domingo, 22 de janeiro de 2017

A PRÉ-TEMPORADA REALIZADA À ARBITRAGEM NO BRASIL É UM ARREMEDO


                                                                          Crédito: FIFA.com


Implementada nos anos 80 pelo professor Rogério Caetano na Federação Paulista de Futebol, a pré-temporada para árbitros que em média tinha uma semana de duração, diminuiu após trinta e sete anos o tempo e o conteúdo.

Inserida paulatinamente em várias federações de futebol, a pré-temporada teve seu tempo de duração suprimido de uma semana para dois ou no máximo três dias – o que significa perda de conteúdo e da qualidade do ensino ministrado pelos instrutores, dada a exiguidade do tempo. Daí o motivo de questionarmos na coluna anterior: PRÉ-TEMPORADA OU ARREMEDO?

A impressão que se tem ao ver a programação da pré-temporada nos sites das associações de árbitros e das federações de futebol, é de que a arbitragem do país cinco vezes campeão mundial de futebol, estacionou no século 19 em termos de formação, preparação e requalificação da confraria do apito brasileiro, embora estejamos no século 21.

Nestes trinta e sete anos, o futebol pentacampeão teve vários segmentos que conseguiram avanços significativos: A CBF, os cartolas das federações e dos clubes, atletas, preparadores físicos, massagistas, fisioterapeutas, nutricionistas, ortopedistas, a medicina das equipes  foi entregue a profissionais de alto nível, os técnicos foram reconhecidos e sua atividade regulamentada como profissional, e a pré-temporada dos jogadores dura em média duas semanas.

Enquanto a plêiade acima nominada planejou suas ações e cresceu cada uma dentro da sua área, conquistando melhores condições de trabalho, incremento salarial, direito de arena, direito de imagem, registro em carteira profissional e os benefícios da (CLT), a arbitragem entrou em processo de DECADÊNCIA acentuada - e pelo andar da carruagem a situação vai perdurar por muito tempo.

O arremedo das pré-temporadas à arbitragem que estão sendo realizadas pelo país afora, neste início de 2017, abre um leque de desconfiança estratosférica sobre a qualidade e credibilidade das tomadas de decisões da confraria do apito - a partir do momento que a bola rolar nos campeonatos regionais, Primeira Liga, Copa do Brasil e a seguir o Campeonato Brasileiro.

Ou a arbitragem acorda do estado de letargia e sai do século 19 e entra definitivamente no século 21, ou então, vai continuar sendo manuseada como mercadoria de troca pelo status quo que gerencia o nosso futebol. E, por conseguinte, ocupando a última poltrona do milionário negócio que é o futebol brasileiro, onde todos ganham muito e a arbitragem uma “merreca”.

Ad argumentandum tantum: Se almejam dias melhores e conquistas relevantes à categoria, ou seja, sair do século 19 e entrar de uma vez por todas no século 21, os homens de preto do futebol pentacampeão não podem mais ter como representante as associações. O caminho é criar incontinenti novos sindicatos que se somarão aos quatro sindicatos detentores da CARTA SINDICAL, que são o CEARÁ, PARANÁ, RIO G. do SUL e SÃO PAULO. O próximo passo é a fundação da FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL - entidade de segundo grau, com assento garantido no ministério do Trabalho e Emprego e reconhecida e regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

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