128ª reunião geral anual do (IFAB), realizada em Belfast em fevereiro deste ano
O estudo desenvolvido pela CBF
a respeito do árbitro de vídeo, amplamente divulgado pela entidade na semana
que passou, que está sendo encaminhado e será apresentado na reunião do
International Board (IFAB), durante esta semana - via o sr. Manoel Serapião
Filho, membro da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf) da CBF, tem
pouquíssima ou nenhuma chance de ser acatado pelo (IFAB).
O Board é desde a sua fundação
em 1886, o único órgão que tem poderes para receber, analisar, autorizar
experiências ou modificar as REGRAS DE FUTEBOL. Muitos
imaginam que é a Fifa, mas não é.
O (IFAB) é formado pelos quatro
Países que compõe o Reino Unido - Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte, País
de Gales e a Fifa. Qualquer experimento ou alteração nas REGRAS
DE FUTEBOL, tem que ter 3/4 das pessoas presentes e
autorizadas a votar.
Feito o preâmbulo acima, volto
ao tema árbitro de vídeo. Em 15/6/2009, pela Copa das Confederações na África
do Sul, jogavam e empatavam, Brasil 3 x 3 Egito, pelo aludido torneio. Aos 44’
da etapa final, após cobrança de uma infração na área egípcia, a bola foi
cortada com a mão dentro da área penal, por um defensor da Nação Africana e
ganhou a linha de fundo.
A infração em tela não foi
captada pelo campo visual do árbitro Howard Webb (Inglaterra), que determinou
tiro de canto para o Brasil. Incontinenti, o quarto árbitro que estava ao lado
da mesa do delegado do jogo, onde havia um aparelho de TV de 14’, ao ver o
replay e antes da cobrança do tiro de canto a favor do Brasil, através do ponto
eletrônico, comunicou Webb que voltou atrás do escanteio e determinou penal a
favor do Brasil.
Após seis minutos de
paralisação e muita discussão, o pênalti foi cobrado e convertido pelo meia
Kaká do Brasil, que venceu o confronto pelo placar de 4 x 3. Apesar da
repercussão mundial do fato e do recurso impetrado pela Federação Africana de
Futebol, a Fifa ignorou a situação. Manteve o resultado alegando que tudo o que
aconteceu não teve a interferência do árbitro de vídeo ou da TV como queiram,
mas sim do quarto árbitro e ponto final.
No dia 28/2/2015, na Reunião
Geral Anual do (IFAB), na cidade de Belfast (Irlando Norte), a Federação Holandesa
de Futebol (KNVB), apresentou estudos e se propôs a continuar o experimento do
uso do vídeo para auxiliar o árbitro a dirimir lances que fujam do seu campo
visual durante uma partida. O Board negou autorização a solicitação dos holandeses,
como também rechaçou a proposta da quarta substituição nos prélios com
prorrogação. Michael Praag, o mandachuva da (KNVB), extremamente contrariado ao
final da reunião disparou: “a utilização do árbitro de vídeo, seria um avanço e
ajudaria a aproximar as tomadas das decisões da arbitragem à justiça,
principalmente nos lances de impedimento e da bola na linha do gol”.
No último dia 4 de agosto do
ano em curso, a (KNVB) anunciou que a partir deste mês de (setembro), a entidade
estará ministrando curso ao seu quadro de arbitragem sobre como proceder o
árbitro de vídeo. Segundo a entidade dos países baixo, o treinamento visa
capacitar os homens do apito da instituição para daqui há dois anos, já que a
arbitragem de vídeo representa o futuro do futebol e daí o motivo para a
continuidade do treinamento da tecnologia.
É sabido que a (KNVB) já testou
de forma “velada”, algumas partidas com o árbitro de vídeo. Questionada sobre o
assunto, a Fifa informou que não autorizou e não tem conhecimento de que o
(IFAB) tenha autorizado a experiência.
Diante das posições anteriores
do (IFAB) sobre a questão, entendemos que a proposta da CBF sobre o árbitro de
vídeo será recebida e talvez até discutida - mas com pouquíssima ou nenhuma
chance de ser autorizada o seu experimento, sobretudo no Campeonato Brasileiro
da Série (A).
E, por derradeiro, é condição “sine qua non” do Board e da Fifa, quando recebem sugestões ou propostas para experiência ou possível modificação nas REGRAS DE FUTEBOL, testarem o experimento em competições das categorias de base.
PS: Causa “ estranheza” a
proposição da CBF de apresentar o árbitro de vídeo como ferramenta para
incrementar a qualidade da arbitragem. Em menos de um ano, alegando elevados
custos financeiros, a instituição presidida por Marco Polo Del Nero, abdicou da
Tecnologia na Linha do Gol (TLG) e da utilização dos Árbitros Assistentes Adicionais
(AAA). Ambas foram autorizadas pela (IFAB) e a Fifa, com o objetivo de auxiliar
a dirimir lances que escapem do campo visual dos homens de preto e são utilizadas
em diferentes competições do planeta.
(AAA) atuam ma maior competição de clubes do planeta, a Champions League e na Liga da Europa
PS (2): A Tecnologia na Linha do Gol (TLG),
usada na Copa do Mundo no Brasil, foi deixada gratuitamente pela empresa alemã
GoalControl, bastava a CBF fazer a manutenção dos equipamentos. O sistema
Hawk-Eye (Olho de Falcão), é a (TLG) utilizada nos campeonatos da Premier
League e da (KNVB).
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