domingo, 23 de agosto de 2015

Propaganda nas costas dos árbitros é proibida

    A Fifa permite este tipo de camisa, sendo que a verba da logomarca na manga da camisa é exclusividade dos árbitros
No que concerne a publicidade no uniforme da equipe de arbitragem, a Fifa determina que ela deve ser veiculada exclusivamente nas mangas das camisas. E os valores financeiros arrecadados dessa propaganda, devem ser revertidos na sua totalidade em benefício dos árbitros. Sobre o local da logomarca, tamanho, quantia financeira obtida com o patrocínio e a destinação do dinheiro, já escrevi reiteradas vezes aqui neste espaço.

O que me despertou a curiosidade no diálogo que travei com um ex-dirigente do futebol Sul-americano, foi o fato de que a Fifa proíbe qualquer veiculação de propaganda nas costas da indumentária dos homens de preto - tal qual está ocorrendo no Campeonato Brasileiro deste ano. Na frente da camisa, é permitido a utilização do escudo que identifica a origem da instituição do árbitro e da fabricante fornecedora do uniforme. 

A proibição segundo a pessoa com quem falei, até prova em contrário não foi extinta - o que significa que está em pleno vigor e tem amplitude universal. A mesma personagem me sugeriu que se existir alguma dúvida em relação a esta notícia aqui mencionada, a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), deve consultar a Fifa em inglês (idioma oficial da entidade) e a resposta sobre o questionamento virá em 24h.

Diante do exposto, sugiro à Anaf que está reivindicando legitimamente o percentual de 0,5% como direito de arena aos apitos e bandeiras, via Medida Provisória 671/2015 - que antes da consulta a Fifa, formalize através de ofício dois questionamentos perante a direção da CBF. 1) Por que o dinheiro obtido com a logomarca que está estampada nas mangas das camisas da arbitragem, que labora em todos os torneios da CBF não é revertido à categoria. 2) Se procede a informação de que a Fifa proíbe a exibição de propaganda nas costas da vestimenta dos homens de preto.

Clubes não aceitam dividir receitas
Consultei quatro clubes que disputam as competições da CBF e todos foram unânimes em afirmar que não irão dividir o bolo financeiro com os homens do apito. Como não há solução imediata para o problema deixo aqui quatro opções aos dirigentes da Anaf.

A primeira, buscar através do diálogo com a CBF um valor substancioso da verba que a entidade obtém com a divulgação da publicidade nas mangas das camisas dos juízes e bandeirinhas.
A segunda, trabalhar politicamente o Congresso Nacional em Brasília, objetivando alterar a Lei Pelé, no sentido de que a Anaf obtenha autonomia para celebrar contrato e estampar nos  uniformes da arbitragem, propaganda sem “dividir” com terceiros.

A terceira, se a publicação da logomarca estampada nas costas  das camisas dos apitos, bandeiras, quarto e quinto árbitros for legal, reivindicar um valor que corresponda a importância do árbitro dentro do contexto de uma jogo de futebol.
 O quinteto de arbitragem de Atlético/MG 2 x 1 Palmeiras/SP, exibe o modelo de publicidade em consonância com a Fifa - foto: Bruno Cantini/Atlético/MG 
E quarta, se houver negativa da CBF em atender a solicitação dos árbitros, procurar a Justiça do Trabalho e solicitar o cumprimento da norma da Fifa, que manda reverter o lucro da publicidade nas mangas das camisas aos árbitros.

PS: A Anaf está com dois problemas que precisam ser sanados nas próximas horas: precisa de um interlocutor político com conhecimento de como funciona os meandros da política em Brasília - tem que contratar um assessor jurídico com notório conhecimento sobre a Constituição do Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Lei Pelé e demais legislações que podem proporcionar benefícios aos árbitros. Do contrário, vai dar "chabu" novamente.       

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