domingo, 13 de setembro de 2015

CHANCE REMOTA

     128ª  reunião geral anual do (IFAB), realizada em Belfast em fevereiro deste ano
O estudo desenvolvido pela CBF a respeito do árbitro de vídeo, amplamente divulgado pela entidade na semana que passou, que está sendo encaminhado e será apresentado na reunião do International Board (IFAB), durante esta semana - via o sr. Manoel Serapião Filho, membro da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf) da CBF, tem pouquíssima ou nenhuma chance de ser acatado pelo (IFAB).

O Board é desde a sua fundação em 1886, o único órgão que tem poderes para receber, analisar, autorizar experiências ou modificar as REGRAS DE FUTEBOL. Muitos imaginam que é a Fifa, mas não é.

O (IFAB) é formado pelos quatro Países que compõe o Reino Unido - Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte, País de Gales e a Fifa. Qualquer experimento ou alteração nas REGRAS DE FUTEBOL, tem que ter 3/4 das pessoas presentes e autorizadas a votar.

Feito o preâmbulo acima, volto ao tema árbitro de vídeo. Em 15/6/2009, pela Copa das Confederações na África do Sul, jogavam e empatavam, Brasil 3 x 3 Egito, pelo aludido torneio. Aos 44’ da etapa final, após cobrança de uma infração na área egípcia, a bola foi cortada com a mão dentro da área penal, por um defensor da Nação Africana e ganhou a linha de fundo.

A infração em tela não foi captada pelo campo visual do árbitro Howard Webb (Inglaterra), que determinou tiro de canto para o Brasil. Incontinenti, o quarto árbitro que estava ao lado da mesa do delegado do jogo, onde havia um aparelho de TV de 14’, ao ver o replay e antes da cobrança do tiro de canto a favor do Brasil, através do ponto eletrônico, comunicou Webb que voltou atrás do escanteio e determinou penal a favor do Brasil.

Após seis minutos de paralisação e muita discussão, o pênalti foi cobrado e convertido pelo meia Kaká do Brasil, que venceu o confronto pelo placar de 4 x 3. Apesar da repercussão mundial do fato e do recurso impetrado pela Federação Africana de Futebol, a Fifa ignorou a situação. Manteve o resultado alegando que tudo o que aconteceu não teve a interferência do árbitro de vídeo ou da TV como queiram, mas sim do quarto árbitro e ponto final.

No dia 28/2/2015, na Reunião Geral Anual do (IFAB), na cidade de Belfast (Irlando Norte), a Federação Holandesa de Futebol (KNVB), apresentou estudos e se propôs a continuar o experimento do uso do vídeo para auxiliar o árbitro a dirimir lances que fujam do seu campo visual durante uma partida. O Board negou autorização a solicitação dos holandeses, como também rechaçou a proposta da quarta substituição nos prélios com prorrogação. Michael Praag, o mandachuva da (KNVB), extremamente contrariado ao final da reunião disparou: “a utilização do árbitro de vídeo, seria um avanço e ajudaria a aproximar as tomadas das decisões da arbitragem à justiça, principalmente nos lances de impedimento e da bola na linha do gol”.

No último dia 4 de agosto do ano em curso, a (KNVB) anunciou que a partir deste mês de (setembro), a entidade estará ministrando curso ao seu quadro de arbitragem sobre como proceder o árbitro de vídeo. Segundo a entidade dos países baixo, o treinamento visa capacitar os homens do apito da instituição para daqui há dois anos, já que a arbitragem de vídeo representa o futuro do futebol e daí o motivo para a continuidade do treinamento da tecnologia.

É sabido que a (KNVB) já testou de forma “velada”, algumas partidas com o árbitro de vídeo. Questionada sobre o assunto, a Fifa informou que não autorizou e não tem conhecimento de que o (IFAB) tenha autorizado a experiência.

Diante das posições anteriores do (IFAB) sobre a questão, entendemos que a proposta da CBF sobre o árbitro de vídeo será recebida e talvez até discutida - mas com pouquíssima ou nenhuma chance de ser autorizada o seu experimento, sobretudo no Campeonato Brasileiro da Série (A).

E, por derradeiro, é condição “sine qua non” do Board e da Fifa, quando recebem sugestões ou propostas para experiência ou possível modificação nas REGRAS DE FUTEBOL, testarem o experimento em competições das categorias de base.

PS: Causa “ estranheza” a proposição da CBF de apresentar o árbitro de vídeo como ferramenta para incrementar a qualidade da arbitragem. Em menos de um ano, alegando elevados custos financeiros, a instituição presidida por Marco Polo Del Nero, abdicou da Tecnologia na Linha do Gol (TLG) e da utilização dos Árbitros Assistentes Adicionais (AAA). Ambas foram autorizadas pela (IFAB) e a Fifa, com o objetivo de auxiliar a dirimir lances que escapem do campo visual dos homens de preto e são utilizadas em diferentes competições do planeta.
 (AAA) atuam ma maior competição de clubes do planeta, a Champions League e na Liga da Europa 
PS (2): A Tecnologia na Linha do Gol (TLG), usada na Copa do Mundo no Brasil, foi deixada gratuitamente pela empresa alemã GoalControl, bastava a CBF fazer a manutenção dos equipamentos. O sistema Hawk-Eye (Olho de Falcão), é a (TLG) utilizada nos campeonatos da Premier League e da (KNVB).

Nenhum comentário:

Postar um comentário