Na última etapa que versa sobre as
reprovações vergonhosas dos árbitros e assistentes brasileiros, pertencentes ao
quadro da Fifa e da Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf), desde
2010, nos testes físicos, quero abordar a cooptação das associações de árbitros.
Essas entidades com raríssimas exceções, ao
invés de exercerem a sua missão precípua de defender a categoria dos homens de
preto e elaborar projetos visando o crescimento qualitativo da arbitragem, foram anexadas pelas federações estaduais e, por consequência, pelo comando
das comissões de arbitragem das federações, em troca de prebendas e sinecuras.
Na verdade foram transformadas numa extensão das federações e das comissões. A
partir do momento em que foram cooptadas, caíram na vala comum e estão conduzindo
a passos gigantescos o árbitro do futebol pentacampeão do mundo à deriva.
Nos vários contatos que fiz do Oiapoque ao
Chuí, constatei que em alguns Estados há duas e até três entidades de classe
que brigam tal qual hiena por carne podre para representar o quadro de
arbitragem local. Diante da luta fratricida que travam entre si, ninguém ganha,
pelo contrário, todos perdem.
Com a aprovação do Decreto Lei nº 12.867, de
outubro/2013, que reconheceu a atividade do árbitro de futebol no Brasil como
profissional, as associações de árbitros perderam a razão de existir. A
determinação do ministério do Trabalho e Emprego aos Tribunais Regionais do
Trabalho, é no sentido de sequer receber as associações, já que, em Brasília
elas não tem assento. A não ser que a associação esteja com a documentação em
trâmite para transformá-la em sindicato.
Mas o pior é que são as associações em conjunto
com as comissões de arbitragem que formam os apitos e bandeirinhas, escalam e
indicam os árbitros e assistentes para o teste teórico e físico para a (Renaf).
Na maioria das indicações são juízes e bandeiras malformados, que a partir do
momento que são designados nas competições da (CBF), expõe a mediocridade, os vícios
dos campeonatos regionais, a inaptidão para o teste físico e, por conseguinte,
a indigência qualitativa nas tomadas de decisões no campo de jogo.
Diante do exposto, se há um mínimo de vontade
do futuro presidente da (CBF) Dr. Marco Polo Del Nero, em mudar alguma coisa na
arbitragem brasileira, sugiro que sejam convidados para um colóquio verbal na sede da entidade que comanda o futebol brasileiro, o
quinteto composto por Marco Antonio Martins, Salmo Valentin, Roberto Braatz,
Ciro Camargo e Arthur Alves Júnior, ex-árbitros e membros da direção da (Anaf)
Associação Nacional de Árbitros de Futebol.
PS (1): Na Inglaterra a arbitragem alcançou o grau de credibilidade de excelência e é considerada modelo em toda a Europa, porque foi entregue a
Professional Game Match Officials, que é comandada pelo ex-árbitro Mike Riley e
outros apitos de expressão internacional como Howard Webb. É esta empresa que forma, acompanha, orienta, requalifica,
escala e estabelece o Ranking dos árbitros que atuam nas quatro divisões da
Premier League.
PS (2): Apesar do conteúdo que é aludido
neste comentário, a verdade aceitável é que a arbitragem nunca será absoluta
pelo que se significa o futebol na sua amplitude. Entendemos que somente
dando-se ao tema do apito um teor didático universitário é que se poderá
atenuar o problema, sem que isso jamais venha de produzir “deuses do apito”.
Concluindo: o homem erra porque é humano. E é impossível colocar um robô em
campo para dirigir uma partida de futebol tão repleta de inovações em seu
decurso.
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