quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

INTEGRAÇÃO PODE DAR "CHABU"

Na entrevista que concedeu ao site VOZ DO APITO, o diretor da CA/CBF, Marcos Marinho, afirmou que: “Irá acompanhar os estaduais do ano em curso, para poder dar oportunidades aos árbitros que os comitês estaduais estiverem apostando”. Marinho afirmou ainda que outra prioridade é administrar a arbitragem brasileira, ao lado dos chefes das comissões, pois sem eles o seu trabalho se tornaria muito mais difícil.


Concordo com a integração com as comissões de arbitragem - mas, com profundas ressalvas. Apitar jogos regionais é uma coisa. Dirigir partidas da Série A e B do Campeonato Brasileiro, onde os estádios são diferentes, a televisão está presente com vinte e duas câmeras ou mais monitorando as ações do árbitro e/ou assistentes, o torcedor é de outro estrato social, a qualidade técnica e física dos atletas é superior e os interesses da cartolagem e técnicos são multifacetados, são outros quinhentos.

Daí entendo, que os membros das comissões de árbitros e um contingente expressivo de apitos e bandeiras, estão despreparados e somente com um treinamento específico no intelecto do cidadão poderá qualificá-lo ou não a atuar em jogos de alto nível.

Feito o preâmbulo, das duas uma: Ou Marcos Marinho demonstrou cordialidade com as comissões de arbitragem das federações, ou então desconhece o cenário de pobreza qualitativa que assola o quadro de arbitragem das federações de futebol de todo o país.

Observe sr. Marcos Marinho, a penúria do Paraná. Há dez anos a frente da direção da arbitragem da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Afonso Vitor de Oliveira e seus pares não revelam um único árbitro promissor (apito masculino) - embora tenha a (FPF) realizado inúmeros cursos na última década. O último apito talentoso com possibilidades de alcançar degraus expressivos na FIFA, foi descoberto e formado pelo professor Nelson Orlando Lehmkhul, há doze anos atrás, Rodolpho Toski Marques.

Observe sr. Marcos Marinho, a penúria de Santa Catarina que há dezessete anos não emplaca um árbitro genuinamente catarinense no quadro da FIFA. Observe sr. Marcos Marinho, a penúria da Federação Gaúcha de Futebol, que num passado recente foi considerada modelo em arbitragem – dado o continuísmo na sua comissão de arbitragem e ausência de um projeto de excelência na formação de novos árbitros, não conseguiu apresentar um nome com as qualidades exigidas para substituir Leandro Vuaden, no quadro da FIFA, no mês de janeiro que passou. Ficou apenas Anderson Daronco.

Observe sr. Marcos Marinho, a penúria do quadro de árbitros da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e o continuísmo da sua comissão de arbitragem. Lá foi promovido Wagner Nascimento Magalhães a FIFA, que ainda é uma incógnita e a única revelação dos últimos anos é Bruno Arleu de Araújo.

Observe sr. Marcos Marinho, a penúria do quadro de árbitros da Federação Paulista de Futebol. O último árbitro (apito), top de linha, foi Paulo Cesar de Oliveira. Luiz Flavio de Oliveira é bem-intencionado, mas fica por aí. Thiago Duarte Peixoto, ainda não decolou e Raphael Claus, apesar do excelente Campeonato Brasileiro do ano que passou, está em processo de sedimentação.

Observe sr. Marcos Marinho, a penúria do quadro de árbitros da Federação Mineira de Futebol – lá tem Ricardo Marques Ribeiro. Ponto.

Observe sr. Marcos Marinho, a penúria no quadro de arbitragem das federações da Região Centro Oeste - o cenário é praticamente o mesmo das demais - há um árbitro com estofo, Wilton Pereira Sampaio. Já Wagner Reway, elevado ao quadro da FIFA em 2017 é outra incógnita.

Observe sr. Marcos Marinho, a penúria da arbitragem da Região Nordeste. Entra ano sai ano, importando apitos e/ou bandeiras de outras federações para atuarem nos seus campeonatos - mas, sobretudo, nas finais dos aludidos campeonatos regionais. Observe sr. Marcos Marinho, a penúria qualitativa dos homens de preto da Região Norte - Dewson de Freitas, é o solitário que segura a marimba. Ponto.

Diante do quadro exposto e da ausência clarividente de investimentos financeiros substanciosos das federações de futebol, que não possuem número adequado de instrutores com perfil e qualificação profissional para formar e consequentemente capacitar a arbitragem - estabelecer parceria com o modus operandi anacrônico vigente nas comissões de arbitragem e apostar nos apitos e bandeiras que atuam nos campeonatos regionais com raríssimas exceções, significa um salto no escuro.

Acredito que Vossa Senhoria que sempre demonstrou equilíbrio nas suas ações, irá tomar as cautelas necessárias em relação a integração com as ditas comissões, e não desfazerá o belíssimo trabalho que foi efetivado pelo seu antecessor, Sérgio Corrêa e congêneres e a Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (Enaf). 

PS: Como é que haverá renovação na arbitragem brasileira, se as comissões de arbitragem das federações de futebol são as mesmas há mais de uma década e a maioria não evoluiu? Como é que haverá renovação na arbitragem brasileira, se tem diretor de associação de árbitros, da Associação Nacional de Árbitros (Anaf) e de sindicato de arbitragem “PENDURADO” em cargos e recebendo prebendas e sinecuras das federações de futebol? É com esse povo que o sr. quer realizar a chamada integração da arbitragem brasileira, Cel Marinho?
Crédito da foto: CBF 


Perguntar não ofende: A atual plêiade de sindicalistas fracassados que representam a confraria do apito brasileiro me acusa de persegui-los e dizem que o falamos e/ou escrevemos aqui neste espaço não deve ser levado a sério. Então vamos lá: Quantos, quais são os projetos e/ou propostas que esse grupo de sindicalistas levou ao Congresso Nacional, nos últimos três anos, que foi revertido de maneira concreta em benefício da categoria dos apitos e bandeiras dos homens de preto? E se há alguma outra conquista qual foi?


Perguntar não ofende (2): Quanto foi gasto em espécie para ajuizar equivocadamente a ação do direito de imagem da arbitragem brasileira na Comarca de (PE)? Onde está e em que situação se encontra a indigitada ação?
 

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