segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Raio-X da arbitragem

     Nilo Neves  com a bola, teve ótima performance no Coritiba x Cascavel
No Couto Pereira

Pela primeira vez nos últimos anos tivemos um início de Campeonato Paranaense com desempenho positivo dos homens da Federação Paranaense de Futebol, que manejam o apito e as bandeiras. Se estivesse comandando um confronto da Série (A) do Campeonato Brasileiro, e, assinalasse as três penalidades com a exatidão que marcou no jogo que dirigiu, Coritiba 4 x 0 Cascavel, Nilo Neves, fatalmente seria o árbitro da rodada. Com posicionamento e condicionamento físico impecáveis e com perfeito equilíbrio psicológico, acoplado a fraqueza técnica da esquadra do Cascavel e ao bom futebol praticado pelo Coritiba, ficou fácil interpretar e aplicar as Regras de Futebol. No terceiro pênalti que muitos contestaram agiu em consonância com as determinações do (IFAB) e da FIFA - porque houve ação de bloqueio da bola do atleta da equipe da cobra. Excelente arbitragem!
No Germano Krüger
Paulo Roberto Alves Júnior, o juiz de Operário 0 x 2 Atlético/PR, poderia estar no mesmo diapasão de Nilo Neves não fora o equívoco disciplinar cometido aos 35’ da etapa final, quando o defensor Lucão da equipe de Ponta Grossa, após fazer falta e cair ao solo com o rubro-negro Vinicius, em quem desferiu um soco na cabeça.  A Regra 12 – Faltas e incorreções  tipifica este tipo de lance como conduta violenta - cartão vermelho (expulsão). Errou e errou feio o indigitado árbitro.
Agora vai?
Dada a ausência de cursos de alto nível, de investimentos e de uma visão anacrônica que grassa no setor da arbitragem do futebol paranaense, o futebol do Paraná há uma década não tem nenhum árbitro (apito), na (Renaf) Relação Nacional de Árbitros de Futebol como Asp/FIFA. Este quadro letárgico poderá ser suplantado no próximo mês de abril, quando se confirmadas as expectativas, Rodolpho Tóski Marques, árbitro da (FPF), formado pelo professor Nelson Lehmkhul em dezembro de 2005, e é tutelado pelo instrutor da CBF José Mocelin, poderá ser confirmado como Asp/FIFA pela principal personagem da arbitragem brasileira, o P.h.D Sérgio Corrêa.
Não tem mais ninguém
Rodolpho Marques é o único árbitro da (FPF), dado o modelo arcaico empregado na formação dos novos árbitros e na comissão de arbitragem da entidade paranaense, que reúne após dez anos as condições exigidas pela CA/CBF a uma vaga de Asp/FIFA. Os demais apitos da (FPF) que compõe a Renaf têm boas intenções  “mas de boas intenções o inferno está cheio”, diz um antigo adágio popular.
“Tá tudo dominado” (1)
Foi a expressão que li quando abri minha caixa eletrônica no final de semana que passou. A afirmação em tela veio de dois árbitros que pediram “Off” – o silêncio conjunto das associações de árbitros que são maioria e não desejam criar novos sindicatos, e dos oito sindicatos que possuem a (Carta Sindical), repito, somente oito - em relação aos verdadeiros interesses de relevância da confraria do apito brasileiro, expõe de maneira inexorável a verossimilhança de que “TÁ TUDO DOMINADO”.
“Tá tudo dominado” (2)
E ai de quem se “atrever” a quebrar o paradigma vergonhoso que vivenciam árbitros e assistentes do nosso futebol - fatalmente será afastado do quadro e das escalas das federações e, por consequência, será retirado a fórceps da Renaf e não viaja mais nas aeronaves da gol. Diante do exposto, o grande projeto do árbitro do futebol pentacampeão é continuar a saga de brigar por escalas tal qual um “náufrago em alto mar
Quem deve ser o interlocutor em Brasília?
Em função das críticas que fiz aqui neste espaço ao ex-árbitro e hoje deputado federal Evandro Rogério Romam, alçado pela (Anaf) Associação Nacional de Árbitros de Futebol, como interlocutor da categoria dos homens de preto em Brasília e dada a sua atuação meia-boca no pleito do direito de arena à arbitragem, me perguntam quem deveria ocupar tal posição. Respondo: basta observar quem são os grandes caciques da Câmara dos Deputados e do Senado federal. Pergunto: quem são os próceres da bancada da bola, da evangélica, da bala, do agronegócio, dos usineiros, dos caminhoneiros, da construção civil e das minorias? Só políticos escolados. Está respondido.  
 

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