segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

“MAR DE LAMA” não chegou ao apito



A temporada de 2015 do futebol brasileiro trouxe a público gravíssimas denúncias contra a cartolagem que comanda o futebol pentacampeão. Denúncias que se comprovadas irão exterminar os últimos resquícios de ingenuidade que ainda vicejam no futebol do Brasil. Denúncias que na sua maioria eram desconhecidas, sobretudo do torcedor, que deverão provocar um terremoto com novos desdobramentos nos próximos meses em diferentes segmentos, principalmente no comando da CBF.

Nesse tsunami de denúncias envolvendo a direção da CBF, um setor passou incólume pela podridão que assola o comando do futebol pentacampeão - a arbitragem. Arbitragem que é composta por homens e mulheres que na sua maioria é gente de origem humilde.

Árbitros e árbitras que apesar da precária formação que recebem das federações de futebol e do “acanhado” apoio que lhes disponibiliza a própria CBF, da ausência de cursos de capacitação continuada e da anacrônica pré-temporada a que são submetidos, não se deixaram contaminar pelos laivos de corrupção que denigrem a imagem do outrora respeitado futebol brasileiro. 

Arbitragem que é sistematicamente utilizada como mercadoria de troca entre dirigentes da CBF, das federações e dos clubes. Arbitragem que é explorada “vergonhosamente” pela CBF, tendo como litisconsorte nessa exploração a omissão dos sindicatos da categoria.

Exploração que vem acontecendo há mais de uma década, com a alocação de patrocínios de logomarcas de multinacionais nas mangas das camisas dos homens de preto e neste ano, nas costas das camisas sem nunca terem recebido um único centavo de contrapartida. 
                   
Dinheiro que deveria ser reivindicado pela Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) e sindicatos há muito tempo - já que há uma decisão da Fifa normatizando que as verbas obtidas com o patrocínio nas mangas das camisas devem ser revertidas em benefício exclusivo dos homens do apito e das bandeiras.

Verbas que deveriam ser utilizadas na requalificação da arbitragem que atua no Campeonato Brasileiro nos quesitos técnico, tático, físico, psicológico, na contratação de nutricionistas, fisiologistas e na preparação física dos apitos e assistentes da Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf).
  
Arbitragem que é profissional de acordo com a Lei Nº 12.867/2013, mas teve negado o direito de arena por equívoco na redação a respeito do tema. Arbitragem que viu seus representantes sem a devida representatividade política na derrubada do veto do direito de arena perante o Congresso Nacional. 
 
Arbitragem que recentemente por inoperância ou desconhecimento do jurídico da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), após a colheita de (duzentas e cinquenta) procurações peticionando junto a Justiça de Recife (PE), o direito de imagem ao árbitro de futebol, foi informada há poucos dias que a Juíza que apreciou a ação remeteu os autos para o Rio de Janeiro, porque é lá que está localizada a sede da Tv que transmite os jogos do Brasileirão.

Arbitragem que anseia há muitos anos por um projeto de relevância da CBF, que contemple à categoria na sua plenitude, com o fim precípuo de que as tomadas de decisões no campo de jogo, sejam o mais próximo da uniformidade das Regras de Futebol, mas fecha mais um ano sem nenhuma perspectiva de futuro.

Arbitragem que apesar das mazelas acima nominadas cometeu pequenos equívocos, que não tiveram maiores influências nos resultados das 380 partidas da Série (A), considerada a maior e mais equilibrada competição de futebol do planeta. Além disso, essa mesma arbitragem, dirigiu 380 jogos da Série (B), diversos confrontos das Séries (C e D), Copa do Brasil, Copa do Nordeste, Sub-17 e Sub-20.

Arbitragem que por mudança de arquétipo na condução dos prélios na Série (A), reduziu o número de faltas, aumentou o tempo de bola  em jogo e erradicou a indisciplina durante e após os jogos.  De todas as grandes ligas europeias, somente a Premier League (Inglaterra), supera o futebol brasileiro nos itens de infração e tempo de bola rolando.

Arbitragem que teve na honestidade e no equilíbrio de Sérgio Corrêa da Silva, Nilson Monção, Alicio Pena Júnior à frente da Comissão de Árbitros da CBF, e dos colaboradores Ana Paula Oliveira, Dionisio Roberto Domingos, Edson Rezende de Oliveira, Manoel Serapião Filho (CBF/CONMEBOL/FIFA), Wilson Luiz Seneme, o principal diferencial de todas as competições da Confederação Brasileira de Futebol. As personagens aqui mencionadas, são dignas na nossa opinião, de reconhecimento dos torcedores, dos atletas, dos dirigentes e da mass media esportiva.   

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