terça-feira, 27 de outubro de 2015

A pauta é promissora, depende da independência da Anaf

“Antes tarde do que nunca” - é o que diz um dos mais antigos adágios que ouvimos desde os primórdios da humanidade. Assim, entendo a Pauta de Reivindicações entregue pela Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), à CBF no último dia (8). Pauta que traz no seu conteúdo algumas propostas que poderão dependendo das negociações, proporcionar benfeitorias à confraria do apito do futebol brasileiro.

Li, revi e trevi as reivindicações que estão postadas no site da Anaf – http://www.anaf.com.br/2014/?p=9437. Acredito que o primeiro passo para a abertura de um entendimento independente entre Anaf e a CBF, passa pela renúncia de todos os cargos que os dirigentes da Anaf ocupam na CBF e, por extensão, nas federações de futebol. É a condição “sine qua non”.

Faço a colocação em tela porque a arbitragem brasileira vivencia inúmeras mazelas e uma delas, se não a principal, diz respeito a presença “nefasta” de presidentes ou diretores de associações e sindicatos vinculados a algum cargo nas federações e na CBF. O nome deste tipo de comportamento no jargão sindical é “peleguismo” ou como queiram, “caradurismo” – prática incompatível no mundo globalizado e, sobretudo, prejudicial aos anseios de qualquer categoria trabalhista.

Marco Antonio Martins, o atual presidente da Anaf que recuperou a instituição e deu relevo exemplar a entidade em todos os setores, e é o principal arauto dos homens de preto do futebol brasileiro, deveria dar o pontapé inicial, solicitando a CBF seu desligamento da função de delegado de arbitragem e pedir aos seus congêneres da Anaf que façam o mesmo. 

Aqueles que discordarem devem renunciar seu cargo na Anaf, e assumirem de vez as funções de diretor de federação e assessor e/ou delegado de arbitragem da CBF.

PS: Quanto a participação de um dirigente da Anaf na Comissão de Árbitros da CBF, a proposta é no mínimo incoerente e aponta na direção de fortíssimos laivos de promiscuidade. Nossa opinião é que se isto acontecer, será quebrado o último resquício de independência que ainda vige entre árbitros, federações, CBF e clubes. 

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