sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Mão na bola, um problema "filosófico"

É totalmente fora de propósito a afirmação dos dirigentes da CBF de que os erros crassos da arbitragem brasileira, se resumem a uma orientação equivocada do ex-árbitro e instrutor/Fifa Jorge Larrionda. Larrionda, foi um dos preletores do curso realizado na Granja Comary (Teresópolis), pela CBF, há pouco mais de quinze dias. O evento teve a participação de setenta e dois árbitros (Renaf) e trinta e cinco instrutores.

                    Veja.com
No que tange a interpretação da infração de bola na mão ou mão na bola, Regra XIV – Tiro penal - a instrução do instrutor Fifa que chegou ao meu conhecimento de quem participou do curso foi: “O  árbitro deve ficar atento no momento de interpretar e aplicar a regra, quanto a mão deliberada e quanto a uma ação deliberada que resulta em um toque de mão”. O resto é “cortina de fumaça”.

A avalanche de deficiências exibidas via mídia dos homens de preto que compõe a (Renaf) Relação Nacional de Árbitros/CBF diariamente, está alicerçada num modelo de gestão anacrônico, cuja caraterística principal é o continuísmo. Modelo que tem como mentores a casa que comanda o futebol brasileiro e suas congêneres as federações de futebol.  

Modelo que tem se mostrado refratário a mudanças significativas  na direção da (CA)Comissão de Arbitragem, e abdicou da meritocracia senão na sua essência, mas em parte, na indicação dos árbitros  que compõe a Renaf. Modelo que não encontrou até data presente, uma fórmula que amenize com o histórico “vergonhoso” de reprovações dos árbitros brasileiros nos testes físicos da Fifa, quando aplicado por instrutores internacionais.  

Modelo que ao invés de promover cursos, seminários, congressos com instrutores europeus, visando a requalificação diferenciada do homem que maneja o apito e a bandeira, optou em ficar circunscrito aos instrutores da América do Sul.

Modelo que lançou observadores, delegados especiais e tutores de arbitragem, mas, ninguém sabe quais são os resultados objetivos dessa parafernália. Explico: A trempe aqui nominada é designada para  relatar de forma fidedigna os prós e os contra do árbitro, dos assistentes, do quarto árbitro e dos (AAA) árbitros assistentes adicionais no Brasileirão. Dado os resultados pífios das tomadas de decisões da arbitragem pergunto: Qual é o destino que a CA/CBF dá aos relatórios desse pessoal?

Modelo que se mostra incapaz até a publicação desta coluna de reunir os membros da Renaf, e estabelecer um mínimo de critério  da arbitragem no momento de interpretar e aplicar a regra nas faltas e incorreções, no posicionamento adequado do árbitro com a bola em jogo, dos assistentes e dos (AAA).
Além disso, é visível a ausência de um padrão aceitável na aplicação do cartão amarelo. Acrescento ainda, a falta de sintonia entre o sexteto do apito na comunicação visual e via ponto eletrônico conforme determinado no manual das Regras de Futebol.

Modelo que expõe sua ineficácia quando os assistentes são chamados a interpretar e aplicar a regra XI – Impedimento. Com honrosas exceções, os bandeiras tem dificuldades estratosféricas no momento de definir o que è: “Mais próximo da linha de meta adversária”. “Interferindo no jogo”. “Interferindo em um adversário”. “Ganhando vantagem da referida posição”.

Modelo que não orientou e se houve orientação os árbitros não estão cumprindo, de que o atleta que desaprova sistematicamente as decisões da arbitragem com gestos ou palavras e comete infrações persistentes, deve ser advertido com cartão amarelo.
                                                                  SPORTV
Modelo cujos membros da Comissão de Arbitragem, tem observado nos diferentes torneios da CBF pela TV, a insurreição dos atletas e técnicos que marcham ao final do primeiro tempo e no encerramento das partidas, na direção de juízes, bandeirinhas e (AAA). A regra determina que se existir indisciplina, e é o que temos observado, cabe ao árbitro de acordo com a infração, advertir com cartão amarelo ou se for o caso aplicar o cartão vermelho ao jogador infrator.

E, por último, modelo que nunca demonstrou o menor interesse e não tem um projeto de excelência, objetivando modernizar e profissionalizar um dos setores mais importantes do futebol que é a arbitragem. Arbitragem que num trilar equivocado do apito ou do assistente no levantar do seu instrumento de trabalho (bandeira) - decidem as competições milionárias que dirigem.  

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