quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Congresso deve servir para reflexão

O 39º Congresso da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), que será realizado no período de 27 à 29 de novembro do ano em curso, na cidade de Campo Grande (MS), e será comandado por Marco Antonio Martins (foto) - deverá ser um evento onde os sindicatos que representam a confraria da arbitragem brasileira, deverão se houver um mínimo de bom senso, refletir de maneira equilibrada a respeito dos dois anos que foram “perdidos” pelas entidades de classe, após o Decreto Lei Nº 12.867/2013. Lei que regulou a atividade do árbitro de futebol no Brasil como profissional. Desde então, nenhuma, repito, nenhuma conquista de interesse relevante foi conquistada pelos apitos e bandeiras que laboram no futebol pentacampeão.

Após o advento da profissionalização era aguardada a criação de novos sindicatos e, por consequência, da Federação Brasileira de Árbitros de Futebol – federação que é reconhecida pelo ministério do Trabalho e Emprego, pela Constituição do Brasil e pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O que significa que é uma instituição que tem legitimidade para transitar e reivindicar em qualquer esfera os interesses de uma categoria trabalhista. 
     
Além de não ser fundado nenhum sindicato, os que teem a Certidão de Registro Sindical (Carta Sindical), atualmente são oito sindicatos, parte desse contingente está com a documentação incompleta junto ao ministério do Trabalho.

Some-se ao acima exposto, a derrota “fragorosa” imposta pela presidência da República e pelo Congresso Nacional ao homem de preto do futebol brasileiro, no recente pleito do direito de arena.
Derrota que teve dois ingredientes: a precária redação jurídica na solicitação em tela, ou seja, os argumentos utilizados pela assessoria jurídica dos sindicalistas foram inconvincentes em conjunto com a inexperiência do interlocutor político escolhido pela Anaf em Brasília. Inexperiência que foi escancarada na ausência de representatividade política e conhecimento necessário dos caminhos que devem ser trilhados na capital federal, quando se busca conseguir a aprovação de leis ou algo similar.

Neste episódio, Anaf e congêneres penso eu, aprenderam uma dura lição: Brasília não é para amadores. Ali é preciso construir caminhos para ter acesso aos centros de decisão maior. Se continuar agindo da forma como tem agido no campo jurídico, Anaf e sindicatos continuarão a colher novas derrotas.

Concomitantemente ao direito de arena, duzentos e cinquenta árbitros assinaram procuração pedindo o direito de imagem, que foi protocolado em Recife (PE). Até o presente instante ninguém sabe o que aconteceu e dificilmente se saberá nesta temporada o que irá acontecer. Foi feito um “furdúncio” terrível em cima da notícia que teve “efeito traque”.

Acoplado ao que está mencionado acima, acrescente-se que após a profissionalização a arbitragem continuou e continua sendo explorada com três logomarcas das multinacionais (SKY, SEMPTOSHIBA e PENALTI) na sua vestimenta – logomarcas que estão alocadas em locais estratégicos na indumentária dos homens do apito, que atuam em todas as competições da CBF. Embora sejam profissionais, nenhum juiz e bandeira recebeu até os dias atuais, um único centavo pelas propagandas exibidas diariamente dessas marcas na Tv, internet, jornais, tabloides, smartphones e revistas.

Seria de bom alvitre a Anaf exibir à categoria os contratos e os valores que a CBF arrecada com as publicidades nos uniformes da arbitragem. Daria transparência ao tema. Porque se forem “filigranas” como já foi dito os valores que a CBF obtém com as nominadas publicidades, o que este colunista duvida, que fique como está.

Diante do cenário aqui narrado, já que não há outro, a não ser que exista algo de melhor em outro planeta à arbitragem, resta a Anaf e aos sindicatos refletirem e refletirem muito no congresso da entidade em Campo Grande, sobre os próximos passos e ações que pretendem daqui para a frente, àqueles que manejam o apito e as bandeiras do futebol brasileiro. Pois do contrário, as reivindicações continuarão dando “chabu” e tudo vai continuar como “DANTES NO QUARTEL DE ABRANTES”.

PS: Os congressos da Anaf teem proporcionado aos dirigentes das associações e sindicatos de árbitros, realizarem um “tour” por todo o território brasileiro. “Tour” que é feito duas vezes por ano às custas dos filiados. É chegado o momento dos sindicalistas e assemelhados, retribuírem com medidas eficazes algo de substancioso aos filiados. Já que são eles com suas contribuições extraídas das suas taxas de arbitragem, que propiciam esta verdadeira volta ao redor do Brasil aos seus representantes.        

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