sábado, 30 de abril de 2016

“CONVERSA PARA INGLÊS VER”

                                            Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Na palestra que proferiu na Semana da Evolução do Futebol Brasileiro na sede da CBF, na terça-feira (26), o ex-árbitro e atual comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba (foto), sugeriu que a melhora na qualidade das tomadas de decisões do árbitro de futebol no Brasil, passa pela profissionalização da categoria.

Lembro que o Projeto de Lei Nº 6405/2002, que versava sobre a profissionalização do árbitro do futebol brasileiro, vagou pelas inúmeras comissões do Congresso Nacional em Brasília durante onze anos – e quando foi aprovado em outubro/2013, foi aprovado de maneira totalmente descaracterizada das reais necessidades que exigia a arbitragem. Alquebrado, o Decreto Lei Nº 12.867, especificou no seu conteúdo que a atividade do árbitro ficava reconhecida como profissional. Ponto.

Desde então nem a CBF, as federações de futebol, a Anaf, associações e/ou sindicatos deram um único passo no sentido de melhorar o indigitado decreto ou outra melhora de relevância. Pelo contrário: o que vimos de lá para cá, foi um enorme retrocesso.

Tanto é verdade que desde o reconhecimento da atividade do árbitro como profissional, não se criou um sindicato - que dirá a tão sonhada Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol. Tanto é verdade o retrocesso, que no último mês de fevereiro, na consulta que fizemos junto ao Cadastro Nacional de Entidades Sindicais, órgão vinculado ao ministério do Trabalho e Emprego, apenas (3) sindicatos da classe dos homens de preto estavam ativos perante àquela instituição. Paraná, Rio G. do Sul e São Paulo.

Tanto é verdade o retrocesso, que a CBF em pleno século 21 escala no seu principal torneio, o Campeonato Brasileiro, para exercerem a importantíssima função de assessor e/ou delegado de arbitragem, dirigentes das federações de futebol, das entidades sindicais como Anaf, associações e sindicatos. Pergunto: Como é que os sindicalistas que foram eleitos para a lide sindical, irão confeccionar um relatório justo, equilibrado e tecnicamente correto se todos foram eleitos para reivindicar e defender os interesses da confraria do apito?

Tanto é verdade o retrocesso, que a CBF aboliu da sua principal competição, o Campeonato Brasileiro, os (AAA) Árbitros Assistentes Adicionais, sob a alegação de questões financeiras. Fato que está em flagrante descompasso com as normas do (IFAB).

Tanto é verdade o retrocesso, que a CBF explora a publicidade de duas multinacionais na indumentária dos apitos e bandeiras que atuam em todas as competições da entidade, e não repassa um único centavo aos homens de preto. 

Portanto, com o cenário vigente no futebol pentacampeão, falar em profissionalização da arbitragem brasileira, “É CONVERSA PARA INGLÊS VER”.       

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