quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Pleito da FPF terá chapa de oposição


 ENTREVISTA
“AS AÇÕES INTOLERANTES DE HELIO CURY APEQUENARAM O  FUTEBOL DO PARANÁ”

Ao assumir a presidência da (FPF) Federação Paranaense de Futebol em 2007, respaldado numa decisão judicial - Helio Pereira Cury trouxe consigo um dos mais renomados juristas do Paraná, o advogado Juliano França Tetto (foto). O causídico em tela foi o responsável pela ação judicial junto ao Tribunal de Justiça/PR, que alçou Cury ao trono do futebol da terra das araucárias, e é  considerado o principal artífice das principais mudanças ocorridas na casa Gêneris Calvo nos últimos anos.

Acrescente-se ao curriculum de França Tetto, o comando do processo da eleição que posteriormente levou o atual presidente a mais um mandato à frente dos destinos do nosso futebol.

Inconformado com a escalada interminável de autoritarismo, de personalismo e egocentrismo de Hélio Cury contra vários dirigentes que apresentaram projetos que melhorariam o futebol do Paraná, como Eliseu Siebert (in memoriam), Nelson Ugolini, Leonides Dreveck, Luciano Rossi e Genivaldo dos Santos - que lutaram no front para Cury assumir o poder na (FPF), França Tetto, ao vê-los pedir demissão, entendeu que era momento de sair e procurar novos rumos.

Nesta entrevista concedida entre ligações telefônicas no seu concorrido escritório de advogacia, Juliano Tetto fala dos motivos que o levaram a romper com Cury, e porque decidiu atender aos pedidos dos clubes profissionais, amadores e ligas do Paraná - e concorrer ao pleito da Federação Paranaense de Futebol, que acontecerá no mês de abril do ano em curso.

Paranaonline – O sr. foi um dos principais mentores da chegada de Helio Cury à presidência da (FPF). Porque rompeu com ele?
Juliano França Tetto – Quando chegamos na (FPF) a exemplo dos demais diretores, apresentamos ao Helio Cury ideias, sugestões e projetos para alavancar o futebol do Paraná. Lamentavelmente, o presidente não executou e nos impediu de executar ações que iriam mudar o perfil do futebol paranaense.

Paranaonline – Poderia citar os projetos ou ideias apresentadas pelos dirigente que Cury impediu o seu avanço?
França Tetto – Escola de esportes, futebol paraolímpico, incentivo ao futebol feminino. Ainda o desenvolvimento das ligas amadoras com o intuito de fortalecê-las, já que elas estavam em estado de abandono e, por consequência, fortalecer o próprio futebol do interior do Estado. O atual presidente boicotou totalmente o projeto. Inconformado, Leonides Dreveck pediu demissão. Quero dizer que esse tipo de comportamento é inadequado para um gestor e vai contra os interesses do futebol.

Paranaonline – Além do exposto acima, o que motivou o sr. a ser candidato no pleito de abril?
França Tetto – Vivenciei o potencial do futebol paranaense durante muitos anos e observei a apatia, o descaso, a ausência de planejamento e como as coisas eram tratadas na FPF. Além disso, fui convidado a ser candidato dada a minha atividade profissional de advogado e o conhecimento macro que tenho sobre o futebol, e por isto estou colocando nosso nome como alternativa na próxima eleição, e também atendendo os pedidos de clubes profissionais, amadores e ligas

Paranaonline – A (FPF) num passado recente teve 120 ligas amadoras e como resultado o futebol do interior era competitivo. Atualmente, conta com apenas seis ligas. Como reverter esse quadro?
França Tetto – Uma das primeiras medidas que pretendo tomar assim que tomar posse - será convidar os prefeitos, os secretários municipais de esporte, o secretário estadual de esporte do Paraná, Douglas Fabrício, formar uma comissão e irmos à Brasília viabilizar recursos junto ao Ministério do Esporte - e a seguir, designar pessoas capacitadas para implementar um  projeto de excelência do futebol em todo o interior do Paraná.

Paranaonline – O futebol amador do Paraná sempre foi considerado  modelo na modalidade do País. A 1ª, 2ª, 3ª divisão de amadores, o Torneio dos Campeões que foi extinto, a Taça Paraná que chegou a ser disputada por (118) equipes nos próximos dias terá apenas (8) times este ano. Qual é o seu projeto para o amador?
França Tetto – Vamos nos reunir com o amador e desenvolver com o  Marketing da (FPF) um estudo que contemple o amadorismo na sua plenitude. Após a finalização desse estudo, viabilizar mecanismos como: Placas de publicidade para os estádios, contatar com os fabricantes de material esportivo, mostrar a grandeza e a função social que desempenham os clubes do amador, objetivando que essas empresas vistam os atletas amadores e buscar no mercado patrocínio para os uniformes dos atletas.

Paranaonline – O futebol amador de Curitiba almeja há muito tempo dois estádios como alternativa aos clubes que não tem onde jogar, ou para quando surgirem obstáculos terem uma opção. Na sua opinião a solicitação é viável?
França Tetto – A ideia é auspiciosa. Vamos contatar com a Prefeitura Municipal de Curitiba, objetivando o espaço físico e buscar parcerias com a CBF e o empresariado para a consolidação desse  projeto ao  futebol amador. Precisamos reduzir e depois acabar com as taxas cobradas dos clubes amadores.

Paranaonline – Os campeonatos estaduais vem definhando ano após anos, inclusive o nosso, idem a 2ª divisão de profissionais, o Sub-20 e demais competições. Qual é a sua plataforma para recuperar o terreno perdido?
França Tetto – Tem que haver uma mudança de comportamento, na metodologia e na valorização das competições da (FPF) em todos os níveis, inclusive, no tempo de duração. Hoje, encerrado o Campeonato Paranaense as equipes do interior não têm calendário. Vamos contratar um diretor de marketing de alto nível, reunir os filiados que disputam os torneios da (FPF) – criar opções dentro do calendário da federação e de acordo com a dimensão de cada disputa, buscar patrocínios que propiciem meios de manutenção aos nossos filiados, com um calendário mais extenso.
 
Paranaonline - Há dois anos atrás a (FPF) tinha dois árbitros e um assistente no quadro da Fifa. Recuperamos a de assistente em 2014. Hoje, em que pese termos um contingente expressivo de árbitros não temos sequer um árbitro Asp/Fifa. Como mudar esse quadro de penúria que assola a arbitragem do Paraná?
França Tetto – Implementando uma comissão de arbitragem com nomes de excelência, robustecendo a escola de formação de árbitros com pessoas capacitadas, e realizando cursos de requalificação durante o ano todo. Temos árbitros e assistentes extraordinários na (FPF), que devidamente preparados podem dirigir nossas competições e brilhar na CBF. Falta motivá-los e requalificá-los.


Paranaonline – O futebol do Estado do Paraná foi contrário a ascensão de José Maria Marin na CBF e, posteriormente, votou nulo na eleição de Marco Polo Del Nero, que assume o comando do futebol brasileiro no próximo dia 16 de abril. Isto não enfraqueceu o nosso futebol?
França Tetto – Este comportamento não só enfraqueceu como “apequenou” o futebol do Paraná perante a CBF. Não se pode brigar o tempo todo com o governo do Estado do Paraná, CBF e filiados. O norte a ser seguido é o diálogo. É assim que desejo dirigir a (FPF) e substanciar nossas equipes para voltarem a conquistar títulos nacionais.

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