sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Basta a CBF cumprir a lei

Na Copa América da Argentina em 2011, a publicidade nos uniformes dos árbitros foi exibida e logo a seguir, em outros torneios da Conmebol como a Libertadores e a Copa Sul-Americana. No entanto, este fato não cumpriu os requisitos definidos pela Fifa.

Em ambos os torneios os árbitros estamparam e continuam exibindo na parte de trás de sua camisa o logotipo de várias marcas. Em 2008, os árbitros da Espanha foram pioneiros em exibir publicidade pagas nas suas vestimentas. Hoje esse fato se repete em muitos países e é comum vermos os árbitros, da Alemanha, Brasil, Bulgária, França, Holanda, Inglaterra, Itália, Japão, México, Portugal, Suíça, Venezuela entre outros, estampando a logomarca de diferentes multinacionais como patrocinadores. Em todos os países aqui nominados, a arbitragem tem participação nos lucros, menos na América do Sul.

O regulamento definido pela Fifa sobre publicidade diz que: "poderá ser utilizada inicialmente nas competições internas de associações -membro e, em seguida, nos campeonatos interclubes patrocinado pelas associações, confederações e federações, desde que o organizador o autorize. Em nenhum caso poderá ser levada por árbitros que participam de competições organizadas pela Federação Internacional de Futebol Associado - FIFA ", isto inclui jogos amistosos. Na Argentina foi usada em um torneio de seleções "absoluto", a regra diz "interclubes", como a Copa Sul-Americana.
                            Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Folha press

As disposições da Fifa preconizam que os anúncios só serão permitidos nas mangas das camisas dos árbitros, mas não no pescoço e nas costas. Na América do Sul, não está sendo cumprido  o regulamento da Fifa. A área total da publicidade não poderá exceder os 20 centímetros quadrados, distribuída numa área exclusiva, evitando assim a proliferação delas. Além disso, o regulamento esclarece que a parte frontal da camisa será reservada exclusivamente para os emblemas que identificam os árbitros, como o distintivo e a marca do fabricante da indumentária dos apitos.

Para realizar este tipo de publicidade é necessário que os anúncios, devam em alguns casos, ir na direção oposta à essência do futebol - por esta razão não é permitido fazer publicidade de cigarros, tabaco, álcool, casinos ou de qualquer material com slogans políticos, racistas, religioso ou imoral que violá-la.

A publicidade nas mangas das camisas dos árbitros é permitida, desde que não haja conflito de interesses com as equipes participantes. Se existir esse tipo de problema não devem estampá-la.

A publicidade paga no futebol era uma questão apenas dos atletas, no entanto, os árbitros do futebol moderno podem usar a sua imagem e tornar-se outdoors móveis que promovem diversos produtos, as receitas arrecadadas nas mangas das camisas em todos os casos devem ser utilizadas para o desenvolvimento e rateio dos homens de preto.

Se a Fifa regulamentou a publicidade por que qualquer um pode mudar as regras? No Campeonato Brasileiro que é patrocinado pela CBF, há mais de uma década a entidade explora diferentes tipos de propaganda na indumentária da categoria do apito - desrespeitando as decisões da instituição internacional. É visível as publicidades na meia, bermuda, na parte frontal, nas costas e nas mangas das camisas. Desde então, nunca um árbitro que atua nos torneios da CBF recebeu um único centavo.

Com a recente negativa do percentual de 0,5% à arbitragem conforme estabelecido na Medida Provisória 671/2015, o governo federal acena com a possibilidade de alterar a lei Pelé que propicie a confraria do apito, utilizar mais um espaço no concorrido uniforme dos árbitros visando proporcionar lucro aos juízes e bandeiras.

A solução para acalmar os homens de preto seria alterar a referida lei, e, propiciar que a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), passasse a celebrar contratos com empresas interessadas em associar suas imagens aos apitos.

No que tange ao futebol brasileiro não precisa de uma nova lei -  basta a CBF cumprir a determinação da Fifa e deixar de explorar “vergonhosamente” a arbitragem que labuta nas suas competições.  

PS: O que não pode acontecer de agora em diante é criar falsas expectativas a categoria dos homens de preto. Todos os passos devem ser planejados, com assessoramento jurídico por pessoas que conhecem sobre o assunto a ser reivindicado. BASTA DE AMADORISMO!

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