Indicado para o processo
pré-seletivo ao Mundial de 2014 no Brasil, o ex-árbitro e hoje coordenador da
instrução da arbitragem brasileira da CBF, Wilson Luiz Seneme, protagonizou
duas situações que deixaram a arbitragem brasileira a época em “maus lençóis”.
Explico: em que pese o Brasil ter sido anunciado como sede da Copa do Mundo em
outubro de 2007, a CBF e Seneme não elaboraram um plano de treinamento
de excelência à arbitragem para a Copa e o resultado foi um vexame sem
precedentes - Seneme foi reprovado duas vezes no temível “teste físico” da
Fifa.
Após o desligamento de Seneme
que justificou o fato em função de uma fascite plantar, foram indicados Leandro
Vuaden e Heber Roberto Lopes - mas ambos foram reprovados no mesmo “teste
físico” que Seneme reprovou. O “salvador da pátria” foi a quarta opção, Sandro
Meira Ricci. Destaque-se que na última década em todos os testes físicos onde
houve a presença de instrutores da Fifa, o histórico de reprovações da
arbitragem brasileira tornou-se fato recorrente.
Há quinze dias do início da
Copa no Mundo Brasil, Massimo Busacca, o diretor de arbitragem da Fifa, realizou
o teste físico Yo-Yo à arbitragem que iria laborar na competição no Centro de
Treinamento do ex-atleta do Flamengo Zico, no Rio de Janeiro. Nove dos doze
árbitros da América do Sul foram reprovados.
Durante o Mundial, o trio
brasileiro e os demais apitos Sul-americanos dirigiram pouquíssimos jogos e nas
quartas de final, semifinal e na finalíssima a confraria do apito da América
do Sul desapareceu.
No dia 4 de janeiro deste ano
a (IFFHS) Federação Internacional de História e Estatística do Futebol,
instituição reconhecida internacionalmente pela seriedade com que faz suas
pesquisas e estatísticas, anunciou a relação dos dez melhores árbitros de
futebol do planeta. A exceção de Wilmar Roldan (Fifa/Colômbia) na sétima
posição e de Benjamim Williams (Fifa/Austrália) na décima posição, a lista dos
dez top da (IFFHS) foi dominada pelos europeus. A CBF tem (10) árbitros na
Fifa, mas nenhum consta da nominada lista.
Diante do que se leu neste
articulado e de outros senões negativos que vivencia o futebol e a arbitragem
da América do Sul, a presença de Wilson Seneme, considerado por todos como
idôneo no comando do Comitê de Árbitros da (Conmebol) Confederação
Sul-Americana de Futebol - abre a perspectiva alvissareira de que tenhamos uma
reformulação irrestrita em todos os setores da arbitragem da Conmebol. Se assim
não acontecer, teremos a continuidade da desconfiança e da ausência de
credibilidade das tomadas de decisões dos homens de preto nas competições da
referida instituição.
Já para os homens do apito e
das bandeiras do futebol pentacampeão, a presença de Seneme na Conmebol, num
posto de alta relevância como é a arbitragem, penso que é de valia inominável. Mas
antes é necessário fazer o dever de casa como preconizou o mestre
internacional de arbitragem, José Garcia Aranda, no Workshop que está sendo
realizado na CBF. Ou seja, tem que mudar a composição, a metodologia de ensino
aplicada na formação dos futuros apitos e nas comissões de árbitros das
federações de futebol.
PS (1): Um amigo que
representou expressivo segmento do agronegócio no Fórum Econômico Mundial em
Davos, (Suiça), no mês de janeiro que passou e na volta fez uma escala técnica
na Alemanha, ficou envergonhado com o que ouviu, leu e viu na mídia europeia a
respeito dos árbitros Sul-americanos. Fabricamos craques extraordinários me
disse o amigo, mas a credibilidade dos nossos juízes e bandeirinhas perante a
mídia que cobre o futebol do Velho Continente é escassa.
PS (2): Escrevo este coluna no
condicional e amparado na informação prestada pelo ex-árbitro Arnaldo Cezar
Coelho, no programa Bem Amigos do Sportv que está no link: http://sportv.globo.com/site/programas/bem-amigos/noticia/2016/02/wilson-seneme-e-o-novo-presidente-da-comissao-de-arbitragem-da-conmebol.html
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