segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Raio - X da arbitragem

          Dewson de Freitas (Fifa/PA)  
Após o final do último confronto da 16ª rodada do Brasileirão/15 envolvendo Sport/PE 0 x 0 Cruzeiro/MG, ficou evidenciado que esta é a melhor temporada da confraria do apito no que concerne a Série (A) do principal torneio da CBF. 

Mas se aconteceu melhora considerável nas tomadas de decisões da arbitragem, é importante ressaltar que alguns ajustes são necessários para não interromper a caminhada dos homens de preto que até o momento é de boa qualidade.

A Regra (11)- Impedimento - atribuição específica dos assistentes, vem sofrendo interpretações diferenciadas. A maioria dos equívocos no “off side” que tenho observado, tem acontecido em função do posicionamento equivocado dos assistentes ou do açodamento na marcação do impedimento. Cabe a Escola Nacional de formação de arbitragem corrigir a deficiência em tela.

Outra situação clarividente diz respeito a Regra (12) - Faltas e incorreções, quando da aplicação do cartão vermelho. Felipe Gomes da Silva (Asp/Fifa/RJ), no jogo Santos/SP 1 x 3 Grêmio/RS e Wiltom Sampaio, no Fluminense/RJ 1 x 0 Grêmio/RS, são exemplos recentes da falta de critério e/ou atenção quando da aplicação do nominado cartão.

Mudança significativa
Aqui neste espaço afirmei que o árbitro Ricardo Marques Ribeiro (Fifa/MG), um jovem promissor, que dirigiu Palmeiras/SP 0 x 1 Atlético/PR, no domingo que passou, a partir do momento que deixasse de lado o egocentrismo, o personalismo, falasse somente o necessário com os atletas, com os membros da área técnica e deixasse o jogo fluir, atingiria o topo da arbitragem nacional em curto espaço de tempo. Não sei quem o orientou, mas a verdade é que Marques Ribeiro nas últimas duas partidas que apitou, mudou da água para o vinho. Na principal partida matinal do domingo, no Allianz Parque, comportou-se como um verdadeiro árbitro FIFA.

Simples e objetivo                  
Dewson de Freitas (Fifa/PA), no Coritiba/PR 1 x 1 Goiás/GO, demonstrou o quanto a simplicidade e a objetividade de um árbitro são importantes para a condução perfeita de uma partida de futebol, onde duas equipes estão em situação dificílima na tabela de classificação. Sem sobressaltos, sem frescura, bem posicionado e interpretando com conhecimento os quatro pilares básicos da arbitragem (técnico, tático, físico e psicológico), o referido apito não foi visto na relva do Couto Pereira.

Daronco a caminho da Rússia (1)
No Maracanã num confronto de dois tempos distintos, Flamengo/RJ 2 x 2 Santos/SP, Anderson Daronco (Fifa/RS), exibiu a face de um árbitro em fase de crescimento contínuo. O que significa que partida após partida, a sua performance técnica, tática, física e psicológica apresenta um desenvolvimento expressivo, o que o coloca na rota do Mundial de 2018 na Rússia. 

Daronco a caminho da Rússia (2)
A partir do momento que Daronco corrigir pequenos senões, sobretudo, no deslocamento nas jogadas de alta velocidade e posicionamento, e for observado por Massimo Busacca, o diretor técnico dos homens do apito da Fifa e Pierluigi Collina, o provável presidente do Comitê de Arbitragem da entidade internacional, ele será candidatíssimo a uma vaga na Copa do Mundo, que será realizada no território de Vladimir Putin. 

Escalados de forma frequente?
Lendo uma nota da associação dos árbitros do Paraná, postada no seu site, contemplo a afirmação: “Temos um quadro de árbitros CBF que estão sendo escalados de forma frequente em todas as rodadas das competições nacionais”. Frequente é assíduo, contínuo. Faltou colocar na nota que encontrar um árbitro (apito) da (FPF) na Série (A) do Brasileirão, é como encontrar uma agulha num palheiro. Basta acessar o site (http://www.cbf.com.br/arbitragem/escala-arbitragem/brasileiro-serie-a), dos últimos três anos.

Por que não são escalados?
As razões pelas quais os membros da arbitragem da (FPF) que compõe o quadro nacional, não são escalados no principal campeonato da CBF tem três motivos: falta de representatividade política do Paraná na CBF, acoplado ao continuísmo anacrônico das mesmas pessoas no comando da arbitragem e na ausência explícita de um projeto de excelência de formação e requalificação dos homens de preto. 

Exploração sistêmica
A respeito da exploração vergonhosa da CBF, que estampa três logomarcas de multinacionais no vestuário dos árbitros que atuam nas suas competições há mais de uma década, sem repassar um único centavo aos homens do apito, se os dirigentes dos sindicatos de árbitros do futebol brasileiro tiverem um mínimo de independência e comprometimento com a categoria, procuram a CBF e tentam uma conciliação amigável. Caso contrário, de acordo com a legislação vigente no País, o fato deve ser denunciado ao ministério do Trabalho e Emprego em Brasília. O nome à este tipo de comportamento é exploração. Destaco que a omissão e a cumplicidade dos denominados "líderes" sindicais, é talvez, o principal fator que tem contribuído para a exploração do fato em tela.

Cadê a independência?
Mas para isto acontecer, os dirigentes sindicais devem se despojar de todos os cargos que possuem nas federações estaduais e na CBF. Até porque, dirigente de sindicato ocupar cargo nas federações, na CBF ou ser árbitro da ativa gera conflito de interesses, ou melhor, é incompatível. Fora disso, é puro peleguismo.
 Com a presença de instrutores da Fifa, a CA/CBF iniciou nesta tarde o seminário internacional para árbitros/assistentes da entidade que compõe a Renaf.

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