quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Ajudar os árbitros a ler os jogos

A Uefa está a encorajar os árbitros a estudarem a forma de jogar das equipes e Ioan Lupescu, diretor-técnico da entidade, ofereceu em Atenas preciosos conselhos nesse campo.

Ajudar os árbitros a ler os jogos
Ioan Lupescu, director-técnico da UEFA dirige-se aos presentes nos cursos de Inverno, em Atenas ©Sportsfile

Os árbitros de topo dos dias de hoje têm não só de ser eficazes na condução de um jogo de futebol, como devem também conhecer o melhor possível as equipes e os jogadores que vão dirigir quando apitam tanto os grandes jogos europeus como os encontros a nível interno.
 
Durante o 23º Curso Avançado da Uefa para Árbitros de Topo e o 24º Curso Introdutório para Árbitros internacionais, que está sendo efetivado em Atenas, a Uefa tem focado atenções em aconselhar os seus árbitros a recolherem informação sobre as táticas das equipes e os jogadores que vão estar em campo. "Se estudarem as táticas das esquadras e as características individuais dos atletas, poderão estar um passo à frente antes de tomarem decisões no terreno de jogo", salientou Pierluigi Collina, responsável pela arbitragem da Uefa.

O diretor-técnico da Uefa, Ioan Lupescu, esteve também na capital grega para oferecer a sua visão, baseada na sua experiência, sobre o porquê de os árbitros deverem aprender mais sobre a forma de jogar das equipes para melhorarem as suas atuações. Lupescu, 74 vezes internacional pela Romênia nos seus tempos de jogador, sublinhou as tendências do futebol moderno, frisando que os árbitros necessitam  estar em excelente condição física para conseguirem lidar com as rápidas transições ofensivas e contra-ataques que caracterizam, atualmente, o futebol. "Todas as equipes recorrem a contra-ataques rápidos e muitas times baseiam toda a sua estratégia nesses lances", explicou.

Lupescu suportou esta sua ideia com base nos números verificados no Campeonato do Mundo do Brasil, no último Verão, onde 20 por cento dos gols marcados nasceram de rápidas transições ofensivas. Outra tendência identificada por Lupescu na maioria das equipes foram os "passes atrasados" a partir da linha de fundo para criar ocasiões de gol. "Na Uefa Champions League, os gols a partir de passes atrasados mais do que duplicaram entre 2009/10 e 2012/13", destacou.

Contando agora os árbitros com a ajuda, nas principais competições da Uefa, com os (AAA) árbitros assistentes adicionais para avaliar lances dentro da grande área, Lupescu explicou a enorme importância dos lances de bola parada na obtenção de ocasiões de gol. "Desde 2003/04, 24% do total de gols marcados na Uefa Champions League nasceram de bolas paradas...em 2014/15 a percentagem cifra-se, até ao momento, nos 27%."

Lupescu alertou ainda os árbitros para a importância dos derradeiros 15 minutos dos encontros, durante os quais, "fruto de erros derivados do cansaço ou de alterações táticas", foram marcados, nos últimos seis anos, 23% do total de gols obtidos na Uefa Champions League, antes de concluir a sua fascinante apresentação com uma palavra sobre o papel dos guarda-redes. 

"Hoje, os guarda-redes são treinados e preparados de forma diferente", explicou. "O arqueiro 'moderno' atua cada vez mais como um jogador de campo, tendo para tal de possuir uma elevada capacidade da leitura do jogo e estar pronto a sair da grande área para travar os ataques adversários."
Fonte: Mark Chaplin - Uefa.com

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