romam e ganhou notoriedade perante os atletas, dirigentes e a própria imprensa. Lentamente e de forma inexplicável, Vuaden alterou sua performance e hoje é um árbitro em decadência.
  • Ambos, Romam e Vuaden, exibiram ao futebol brasileiro um novo paradigma, que tinha como mote a capacidade de discernir quedas casuais dos atletas na relva em função de um contato físico ou mesmo de um tropeço, quando nada deve ser marcado pelo árbitro.
  • Esta dinâmica de arbitragem, significou maior fluidez nos prélios que apitavam, ou seja, um tempo maior de bola em jogo, menor interrupção nos jogos e os embates transformados num espetáculo de entretenimento.
  • Desde então não surgiu nada de novo na arbitragem nacional e o que seu viu foi a mesmice. Mesmice que foi quebrada com a indicação de Sandro Meira Ricci (Fifa/PE), para o Mundial de 2014.
  • Ricci, assim que passou a gravitar junto aos membros do Comitê de Árbitros da Fifa, absorveu no seu intelecto que para inserir-se na esquadra da confraria do apito internacional, teria que mudar radicalmente em diferentes aspectos, mas, sobretudo, no estilo de apitar.
  • Mudou em gênero, número e grau. Resultado: Foi escalado para comandar a final do Mundial de Clubes da Fifa no Marrocos em 2013, e logo a seguir teve seu nome confirmado como representante da arbitragem brasileira na Copa do Mundo.
  • O formato implementado por Sandro Ricci na direção dos jogos, está mudando a forma dos demais árbitros na leitura e comando das partidas do Campeonato Brasileiro. Já estão adotando o formato, Ricardo Marques Ribeiro (Fifa/MG), Anderson Daronco (Asp/Fifa/RS), Dewson Fernando da Silva (Asp/Fifa/PA) e Grazianni Maciel Rocha (CBF/1/RJ).    
  • Resta saber se a presidência da CBF e sua Comissão de Arbitragem darão o suporte necessário para que a anunciada mudança que almeja o futebol brasileiro, seja colocada em prática e ela aconteça a partir de um novo conceito da arbitragem na condução das suas competições.
  • PS: Grazianni Maciel Rocha (foto), o árbitro de Internacional 0 x 1 São Paulo, na quarta-feira que passou no Beira-Rio, foi o primeiro apito nesta temporada, que cumpriu com galhardia o mandamento do mestre Manoel Serapião Filho, que diz: “Arbitrar bem é sentir o jogo para possibilitar o seu desenvolvimento natural, somente interferindo para cumprimento das Regras do Jogo e, especialmente, do seu espírito que é punir o infrator”.    

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