quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Balanço regular

Na terça-feira que passou (29), a CA/CBF reuniu seus membros na sede da entidade no Rio de Janeiro e apresentou um relatório resumido sobre as atividades da arbitragem na atual temporada até o presente momento.

O primeiro tópico abordado foi a Regra 11 – Impedimento. Acredito ser o “Off side” o ‘tendão de aquiles” do  árbitro assistente em qualquer partida de futebol, seja ela disputada em caráter amador, amistoso, profissional ou até mesmo em jogos beneficentes nos mais recônditos lugares do planeta.

Dada a precariedade da formação e a ausência da requalificação dos bandeiras a partir das federações, da CBF e a complexidade das inúmeras variantes que acontecem num confronto de futebol em relação ao impedimento, os resultados apresentados pelo vice-presidente da comissão, Nilson Monção, são excelentes.

Já em relação as tomadas de decisões do árbitro (central) a explicação deixou a desejar. A partir do momento que as equipes da Série (A) do Brasileirão, conseguiram um ajuste técnico e as partidas ganharam corpo, a escalada de erros vem se acentuando rodada após rodada. Além do exposto, ao invés de submeter os apitos que cometem equívocos “crassos” a requalificação - a CA/CBF numa atitude inusitada, vem “laureando” aqueles que deixam de cumprir as REGRAS DE FUTEBOL e o OFÍCIO/CIRCULAR DE 22/05/2015, com escalas senão na rodada subsequente, algumas rodadas depois. 

Aliás, a CIRCULAR nominada, elaborada pela própria CA/CBF deveria ser extinta para preservar as pessoas que compõe a comissão. Faço esta afirmação porque, o desprezo paulatino que vem sendo dispendido pelos árbitros e bandeiras à indigitada circular é no mínimo humilhante. Há quem afirme que a dita "CIRCULAR" está sendo transformada num autêntico "chorume"    
   
O segundo tópico dissecado foi o árbitro de vídeo (AV).  Falou a respeito do tema, Manoel Serapião, reconhecidamente uma das mais renomadas personagens da arbitragem Sul-americana. Mas é bom lembrar que a Fifa e o International Board (IFAB), quando recebem propostas ou sugestões de experiências para provável modificação nas Regras de Futebol, exigem de quem apresenta a proposição, um estudo teórico de alto nível, idem na prática e, por conseguinte, eficácia de alta propulsão.

O que foi divulgado até o momento sobre o assunto pela CBF é um estudo teórico. Diferentemente da Federação Holandesa de Futebol (KNVB) – que está desenvolvendo prática similar há mais tempo que contempla teoria, praticidade e eficácia. Resta aguardar a decisão do (IFAB).

Foi designado para detalhar a Estrutura da Arbitragem da CBF, Edson Resende, que elencou o arsenal disponível que a instituição disponibiliza para incrementar as decisões da arbitragem nas diferentes situações num prélio de futebol. Resende nominou a Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf) - que na nossa opinião, está demasiadamente circunscrita ao eixo Rio/São Paulo. Se expandir o seu raio de ação, não tenho dúvidas que a qualidade da arbitragem brasileira tende a sofrer um incremento.

Quanto aos assessores e delegados de arbitragem há que se fazer uma reformulação total no quadro - pois está clarividente a incompatibilidade, a falta de ética e a ausência total de imparcialidade das avaliações dos homens de preto, quando a CBF designa para o mister, dirigentes das associações e sindicatos de árbitros. Esta situação “vergonhosa” só existe no futebol brasileiro.

Já em relação ao número de pessoas envolvidas no trato com a arbitragem, Resende afirmou que são (14) pessoas para gerir o setor. Penso que em função da quantidade de competições da CBF e do contingente expressivo de árbitros, há necessidade de um reforço humano para substanciar melhor a CA/CBF.

Alício Pena Júnior, discorreu sobre os investimentos que a CBF vem realizando no sentido de propiciar à arbitragem brasileira melhores condições no desempenho do seu labor. São quatro cursos durante o ano para um grupo circunscrito de árbitros e dois seminários na Conmebol.

Isto é filigrana diante do desenvolvimento extraordinário que atingiu o futebol dentro das quatro linhas, que é o que interessa à confraria do apito. A América do Sul vivencia uma decadência em vários aspectos do futebol, principalmente na arbitragem.

Decadência que foi exposta pelos árbitros Enrique Osses (Fifa/Chile) e Wagner Reway (Asp/Fifa/Brasil) - quando da participação de ambos em recente Seminário de Arbitragem na Uefa.

Quem leu as entrevistas dos apitos em tela aqui neste espaço, observou que a preparação que a Uefa realiza com os juízes e bandeiras e tem sequência nas federações de onde os árbitros são originários, e a interação que há entre todos os homens de preto durante toda a temporada europeia, notou que é infinitamente diferente da praticada na América do Sul.

A psicóloga Marta Magalhães nominou o bem-estar dos homens do apito.  Entendo que a CBF pelo fato de ter uma profissional que me passou a impressão de ser de excelência na área de psicologia, deve trabalhar árbitros e assistentes useiros e vezeiros em erros neste Brasileirão. Um colóquio verbal com a Drª Marta, poderia detectar junto ao intelecto dos árbitros, quais são os motivos que estão propiciando tamanha escalada de erros crassos e causando enormes prejuízos ao futebol.

Na preparação física, Dionisio Domingos afirmou que a partir de 2010, os índices dos apitos e assistentes vem melhorando gradativamente. Não é o que vem acontecendo – o pilar físico é um problema crônico que afeta a arbitragem há muito tempo. Os árbitros e assistentes da CBF, em todos os testes físicos realizados sob a supervisão dos instrutores internacionais da Conmebol e da Fifa, têem reprovado sistematicamente nesta modalidade.

Exemplo comprobatório foi o “fiasco” protagonizado por Wilson Luiz Seneme, indicado para o processo seletivo da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Reprovado duas vezes consecutivas no teste físico, Seneme foi desligado. Foi substituído por Heber Roberto Lopes e Leandro Vuaden, que também reprovaram no mesmo teste. No último mês de agosto, no Rio de Janeiro, sob os olhares imutáveis dos instrutores da Conmebol, um árbitro e um assistente da CBF do quadro da Fifa reprovaram novamente.

Há poucas rodadas do final dos campeonatos da CBF, sobretudo o mais importante que é a Série (A), é impossível mudar o quadro vigente. Portanto, se nada de anormal acontecer no comando do futebol brasileiro nas próximas horas, é de suma importância a CA/CBF elaborar um novo modelo de gestão à arbitragem brasileira a partir de 2016. Pois do contrário, vai continuar dando “chabu”.

Clique no link e acompanhe o balanço da CA/CBF - http://www.cbf.com.br/cbf-tv/arbitragem/arbitragem-balanco-sobre-trabalho-do-setor?page=0#.Vg0p1-xViko   

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