sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Independência requer mudança de filosofia




Na quarta-feira (23/11), os senadores Romário (RJ) e Randolfe Rodrigues (AP), exibiram um relatório a parte da CPI do futebol, em que sugerem que os árbitros que laboram no futebol pentacampeão sejam independentes da CBF e, por consequência, das federações de futebol.

Ambos os parlamentares afirmam no documento que, da forma como é gerida a arbitragem no Brasil, a confraria do apito está, dada a sua dependência às entidades mencionadas, vulnerável as pressões dos cartolas que comandam as instituições em tela.

Os indigitados senadores realçam ainda, que a persistir a situação vigente, em alguns casos pode comprometer a lisura das tomadas de decisões da confraria do apito, e colocar em “xeque” o resultado dos jogos.

Por ser reconhecidamente o país do futebol, a independência da arbitragem deveria ser regra no Brasil - sobretudo, porque o futebol é um dos elementos catalisadores dos sentimentos da maior importância da vida nacional.

Infelizmente, em função de uma cultura arcaica encalacrada na mente dos cartolas que buscam atingir os fins a qualquer custo independente dos meios utilizados, e, da ausência de políticas públicas nas áreas de saúde, segurança, saneamento, trabalho, emprego e, sobretudo, educação à população – com raríssimas exceções, todos enxergam o árbitro como inimigo número (um) do esporte das multidões.

Mudar o conceito no que concerne ao árbitro perante os diferentes setores que atuam no futebol no Brasil, e vê-lo tomar decisões próximas da uniformidade das REGRAS DO JOGO, requer vontade política, mudança de comportamento e a adoção de parte das políticas públicas acima nominadas – acoplada a uma transformação na filosofia dos usos e costumes de toda a classe dirigente do nosso futebol, Tribunais de Justiça Desportiva, atletas, técnicos, imprensa, torcedor, sindicatos de arbitragem e, principalmente, do guardião das REGRAS DO JOGO, o árbitro.

PS: Pois do contrário, a proposição dos senadores Romario Farias e Randolfe Rodrigues vai ficar apenas no papel.  

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