É
totalmente fora de propósito a afirmação dos dirigentes da CBF de que os erros
crassos da arbitragem brasileira, se resumem a uma orientação equivocada do
ex-árbitro e instrutor/Fifa Jorge Larrionda. Larrionda, foi um dos preletores do
curso realizado na Granja Comary (Teresópolis), pela CBF, há pouco mais de
quinze dias. O evento teve a participação de setenta e dois árbitros (Renaf) e
trinta e cinco instrutores.
Veja.com
No
que tange a interpretação da infração de bola na mão ou mão na bola, Regra XIV
– Tiro penal - a instrução do instrutor Fifa que chegou ao meu conhecimento de
quem participou do curso foi: “O árbitro deve ficar atento no momento de
interpretar e aplicar a regra, quanto a mão deliberada e quanto a uma ação
deliberada que resulta em um toque de mão”. O resto é “cortina de fumaça”.
A
avalanche de deficiências exibidas via mídia dos homens de preto que compõe a
(Renaf) Relação Nacional de Árbitros/CBF diariamente, está alicerçada num
modelo de gestão anacrônico, cuja caraterística principal é o continuísmo. Modelo
que tem como mentores a casa que comanda o futebol brasileiro e suas congêneres
as federações de futebol.
Modelo
que tem se mostrado refratário a mudanças significativas na direção da (CA)Comissão de Arbitragem, e
abdicou da meritocracia senão na sua essência, mas em parte, na indicação dos
árbitros que compõe a Renaf. Modelo que
não encontrou até data presente, uma fórmula que amenize com o histórico “vergonhoso”
de reprovações dos árbitros brasileiros nos testes físicos da Fifa, quando
aplicado por instrutores internacionais.
Modelo
que ao invés de promover cursos, seminários, congressos com instrutores
europeus, visando a requalificação diferenciada do homem que maneja o apito e a
bandeira, optou em ficar circunscrito aos instrutores da América do Sul.
Modelo
que lançou observadores, delegados especiais e tutores de arbitragem, mas,
ninguém sabe quais são os resultados objetivos dessa parafernália. Explico: A
trempe aqui nominada é designada para
relatar de forma fidedigna os prós e os contra do árbitro, dos
assistentes, do quarto árbitro e dos (AAA) árbitros assistentes adicionais no
Brasileirão. Dado os resultados pífios das tomadas de decisões da arbitragem
pergunto: Qual é o destino que a CA/CBF dá aos relatórios desse pessoal?
Modelo
que se mostra incapaz até a publicação desta coluna de reunir os membros da
Renaf, e estabelecer um mínimo de critério
da arbitragem no momento de interpretar e aplicar a regra nas faltas e
incorreções, no posicionamento adequado do árbitro com a bola em jogo, dos assistentes
e dos (AAA).
Além
disso, é visível a ausência de um padrão aceitável na aplicação do cartão
amarelo. Acrescento ainda, a falta de sintonia entre o sexteto do apito na comunicação
visual e via ponto eletrônico conforme determinado no manual das Regras de
Futebol.
Modelo
que expõe sua ineficácia quando os assistentes são chamados a interpretar e
aplicar a regra XI – Impedimento. Com honrosas exceções, os bandeiras tem
dificuldades estratosféricas no momento de definir o que è: “Mais próximo da
linha de meta adversária”. “Interferindo no jogo”. “Interferindo em um
adversário”. “Ganhando vantagem da referida posição”.
Modelo
que não orientou e se houve orientação os árbitros não estão cumprindo, de que
o atleta que desaprova sistematicamente as decisões da arbitragem com gestos ou
palavras e comete infrações persistentes, deve ser advertido com cartão
amarelo.
Modelo
cujos membros da Comissão de Arbitragem, tem observado nos diferentes torneios
da CBF pela TV, a insurreição dos atletas e técnicos que marcham ao final do
primeiro tempo e no encerramento das partidas, na direção de juízes, bandeirinhas
e (AAA). A regra determina que se existir indisciplina, e é o que temos
observado, cabe ao árbitro de acordo com a infração, advertir com cartão amarelo
ou se for o caso aplicar o cartão vermelho ao jogador infrator.
E,
por último, modelo que nunca demonstrou o menor interesse e não tem um projeto
de excelência, objetivando modernizar e profissionalizar um dos setores mais
importantes do futebol que é a arbitragem. Arbitragem que num trilar equivocado
do apito ou do assistente no levantar do seu instrumento de trabalho (bandeira)
- decidem as competições milionárias que dirigem.
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