domingo, 14 de agosto de 2016

Pauta de Fortaleza é frágil

    A ausência de Marco Antonio Martins (foto), que está licenciado da presidência da Anaf, talvez tenha contribuído para uma pauta sem os temas de interesse dos homens de preto - foto: MHDB

Imaginei que Jamir Carlos Garcêz, que está ocupando interinamente a presidência da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), iria anunciar uma pauta diferenciada das últimas anunciadas pela Anaf - e de real interesse da confraria do apito brasileiro. Pauta que será discutida na Assembleia Geral Extraordinária e Ordinária da entidade, pelos sindicalistas e ocorrerá na próxima sexta-feira (19), na cidade de Fortaleza (CE). Deu chabu o meu pensamento. Teremos com raras exceções, a mesmice.

A letra (B) da pauta fala sobre a Certidão de Registro Sindical (Carta Sindical) - assunto amplamente debatido nas últimas reuniões, inclusive em Porto Alegre há três anos atrás, quando este colunista participou de uma destas reuniões.

Pelas informações obtidas, apenas o estado do Ceará conseguiu regularizar sua situação nos últimos meses. Lembro que em fevereiro do ano em curso, ao fazer uma pesquisa junto ao Cadastro Nacional de Entidades Sindicais em Brasília, apenas o Paraná, o Rio Grande do Sul (apresentava um pequeno problema na documentação) e São Paulo - estavam com a situação legalizada junto àquele órgão que é vinculado ao ministério do Trabalho e Emprego. Resta saber qual será a “novidade” que será apresentada sobre a Carta Sindical.

Outro tema está na letra (E), elenca a profissionalização. Não se sabe se é a profissionalização dos diretores da Anaf ou a  mesma conversa que é reiterada a cada evento da Anaf, que insiste em “vender” de que a atividade do árbitro do futebol brasileiro será profissionalizada na sua essência. 

O Projeto de Lei nº 6405/2002, que contemplava o homem que maneja o apito e as bandeiras do futebol brasileiro na sua plenitude como profissional, foi descaracterizado e despersonalizado durante onze anos no Congresso Nacional em Brasília. O que aconteceu foi um “arremedo” através do Decreto Lei nº 12.867/2013, que reconheceu a função do homem de preto do futebol do Brasil como profissional. Ponto. O Artigo da mesma lei que vinculava o árbitro às federações e a CBF foi vetado.

Já a letra (H) da mesma pauta, retorna ao assunto do direito de imagem, querela ajuizada equivocadamente pela Anaf e árbitros na Comarca do Recife (PE), e que foi inteligentemente devolvida a circunscrição judiciária do Rio de Janeiro, sede da emissora detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro e demais competições da CBF. Vamos ver qual é a situação da ação que, custou milhares de reais à arbitragem que paga rigorosamente suas taxas à Anaf.

Aliás, quanto a ação do Direito de imagem que retornou da Comarca do Recife (PE), a mesma foi distribuída para o Juízo de Jacarepaguá - posteriormente, o juiz que recebeu a ação remeteu-a ao Fórum Central do Rio de Janeiro, e lá foi distribuído para a 8ª Vara Cível/RJ, sob nº 0054999-46.2015.8.19.0203. A mesma fonte me disse que, falta pagar algumas custas da indigitada ação. 

Na nossa ótica, pensei que Jamir Carlos iria anunciar um projeto para aquisição de uma sede da Anaf a curto, médio ou longo prazo. Já que cada presidente que assume a entidade leva a sede para a sua cidade de origem ou adjacências.

Outro tema relevante à arbitragem que o presidente interino não pautou, diz respeito as logomarcas publicitárias alocadas na indumentária da arbitragem, que labora em todas as competições da CBF. Logomarcas publicitárias, que os árbitros e bandeiras nunca viram a cor de um centavo. Talvez, por estar interinamente no cargo e sem “bala na agulha”, e com receio de criar um imbróglio acirrado, Garcêz declinou de pautar o assunto.

Sem falar que a criação da Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol, entidade que a partir do momento que for criada significará a redenção da arbitragem do futebol pentacampeão, sequer consta na pauta de Fortaleza.

PS: Os verdadeiros temas de relevância e de interesse da categoria da arbitragem brasileira, que deveriam ser pautados e discutidos em alto nível, a exemplo das reuniões anteriores foram “esquecidos” pela direção da Anaf.

PS (2): Aliás, o ano de 2016,a exemplo dos anos anteriores não irá contemplar os apitos e bandeiras com nenhuma conquista. Lembrando à arbitragem que, reposição do percentual inflacionário não é conquista. É preceito que está na Constituição do Brasil. 

PS (3): Há pelos país afora várias entidades da arbitragem se autointitulando nos seus sites como se fossem SINDICATO - quando na verdade não possuem a Certidão de Registro Sindical a denominada (Carta Sindical). Falta a essas entidades um outro fato que é inerente a quem possue a (Carta Sindical) - que é a personalidade sindical. É vergonhoso e inaceitável que a Anaf compactue com esta farsa que vem perdurando a bastante tempo.

PS (4): A detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, a REDE GLOBO, até ontem (15/8), não havia sido citada na ação em que a confraria do apito brasileiro pede o direito de imagem.      

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