domingo, 4 de outubro de 2015

'CHUPANDO OS DEDOS"

    Tanto Marin que já se foi e Del Nero, no comando do futebol brasileiro há vários anos, "esqueceram" de montar um projeto de excelência à arbitragem brasileira
No próximo domingo (11), a Lei Nº 12.867, de 11 de outubro de 2013, que regulou a atividade do árbitro de futebol no Brasil como profissional irá completar dois anos. Desde então, nenhum avanço significativo foi alcançado pela confraria do apito que labuta no futebol brasileiro. Pelo contrário: houve uma estagnação em todos os sentidos.

Nenhum sindicato de árbitros foi criado desde a assinatura da nominada lei pela Presidência da República, e a maioria dos oito sindicatos existentes está em situação irregular perante o ministério do Trabalho e Emprego. Se regularizados, os sindicatos em número de cinco, de acordo com a Constituição brasileira poderiam fundar a Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol. Mas não houve e não há interesse.

Tanto é verdade, que a maioria esmagadora dos “representantes” da classe dos apitadores é composta de associações de árbitros. Associações que pela legislação vigente no Brasil não têm a Certidão de Registro Sindical (Carta Sindical) – e, por consequência, não têm direito a voto quando da eleição da futura Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol. Atualmente, dada a proliferação de sindicatos em todo o País, as exigências aumentaram e o ministério do Trabalho estabeleceu uma ordem cronológica para a concessão da carta.

As vésperas de completar dois anos da profissionalização, as entidades que “representam” os juízes e bandeirinhas não buscaram a autonomia que a lei lhes confere para realizarem cursos de formação e capacitação da arbitragem. Acrescente-se ao exposto, que um contingente expressivo de dirigentes de associações e sindicatos em todo o território nacional, foram cooptados e transformados em “pelegos” pelas federações de futebol e a CBF. Cooptação que rende prebendas, sinecuras cargos e o escambau à esses dirigentes.

Dois anos depois de regulada a atividade do árbitro, a CBF numa demonstração inequívoca de desrespeito aos homens do apito e com a anuência explicita dos “líderes” sindicais, explora a logomarca de três multinacionais na indumentária dos juízes e bandeiras que atuam em todas as suas competições.

Exploração que tem analogia com a escravidão - já que a CBF fatura milhões de reais com as propagandas expostas na vestimenta da arbitragem, enquanto a arbitragem que tem a dificílima missão de decidir numa fração de segundos, inúmeras situações no campo de jogo, com o apito ou a bandeira estão “chupando os dedos”.

Passados dois anos da regulamentação da função do árbitro no País pentacampeão de futebol, o “profissional” do apito assistiu  “in loco” em 2015, o “fiasco” protagonizado pelas entidades de classe quando do pedido de direito de arena à categoria no Congresso Nacional -  que deu “chabu”. A Advogacia-Geral da União, recomendou o veto à presidente Dilma Rousseff, porque considerou a petição inconsistente juridicamente e os congressistas mantiveram o veto.

Em relação ao direito de arena era sabido que daria “chabu”. A lei neste caso não contempla o árbitro e o caminho seria um estudo jurídico de excelência, para posteriormente politicamente inserir nela os homens do apito.

Após dois anos de “vacas magras”, surge nova “cartada” das entidades de classe. Colheu-se a assinatura de duzentos e cinquenta membros da arbitragem, objetivando o direito de imagem ao árbitro de futebol. De acordo com especialistas ouvidos por este colunista sobre o tema, a forma como foi formatada a petição junto ao Poder Judiciário em Pernambuco, tem tudo para dar “chabu” novamente. Caso seja concedida a liminar, os especialistas afirmaram que ela não se sustenta em esferas superiores do Judiciário. O caminho correto para se conseguir o direito de imagem segundo os especialistas, é o mesmo do direito de arena.

E, por derradeiro, dois anos depois da profissionalização da arbitragem, nem as entidades de classe e muito menos a CBF, elaboraram um projeto com arcabouço que propicie àqueles que manejam o apito e a bandeira, personagens fundamentais para o desenvolvimento de um prélio de  futebol, mecanismos de ponta para melhorar as tomadas de decisões no campo de jogo. 

Pergunto: Quando é que os sindicatos que foram derrotados vertiginosamente em Brasília, no pleito do direito de arena e tem se mostrado omissos e coniventes na exploração das publicidades no uniforme dos árbitros, irão apresentar um projeto para alavancar a arbitragem brasileira?

PS: A Circular elaborada pela CA/CBF que vem sendo desrespeitada pela arbitragem rodada após rodada nas Séries (A e B) do Campeonato Brasileiro, e que deveria ser extinta para preservação das pessoas que compõe a comissão de Árbitros da CBF está neste link: http://www.cbf.com.br/arbitragem/comissao-oficios-circulares/orientacoes-para-temporada-2015-e-oficio-circular-026#.VhFs4exViko  

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