Wagner Reway (Asp/Fifa/MT), na última fila em pé de camisa preta é o segundo da direita para à esquerda, recentemente esteve participando de seminário no (Core) da Uefa
Michel
Platini, um dos maiores atletas do futebol mundial, assim que foi eleito
presidente da Uefa em 2007, encomendou um estudo minucioso a um grupo de
especialistas de diferentes áreas que deveria apontar os prós e os contra da
instituição e ato contínuo – quais eram as medidas eficazes para alavancar a
entidade europeia e transformá-la a curto, médio e longo prazo na potência
extraordinária que é na atualidade.
Platini
trocou toda a estrutura organizacional da Uefa - sobretudo, o Comitê de Arbitragem. E, desde então, iniciou uma série de
reformulações no setor do apito até conseguir o certificado de excelência nos
quesitos qualidade e credibilidade dos homens de preto da Uefa.
Isto
não significa que os árbitros vinculados a instituição do Velho Continente,
estejam imunes aos erros quando em ação na Liga dos Campeões ou na Liga da
Europa - os dois maiores torneios de futebol do planeta onde desfilam as
principais estrelas do futebol mundial.
Em
2010, dando sequência as reformulações sugeridas pelos especialistas, Platini
criou o Centro de Excelência de Arbitragem (Core), em Nyon (Suíça), sede da
Uefa. O (Core) foi criado por um colegiado de ex-árbitros, membros da elite da
Europa com notório conhecimento sobre as Regras de Futebol.
O comando
foi entregue ao ex-árbitro David Elleray, que ao lado de outros notáveis, como
Werner Helsen, Hugh Dallas, Ivan Cornu, Vlado Sajn e outros que gradativamente
foram lapidando, acompanhando e requalificando árbitros/assistentes Fifa e os
promissores. Alguns se tornaram os melhores na modalidade como: Howard Webb
(Inglaterra), atual instrutor técnico dos apitos da Premier League, Cüneyt Çakır (Turquia), Björn Kuipers (Holanda), Nicola Rizzolli
(Itália), Jonas Erikson (Suécia) e uma plêiade de apitos e bandeiras que são
vistos diariamente em todos os campeonatos europeus.
Mas o (Core) não é composto somente por ex-árbitros.
Além deles, há uma equipe de alto nível de fisiologistas, nutricionistas,
fisioterapeutas, preparadores físicos, psicológos, médicos, cientistas que
estudam o corpo humano do árbitro e seus movimentos e velocidade no campo e
professores de inglês a língua oficial da Uefa e da Fifa.
Esta esquadra acima nominada só interrompe seu
trabalho quando cessam as competições da Uefa. Fora disto, esta equipe de
excelência do (Core), atua de segunda à sexta-feira com uma programação diária
de treinamentos em todas as áreas que envolvam a arbitragem.
As atividades tem inicio logo após o café da manhã
de forma bem diversificada e se alternam ao longo do dia. Geralmente no período
matinal são exibidos vídeos de lances que ocorreram em jogos de alta
complexidade, testes teóricos a respeito das Regras de Futebol em inglês. À tarde,
testes práticos no campo de jogo, com equipes amadoras ou da segunda divisão da
Suíça e da França. Ou então, treinamentos e testes físicos na pista de primeiro
mundo da Uefa, palestras com psicólogos de como enfrentar as inúmeras pressões
a que são submetidos árbitros e assistentes numa partida.
Além do exposto, após o término do estágio no
(Core) que nunca é inferior há uma semana, árbitros da Fifa e árbitros promissores,
assistentes da Fifa e assistentes promissores, recebem um programa similar ao
aplicado na Uefa, para ser desenvolvido em conjunto com a associação, confederação
ou federação de onde o apito ou bandeira é egresso. Sabem quem comandada e
supervisiona à distância tudo o que acontece no (Core)? Pierlugi Collina.
Detalhe: A exceção da Inglaterra onde o árbitro
de futebol é profissional e se dedica em tempo integral ao mister do apito - nos
demais (52) Países membros da Uefa, o homem que maneja o apito e a bandeira não
é profissional, mas atingiu níveis de excelência, é respeitado e suas ações no
campo de jogo tem credibilidade. Por quê? Porque se especializa naquilo que se
propôs a fazer.
PS: Diante do que deixo a sugestão à CBF de que
se deseja realmente mudar e incrementar a qualidade dos seus juízes e bandeiras
e obter credibilidade nas decisões destes, implemente um Centro de Excelência
de Arbitragem, similar ao Centro de Excelência de Arbitragem da Uefa. Este
órgão se criado a exemplo do (Core), não pode ter nenhum membro da CA/CBF e de
ninguém das entidades de classe da confraria do apito brasileiro. Tem que ser
independente, porque se misturar dá “chabu”.
PS (2): Deixo ainda a sugestão, que a CBF convide
para formarem a futura entidade, os ex-árbitros Carlos Eugênio Simon, Salvio
Spínola Fagundes, Roberto Braatz, Roberto Perassi e Wilson Luiz Seneme. E que
Sérgio Corrêa da Silva, a exemplo de Collina na Uefa, comande e supervisione
tudo a distância. Nada mais a dizer.
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