O
desempenho da confraria do apito que laborou no Campeonato Brasileiro
da CBF, nesta temporada é considerado pelos diversos analistas de
arbitragem entre os quais me incluo, como pífio. Buscando encontrar
comparações em relação ao acontecido com os campeonatos
pretéritos, não encontrei nada similar. Foi um “horror!”.
Quando
imaginei que a desgraça que solapou os homens de preto neste 2017,
tinha acabado, deparo-me com a notícia de que a Federação Paulista
de Futebol, no Congresso Brasileiro de Direito Desportivo, realizado
na semana que passou, na Faculdade de Direito do Largo de São
Francisco, debateu vários assuntos - entre eles a profissionalização
do árbitro do futebol brasileiro.
Estranhei
a discussão em tela no aludido evento, porque o Congresso Nacional
em Brasília em 2013, rejeitou a regulamentação da atividade do
árbitro de futebol. O que houve foi o reconhecimento da atividade
como profissional. Ponto.
Rejeição
que teve como principais mentores a CBF e as federações de futebol,
que urdiram nos labirintos do poder legislativo federal, um
fortíssimo “lobby” contrário a regulamentação da atividade
daqueles que manejam os apitos e as bandeiras.
Sabe-se
que à época a CBF e as federações apresentaram como álibis
contrários a regulamentação, o fator previdenciário - cujas
alíquotas incidem a partir de 27,5%, per capita - acrescida da
trempe férias, décimo terceiro e fundo de garantia etc….
Rejeição
que manteve o árbitro como prestador de serviços, o que não
alterou em nada o desenvolvimento do seu labor. Ou seja, a decisão
dos legisladores vedou qualquer vínculo empregatício entre a
arbitragem, CBF e as federações de futebol.
Portanto,
realizar seminários, discutir, propor algo sobre a
profissionalização da arbitragem em nosso país, diante do nominado
acima e da recente reforma trabalhista em vigor desde o último mês
de novembro, e da reforma da previdência que virá na esteira da
trabalhista mais cedo ou mais tarde, requer planejamento de
excelência e um estudo pormenorizado de pessoas com qualificação
de excelência sobre o tema.
PS:
A ausência de feeling e do timing, impediu a arbitragem do país
pentacampeão de futebol, de observar e montar no cavalo encilhado
quando este passou, no que tange a regulamentação da sua atividade.
Ou como dizem os gaúchos: “Cavalo encilhado não passa duas
vezes.”
ad
argumentandum tantum – Sobre Sérgio Corrêa da Silva e Nilson
Monção, falarei na próxima coluna.
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