quarta-feira, 6 de maio de 2015

Federações: O epicentro do desmonte



A Comissão de Arbitragem da CBF anunciou na última segunda-feira (4), a Relação Nacional de Árbitros de Futebol 2015/2016. E, pela primeira vez, desde a sua criação, o quadro de árbitros de Asp/Fifa, que sempre foi composto por (10) árbitros, nesta temporada e na próxima vai contar com apenas (8) componentes.

A CA/CBF não se manifestou sobre a incompletude da lista dos Asp/Fifa – mas, está evidenciado que as federações de futebol que são as responsáveis pela formação, acompanhamento e aprimoramento dos homens de preto, não estão fazendo o dever de casa. Explico: são as federações que indicam árbitros e assistentes para ao processo seletivo à CA/CBF. Porém, há normas e diretrizes para essa indicação.

A ausência de dois nomes para fechar a lista de Asp/Fifa, expõe o desmonte da arbitragem brasileira que tem como epicentro as federações de futebol. Essas entidades além de não investirem na formação de novos árbitros, indicam pessoas despreparadas para comporem as comissões de arbitragem e, por conseguinte, as escolas de formação dos futuros árbitros.

Geralmente os “indicados” às comissões e escolas de arbitragem, são amigos dos presidentes das federações ou de pessoas próximas  sem nenhuma identidade com os árbitros, que desconhecem as Regras de Futebol na sua essência. Aí, dá “chabu”.

Associado ao parágrafo acima, é latente a decadência técnica que solapa os campeonatos regionais - o que faz com que confraria do apito brasileiro seja contaminada por essa debacle - e num arroubo de mediocridade, muitos juízes e bandeiras imaginam que as tomadas de decisões colocadas em prática nas partidas regionais, podem ser aplicadas na condução dos prélios do Campeonato Brasileiro. Aí, dá “chabu” de novo. 

Diante do exposto acima e da magnitude dos jogos do Campeonato Brasileiro que inicia neste fim de semana, não há como não antever que alguns equívocos da arbitragem acontecerão na sequência do Brasileirão. O que significa paciência e compreensão dos atletas, dirigentes e, sobretudo, da imprensa esportiva que é formadora de opinião.  

Não fora o belíssimo trabalho que vem sendo desenvolvido pelos membros da CA/CBF e da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf), na implementação de cursos de requalificação, palestras, seminários, circulares, assessores de arbitragem, assessores de vídeo e delegados especiais, o homem de preto do futebol brasileiro já tinha ido para o beleléu.

PS: O quadro de Asp/Fifa para a temporada 2015/2016 ficou assim: Foram promovidos, Braulio da Silva Machado (SC), Igor Benevenuto (MG) e Thiago Duarte Peixoto (SP). Já estavam no quadro: Felipe Gomes da Silva (PR), Guilherme Ceretta de Lima (SP), Jean Pierre de Lima (RS), Wagner Nascimento Magalhães (RJ) e Wagner Reway (MT). 

PS (2): Ressalto que Felipe Gomes da Silva quando aportou na (FPF), trouxe consigo o escudo de Asp/Fifa do Rio de Janeiro. O futebol paranaense este ano está completando nove anos consecutivos sem um apito Asp/Fifa. O motivo: o setor responsável não conseguiu preparar e indicar candidatos que preenchessem as exigências da CA/CBF.          

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